Extra 2: A sombra do senhor das sombras

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Theodore vira a cabeça para assistir Harry recostado no sofá em frente à lareira, sua atenção focada no livro em suas mãos. Suas sobrancelhas estão franzidas, seus dedos batendo na capa, em um sinal claro de que tudo o que ele está encontrando o irrita e certamente não está de acordo com o que ele esperava encontrar.

Theodore pode sentir cada estremecimento e toque daqueles dedos em sua marca.

Ele sabe que se dissesse isso a Harry, Harry iria parar o movimento e nunca mais faria isso. Ele não iria se desculpar, mas ele iria parar. Isso se caracteriza em muitas coisas que Harry faz, na verdade.

Theodore se inclina para trás e estende a perna de seu próprio sofá para que cruze com o de Harry. Harry muda toda a sua atenção para ele - e Theodore estremece com o conhecimento e a alegria disso - sem nunca tirar os olhos do livro.

"O que você precisa, Theodore?"

"Você, meu senhor."

Theodore o chama de Harry, às vezes, na privacidade de sua casa, mas ele honestamente prefere o título. Harry parece pensar que isso os separa e os torna distantes um do outro, embora Theodore não tenha certeza de quanto desse aborrecimento está misturado com o fato de que Harry simplesmente não gosta do título. Ou de ter vassalos. Ou de ser responsável por eles. Ou de ter pessoas olhando para ele com medo e admiração. Ou basicamente qualquer coisa que venha junto com o nome de "Senhor".

Mas Theodore vê isso como um link. Ele foi o primeiro a reconhecer Harry pelo que ele era - embora mesmo agora, para ele, Harry dobre o mundo pelo qual se move de forma tão abrangente que Theodore se pergunta como os outros não o veem - e ninguém mais tem essa reivindicação, mesmo que eles chame Harry da mesma coisa.

Theodore soube, no momento em que entrou naquele compartimento do trem, o quanto seu mundo iria mudar. Ele merece ser recompensado por essa conquista.

Harry sorri e seu rosto se enche de calor. Freqüentemente, ele está com frio, demorando nas sombras, olhando o mundo de todos os cantos ou ouvindo conversas privadas. Mas Theodore sabe valorizar o poder que Harry exerce, e a frieza nunca o incomodou. Nunca foi dirigida contra ele.

"Venha aqui, então", diz Harry, e estende a mão, uma sombra se desenrolando no chão em um convite.

Theodore estende a mão, agarra a névoa fria da sombra e cintila através do que parece ser um caminho de lados elevados até a suavidade. Ele cai na cama deles, ofegante, e Harry fica ao lado dele, sorrindo como se Theodore fosse a luz que criava as suas sombras.

"Você não nos moveu assim antes, meu senhor," Theodore murmura, cuidadosamente respeitoso e inclinando a cabeça para trás para observar enquanto Harry se despe.

"Tenho praticado." Harry pisca para ele e joga seu robe no chão. Ele está nu por baixo, exceto por um par de calças. As sombras o envolvem provocadoramente, cintilando aqui e ali como nuvens no sol, obscurecendo e mostrando a pele nua que Theodore deseja tanto tocar.

"Vamos praticar outras coisas", acrescenta Harry, e usa sombras para despir Theodore e puxar suas calças ao mesmo tempo.

Theodore está mais do que disposto a fazer isso.

XXX

Fazer amor com Harry é como fazer amor com uma tempestade de vento, ou uma cachoeira brilhante, ou alguma outra grande força da natureza.

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