Só um jantarzinho

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Em passos lentos, Yamada Kakuzu concluía seu caminhar pelos degraus finais da escadaria do prédio em que residia. Não sabia ao certo do porquê ter escolhido aquele longo trajeto até o sétimo andar, já que ele poderia simplesmente pegar o elevador sem problema algum.

No entanto, o engenheiro preferiu ignorar o fato uma vez que já estava finalizando seu respectivo percurso pelo edifício em que morava.

O local se situava nas dependências do condomínio particularmente fechado localizado na área central de Okinawa, cercado por suas praias amplas e seus encantadores recifes de corais nas ilhas paradisíacas ao sul do Japão.

Completou seu pequeno passeio parando por um minuto no topo da escadaria e inspirou fundo para logo voltar a caminhar. Ele buscava esclarecer alguns pensamentos que vieram a sua mente naquele pequeno instante.

Deixou escapar um breve bocejo que antes estava contido em sua boca pelas horas repletas de afazeres inesperados que teve, mesmo não se sentindo tão cansado no momento.

Passou uma de suas mãos pelo pescoço em uma massagem rápida como de costume, ao mesmo tempo em que dobrava o corredor adiante em passos largos cada vez mais próximo de seu objetivo. Não evitou franzir o cenho com mais uma das reflexões que vieram em sua cabeça.

Ele preferia mil vezes ter passado seu precioso dia, que originalmente deveria ter sido a sua tão esperada folga, em casa. Seria reconfortante ficar aninhado sobre sua cama, enroscado no meio dos edredons esverdeados e travesseiros macios na companhia de Hidan, enquanto sentia a carícia suave que o parceiro fazia em seus cabelos bagunçados pela manhã após a ótima surpresa que teve.

Além do mais, Kakuzu já tinha planejado com antecedência, a maior parte de sua tarde para aquela ocasião. Seriam ótimas horas desfrutando de uma boa sessão de filmes escolhidos a dedo pelo casal assim que ele deixasse a sua tão costumeira preguiça matinal de lado.

Mas infelizmente, para o seu desprazer, a derradeira ligação que recebeu vindo de uma das secretárias de seu importunado trabalho derrubaram todas as suas expectativas, junto de seus planos, como um grande castelo de cartas posto contra o vento.

Kakuzu queria ter aproveitado seu aniversário com o mais novo em seus braços, ao mesmo tempo em que partilhavam opiniões como dois críticos renomados do cinema na frente da televisão deitados no sofá da sala.

O engenheiro adorava passar suas horas comendo bobeiras e comentando com Hidan sobre as atuações dos famigerados atores nos acontecimentos dentro das comédias românticas retratadas em colegiais.

Como nesses clássicos clichês no estilo Dez coisas que eu odeio em você.

Ou até mesmo apreciando algo um pouco mais adulto, como por exemplo os acontecimentos após o desenrolar da vida de Carrie e seus mirabolantes encontros e desencontros em Sex and the City, junto de seus dramas pessoais na companhia de suas amigas.

Sem dúvidas aquilo seria, em níveis estratosféricos, bem melhor do que ter sido cercado por engravatados, saltos agulhas e hálitos de café em um mix hortelã aos montes pelos corredores de piso polido que compunham a parte burocrática da empresa.

Bem como as diversas papeladas que cobriram grande parte da mesa carmesim dentro seu escritório.

E olha que ele só era o vice diretor daquele lugar para ser entupido de tarefas e ter sido cercado por indivíduos de tal maneira mais cedo. Mas pelo jeito com os frutos de sua dedicação, assim como, obviamente, com suas obrigações e metas diárias realizadas com louvor, as coisas aparentavam que iriam evoluir para o seu lado.

Uma boa notícia, ou quem sabe suposição para o agradar ainda mais. Ao contrário de outros certos acontecimentos que vieram durante a semana.

Um grande exemplo foi a sua última noite mal dormida por conta da cantoria de seu vizinho de cabelos dourados arrepiados na companhia sua maldita guitarra em um som absurdamente alto na madrugada, atrapalhando seus momentos mais... intensos.

Joyeux anniversaire mon amourOnde histórias criam vida. Descubra agora