Smell of Books ✽ Wolfstar

About Smells (Capítulo Único)

Sirius estava atrasado para a aula de poções, e aquilo não poderia ser algo mais corriqueiro na vida do maroto. Além de ser péssimo nesse lance de alquimia, ainda tinha que dividir sala com os alunos de sonserina e, veja bem, aquilo seria até suportável se Snape não fizesse parte da casa, ou melhor, da escola. O garoto insuportável ficava ainda menos intragável se fazendo de sabe tudo na aula de poções e ao lado de Lupin.

Ah, um pesadelo, o dia mal havia começado e já parecia um pesadelo.

Deveria ter ouvido James e ido tomar café com os amigos, mas poxa, foram apenas mais dez minutinhos deitado.

— Com licença, professor.

— Sente-se logo, Black.

O senhor resmungou, voltando o giz para o quadro; por alguma razão o homem parecia empolgado. Sirius franziu o nariz só com o pensamento do que deixaria aquele cara "animado". Virou o rosto para Lupin, que estava concentrado transcrevendo algo no seu papiro; olhou para James, que tinha os olhos fixos em Lily, ou melhor, nos cabelos de Lily e quase riu, faltou um grão de areia para isso. Peter foi o único que notou seu olhar, indicando a página do livro em que estavam.

Céus, Poções do Amor.

Sentiu a espinha gelar, provavelmente a interação besta de dizer o cheiro que sentiam iria ocorrer, e a única coisa que deveria fazer era passar completamente despercebido naquela aula e torcer para que Aluado descrevesse seu perfume, mas aquilo parecia até distópico.

— Bem, alunos, hoje falaremos sobre Poções do Amor, um item bem controverso no ministério. Alguns defendem que ela é, basicamente, uma maldição imperdoável dadas as características de domínio sobre outra pessoa, mas para outros ela é apenas uma versão bem branda do que poderia se tornar uma poção Imperius. Em ambos os casos, a poção continua sendo proibida.

— Então por que estamos aprendendo ela? — Severus disse assim que o professor permitiu, abaixando a mão esquelética, na visão de Black.

— Ótima pergunta. Acontece que em casos de poções e feitiços de ódio, os antídotos mais eficazes são as poções do amor, seria quase como ensinar uma defesa para vocês.

— Quantas poções do amor existem? — uma aluna da grifinória perguntou sem esperar o consentimento do professor, que expressa sua desaprovação com uma careta.

— Dizem que existe mais de 800, porém a vertente é sempre a mesma. A mais forte delas é a Amortentia, seu efeito de obsessão é quase que instantâneo, ela também é bem característica em relação a coloração e suas borbulhas espirais que envolve os apaixonados.

Sirius Black observou o homem virar a lousa, tendo do outro lado o desenho de um caldeirão com um líquido roxo e vários tópicos ao lado. Seria uma aula chata e didática aquela, imaginava apenas humilhação pública, mas definitivamente termos técnicos pareciam uma pedida pior.

— Algumas coisas que devem saber é que este tipo de poção funciona inerente a presença física do réu, mas elas têm um efeito a curto prazo para que a "paixão" continue ali, doses devem ser administradas. Fato curioso é que você lembra não apenas das cenas constrangedoras, mas também de como se sentiu durante o período de uso. Antigamente mulheres usavam esse recurso durante encontros para que, no fim, os homens ficassem lembrando do "amor fervoroso" e criassem por si só a dita paixão. Importante ressaltar que Amortentia não cria amor, ela cria um fascínio, por isso pessoas com esse tipo de poção no organismo são hábeis a fazerem loucuras imensuráveis.

O rapaz de cabelos pretos e longos já havia se perdido na explicação, e a razão era simples, Remus Lupin rindo de alguma coisa que Snape havia falado. Se perguntasse para si como aquela distopia ocorreu, diria que foi Merlin lhe pregando uma peça, mesmo que soubesse que foi apenas para bel prazer do professor de ter seus dois melhores alunos em uma dupla, mas o importante é que sentia uma veia da sua testa saltar só de ver aquela cobra sondando seu lobinho. Sempre fora pavio curto, mas se tornava ainda pior com ciúmes; não conseguia imaginar um cenário onde o sonserino poderia ser engraçado.