A cesta

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[...]

A semana não demorou a passar, logo era sexta-feira, fui para a faculdade e depois fui para minha casa, não precisei trabalhar, fui arrumar minha mala para ir ao casamento.

- Merda, com tanta coisa acabei esquecendo de comprar meu vestido.-Falei sozinha. - Deixa eu ver! -Pensei. - É isso, vou ligar para vovó e pedir para ela fazer um vestido para mim. -Falei pegando o celular.

Disquei o número de minha avó e liguei.

- Oi meu amor, estava falando de você agora! -Me atendeu.

- Falando de mim? E é coisa boa?-Sorrir.

- Imagina querida, estava falando com sua tia que você faz falta aqui ,mas sei que está feliz e está se saindo muito
bem, me sinto orgulhosa. -Minha avó falou me deixando um pouco sentimental.

- Eu também estou morrendo de saudades vovó. -Falei.- Vovó eu preciso de sua ajuda. -Sentei na cama ajeitando o resto da minha mala.

- Pode falar! -Assentiu.

- É que eu não tive tempo de ir comprar meu vestido para o casamento da Tai, pode fazer um
pra mim? Ninguém melhor que a senhora conhece meu corpo. -Sabia que ela faria o melhor.

- Jana...Tai... Sabrina! -Se confundiu nossos nomes como de costume. - Não dar tempo eu construir um vestido ainda hoje. -Ela abafou o som do celular e ouvir algumas vozes ao fundo. - Espera, a Tai acabou de chegar aqui, quer falar com você.-Disse.

- Binoca? -A ligação foi passada para minha prima, ela usou o apelido que me deu quando criança.

- Oi Tatai! -Falei usando o apelido que dei a ela.

-Eu tentei te ligar mais cedo mas só dava caixa... então deixa eu ir direto ao assunto. -Fez uma pausa. - Uma de minhas madrinhas ficou doente, não tem outra pessoa melhor a não ser você para ser minha madrinha, eu já tinha pensado em te chamar, mas quando marquei a data você ainda era menor de idade, saiu a data um dia desses e ainda bem que você já é maior. -Falou.

- Nossa Tai, não sei oque te dizer.-Fiquei feliz pelo convite.

- Só aceite! -Me pediu.

- Não dar , eu não tive tempo para comprar um vestido nem de convidada, estava falando com a vovó justamente isso! -Expliquei.

- Não precisa se preocupar, a Lara tem um corpo e tamanho parecido com o seu, titia faz uns ajustes. -Tentou me convencer.

- Será que dar tempo a vovó arrumar minha roupa? -Perguntei.

- Dá sim, você vem que horas? Na verdade a gente já está indo pra Pernambuco. -Disse.

- Eu vou direto pra lá também, vou para Petrolina, meu irmão vai me buscar no aeroporto. - Expliquei. - de lá seguimos.

- Titia disse que vai levar o kit-costura, lá a gente resolve tudo. -Falou.

- Ok , obrigada pelo convite Tatai,agora preciso desligar, estou arrumando minhas coisas, pego o vôo das 16:00. -Falei vendo o horário.

- Tá bom Binoca, vou fazer meu último teste no vestido. Beijos! -Se despediu e desligou.

Olhei para a tela do celular iria dar 14:00 da tarde, tratei de me apressar.Coloquei roupas leves na mala, Pernambuco é do lado da Bahia e faz muito calor. Pus na mala shorts, camisetas, bonés, roupas de dormir, vestido, produtos de higiene, chinelos e um salto. Mala finalizada.

Tomei um banho rápido e lavei meu cabelo, vestir uma calça moletom cinza escuro, uma camiseta branca,tênis branco e uma jaqueta jeans clara.

Era 15:30, eu estava super atrasada ,eu morava a 20 minutos do aeroporto, droga.
Peguei as chaves do meu apartamento e sair, ao sair dei de cara com uma cesta coberta.

- Ué! -Falei em espanto. tinha um bilhete em cima do pano que cobria e estava escrito: "eu não posso cuidar, cuide dela com amor" .- Sério que deixaram uma criança na porta do meu apartamento? Com tantos apartamentos por aqui. E agora? O que eu faço? -Me abaixei e uma cabeça saiu de dentro dos panos, não era uma criança, era um cachorrinho, melhor uma cadelinha.- Eu não posso ficar com ela, não agora, eu vou viajar.

Eu pensei um pouco e resolvi quebrar meu orgulho, fui atrás da única pessoa que poderia me ajudar, Liza Aleixo...
Desci até o andar de Liza mas não obtive nenhuma resposta, provavelmente ela não estava em casa

- E agora amiguinha l? Oque eu faço com você? -Falei olhando a pequena cadelinha nas minhas mãos. - Caralho 15:40! -Falei ao olhar a hora. - Ok amiguinha vou te levar comigo, não vou te deixar sozinha.

Sair às pressas do prédio, cheguei ao aeroporto 16:00 horas, meu voo estava partindo.

-Merda , e agora ?- falei comigo mesma

Para minha sorte tinha um outro vôo às 16:30.
Fui informada que não poderia embarcar com animal sem a "gaiola." Como uma luz no fim do túnel,lembrei que tinha uma lojinha de animais do lado do aeroporto. Fui as pressas lá e comprei a "gaiola", era bem espaçosa para o pingo de gente que tinha nas minhas mãos, comprei o suporte de ração e água , vi que lá vendia roupinhas e laços e claro uma coleira, comprei tudo e sair. Faltava 15 minutos para meu embarque, minhas malas já tinham passado pelo check, junto a meu animalzinho. Não demorou muito para o avião chegar, embarquei arrumo a Petrolina. Dormir durante boa parte do vôo,acordei somente para comer e acabei dormindo de novo.
Cheguei em Pernambuco já estava noite, liguei para meu irmão que já estava em Belém do são Francisco com minha família e ele disse que iria me buscar, mas demoraria em torno de 2 horas para chegar até Petrolina.
Sentei em uma cadeira para esperar ele e soltei a cadelinha branca que estava na "gaiola" até então.

- Precisamos de um nome para você.-Olhei para minha nova companheira. - Você é branca e peludinha, hmmm... -Parei pra pensar. - Vou te chamar de pérola,você é pequena e branquinha,faz jus a esse nome. -Ela lambeu minha mão e eu entendi que ela tinha gostado do nome. - Olha o que eu comprei pra você! -Peguei a sacola dentro da minha mochila . -Laços e uma coleira, comprei essa roupinha também mas acho que por aqui você não vai usar. -Sorrir.

SEMPRE SERÁ VOCÊ (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora