Capítulo Único

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Avisos ⚠️

Oi!! Essa e minha primeira escrita então tenham paciência comigo, fiz ela bem curtinha espero quê aproveitem.
Se gostaram deixem as estrelinhas e comentem.
Obrigada e boa leitura. 📖


Então eu realmente irei morrer? – Foi o que pensou a mulher de cabelos ruivos sujos e olhos vermelhos como sangue

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Então eu realmente irei morrer? – Foi o que pensou a mulher de cabelos ruivos sujos e olhos vermelhos como sangue.

Estava descalça, com roupas sujas e fedia pela ausência de banhos há dias. Estava visivelmente mais magra do que um dia já fora e mesmo assim tinha dois pares de correntes grossas em seus braços e pernas. Era empurrada para frente por dois cavaleiros que abriam caminho entre a multidão que se formava na praça da capital.

As pessoas ali berraram pragas e maldições à jovem senhorita. Se ouvia — “BRUXA”, “ASSASSINA”, “AMALDIÇOADA”.

– Eles não ousariam proclamar tais acusações há um mês atrás – murmurou a mulher — Na verdade eles não ousariam nem mesmo agora caso não estivesse algemada e escoltada. – Continuou a murmurar.

Por fim, aquela pequena caminhada se encerrou ao chegar nos degraus que a levavam para a guilhotina — Eu realmente vou morrer! – pensou mais uma vez. Ao ser encaminhada para o instrumento de decapitação, a fizeram se ajoelhar e colocaram sua cabeça ali, para que fosse cortada fora quando ordenado.

O povo continuava a gritar, desesperados para que a justiça fosse feita. Ao olhar para o lado com certa dificuldade, viu ali sentados em uma espécie de camarote o seu lorde, a pessoa para quem jurou lealdade e sua filha, a herdeira do ducado, que lhe lançava um olhar arrogante, junto do príncipe que tinha a face e o olhar sério para si.

Era compreensível. Até porque havia sido ela a matar seu precioso irmão mais velho, o herdeiro do trono. Não tentou se defender ou justificar seus atos, era apenas a herdeira de uma casa de marqueses, uma órfã que foi criada pelo duque do Império, para ser sua assassina pessoal. E matar o primeiro príncipe deveria ser uma tarefa fácil, se não tivesse sido traída pelo seu próprio lorde.

Depois de alguns minutos ali, ouviu a multidão se calar e virar-se para o príncipe agora de pé. Ele a olhara no fundo dos olhos. Respirou fundo e disse — Eu, o segundo príncipe imperial, julgo Sarah Ogláf, a herdeira do marquesado de Salém, por todos os seus crimes de assassinato, com a pena de morte por decapitação. Há algo que queira dizer pela última vez? – perguntou o príncipe, antes que fosse interrompido pelos gritos da multidão.

Alguns burburinhos se foram ouvidos pela atitude pouco esperada naquela situação. Alguns dizia que o segundo Príncipe era incapaz de abandonar sua natureza gentil até mesmo em situações como aquela. A ruiva em questão, estava pensando no que poderia dizer com a chance que foi dada a ela. Poderia revelar alguns dos planos sórdidos que o duque mantinha a sete chaves? Ou talvez expor alguma das intimidades de Cecília, a tão estimada filha do duque.

Mas... Quem acreditaria nas palavras da bruxa? De uma assassina?

Ninguém!

Então se lembrou de ter visto alguns sacerdotes no meio da multidão. Estava decidido! Faria questão de lançar uma maldição que faria com que até os santos da igreja acreditassem nas palavras da “bruxa”.

Foda-se – disse baixo antes de levantar a cabeça, olhar diretamente nos olhos safira de Cecília e devolver com um sorriso de deboche o olhar que era direcionado a ela – Já que vou para o inferno é melhor que eu me certifique de que vocês paguem pela traição. – Pensou enquanto direcionava seu olhar para os olhos pretos como jabuticaba do príncipe e para a multidão parada ali.

Respirou fundo e se pronunciou — ESCUTAIS AQUELES QUE TEMEM – Vociferou Sarah — Nesta terra o meu sangue cairá e pagarei os meus pecados com honra, mas não deixarei aqueles que pecaram contra mim impunes. – Jamais me esquecerei dessa traição, lembrarei até depois de minha morte – pensou a ruiva.

Já se podia ver o pavor surgir em seus rostos, o medo da praga que a bruxa lançara sobre todos.

– A Caixa de Pandora se abrirá, e todos os males dela virão a esse reino. A fome, as pragas e as doenças virão do norte ao sul, do leste ao oeste até tudo ela dominar. Ao meio dia a fome virá, no anoitecer as doenças se alastrarão e por fim, na aurora do próximo dia as pragas virão, não terá descanso nem paz, as doenças não os deixarão viver um segundo sem dor. Sentirão até o fim, o que sentirei aqui hoje.

— Não me importo com o que vai acontecer com vocês. Aqueles que um dia amei foram roubados de mim! Então devolverei o favor a vocês – pensou antes de continuar.

– Homens e mulheres, crianças, adultos e idosos. Seja pobre ou rico, ela não vai distinguir quem. Serão todos assolados pela fome, verão suas plantações sucumbirem diante das pragas.

– Assim como passei fome nesses trinta dias, vocês passarão o triplo mais – pensou novamente a dona de um par de olhos rubis.

Esta maldição só cessará quando o sangue dos traidores cair sobre o mesmo chão que o meu cairá. Amaldiçoo a todos os futuros primogênitos desse sangue maldito, até que haja vingança. Que tenham cabelos negros como a noite os filhos amaldiçoados. – disse enquanto olhava para Cecília e seu pai, há quem são conhecidos pela linhagem de cabelos loiros como fios de ouro.

– EU IMPLORO A QUALQUER UM QUE POSSA ME OUVIR, SEJA DEUS OU O PRÓPRIO DIABO. – gritou com todas suas forças restantes.

Podia-se ver o duque e Cecília empalidecerem, tornando suas peles alvas ainda mais claras. Deu um pequeno riso de escárnio, antes de ouvir alguém gritar.

– MORTE À INIMIGA DE DEUS, MORTE À SERVENTE DO DIABO, MORTE À BRUXA! – gritou um dos sacerdotes.

– Sim! MORTE À BRUXA! – gritava o povo, ainda um pouco atordoados pelas atrocidades que acabaram de ouvir.

Então, saindo do choque e com curiosidade estampada nos olhos pelas recentes barbaridades ouvidas, o príncipe olhou para os olhos da mulher e disse, como um ato de misericórdia enquanto fazia um gesto de corte com a mão — Que você possa encontrar a salvação em sua próxima vida.

A corda foi puxada e antes que Sarah pudesse pensar em algo, sua cabeça havia sido cortada, caindo em um cesto sujo de sangue seco. Um a um os sentidos estavam a parar, já não doía como a um segundo atrás e tudo estava silencioso e começando a ficar escuro. Se ela pudesse, diria que a morte era pacífica e que todas as suas vítimas haviam sido misericordiosamente mortas. – Uma morte sem sofrimento é misericórdia o suficiente. – Pensou.

Morra em paz! Seu pedido foi aceito e a única coisa que peço em troca será a sua alma – disse uma voz grave e controlada, porém, cheia de excitação. Foi a última coisa que pensou ter ouvido antes de morrer.

Mais tarde, naquele mesmo dia ao anoitecer, espalhavam-se boatos de que no Norte e Leste, algumas pessoas estavam infectadas por uma doença desconhecida. Tudo isso é somente o começo do verdadeiro terror que estava por vir.


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