AMIGOS

41 4 0
                                    

Desde minha infância, trabalhar nos Estados Unidos fora uma meta para mim e Grover; a ideia de falar outro idioma, hábitos novos e dar a oportunidade de mostrar tudo isso para nossos pais, foi o suficiente para nos motivar. Agora, esse sonho estava a poucas semanas de acontecer.

Sou recebido com um abraço de Grover assim que abro a porta de sua sala, ele me solta e estamos a sorrir.
____ conseguimos, irmão!___ Grover gesticula para que eu sente de frente para sua mesa e eu o faço enquanto ele senta-se de frente para mim.
A sala de meu amigo contém uma estante repleta de livros com diversos gêneros , sua mesa continha um laptop, muitas folhas e vários lápis espalhados. Não pude deixar de notar que ele trouxera de casa sua coleção de mini motos, colocadas em uma prateleira perto da porta e do sofá repleto de bonés. Tudo ali era parecido com minha sala, a não ser, pelas coleções que ele colocara por todo canto, dando o seu toque.
___ Sim, nem dá para acreditar!____ meu celular toca enquanto o seguro ao falar com Grover e eu o desligo sabendo de quem se trata. Grover franzi o cenho fitando minha mão de forma indagadora.
___ Irmão, uma hora você terá que atender ___ me encosto no banco e suspiro.
___ Eu sei ___ vejo ele sorrir solicito até levantar os olhos por sob mim se levantar. Viro o rosto e reconheço Micaela e Fátima entrando. Olho para Fátima enquanto Micaela abraça Grover e a vejo afirmar para mim, faço o mesmo e fico de pé.
___ Que bom que vieram, a que devo a visita?___ diz Grover ao soltar Micaela enquanto me aproximo. Ele se inclina para abraçar Fátima, porém, ela vem até mim e me abraça , disfarço a surpresa e esboço um sorriso. Nos afastamos, porém, com Fátima ainda com um braço em volta do meu pescoço e me deparo com Grover e Micaela nos fitando de forma indecifrável.
____ Você conhece fatinha?___ reprimo o sorriso ao notar que Grover a chama por apelido, mas, contínuo o encarando , pois, olhar para Micaela seria mais difícil. Ele está com os braços cruzados fitando Fátima, agora, fatinha. Grover deixa de fita-la e olha para mim forçando um sorriso.
___ Sim, você também a conhece?___ surpreendo-me com meu fingimento e reprimo outro sorriso. Grover força outro sorriso e me abraça com um braço de modo a afastar-me de fatinha.
___ eu e Diego ficamos durante a festa, não é?___ afirmo enquanto fatinha abraça Micaela e vai até a porta ___ Só vim deixar minha amiga, a gente se vê, Diego ___ ela acena e nos deixa, ou melhor, me deixa com um Grover e uma Micaela com raiva evidente.
____ Você ficou com a Fatinha?!___ ela levanta o rosto até agora abaixado e me fita com uma expressão de ódio.
____ É, que negócio foi isso? Por quê não me disse?___ Grover cruza os braços de forma séria e não seguro o riso.
___ gosta dela?!___ não escondo minha ironia e reparo Grover arrumar os cabelos e disfarçar um sorriso.
___ Eu...é, vou buscar um copo d'água ___ ele sai da sala correndo, literalmente e bate a porta.
Olho para Micaela e ela faz o mesmo. Não sei o que dizer e o silêncio parece perdurar uma eternidade.
Ela passa por mim e a vejo sentar na cadeira de Grover e colocar os braços sob a mesa fitando-me, sua expressão parecia mais leve.
___ olha, eu fiquei com ela, ta bom! Aconteceu!!___ sento de frente para ela e a vejo sorrir ironicamente.
___ Eu não quero outra pessoa com você!!!___ não consigo esconder a alegria ao ouvi-la, mas, permaneço em silêncio ___ porém, você é livre. Eu entendo .
___ Amigos?___ estico a mão para ela que sorri e estica a dela, mas, para no meio do caminho ao ouvirmos o toque do meu celular tocar. Me recosto no banco passando as mãos nos cabelos.
___ Não vai atender?___ ela aponta para meu bolso.
___ Não ___ ela me fita esperando que eu fale e cedo___ é o meu pai, se eu atender, terei que contar que estive em uma balada porque não minto para eles.
___ Entendo, família conservadora ___ afirmo no momento em que o celular retorna a tocar.
___ Grover esta demorando , não é?___ olho para a porta no momento em que sinto sua mão no meu bolso, olho para frente e a vejo com meu celular na mão.
___ Me devolve!___ levanto-me para pegá-lo, mas, ela faz sinal de silêncio.
___ Alô...eu sou uma amiga de seu filho, me chamo Micaela...prazer conhecê-lo também...é, ele está ocupado...digo sim...obrigada, eu irei...ta bom...tchau____ ela me passa o celular e esboça felicidade .
___ o que houve?
___Seu pai disse que você tem um evento próxima semana e que você sabe o que é ___ ela vai até o sofá e pega a bolsa ___ eu disse que você irá ___ ela vai até a porta e a abre ___ Aliás, ele me convidou , e eu irei. Vai levar sua fatinha?___ reconheço seu sarcasmo.
___ Ei, ela é sua amiga ___ cruzo os braços e a fito___ vai levar seu Grover?
___ está falando de seu amigo ___ Micaela ergue uma sobrancelha e então, estamos rindo.
Caminho até ela e deixamos a sala de Grover juntos

Destinados ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora