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Alfonso

Eu estava sentado no sofá da sala, olhando para o chão, tentando assimilar as últimas imagens que havia presenciado em alto mar enquanto meus irmãos e Christian especulavam sobre como trazer Anahi de volta.

— Aquela sereia, a Angelique, e se a gente tentasse falar com ela de novo? — Christopher sugeriu. — Christian, como você a encontrou?

— Eu fui até a praia e pedi ajuda para a Água. Então, é impossível ver a Angelique agora.

— E se a gente tentasse um submarino? Anahi disse que da última vez que desobedeceu, ficou presa nas profundezas. Pode ser que ela esteja presa naquela região. — Maitê opinou.

— Ou nós podíamos fazer um acordo com a Água. Prometemos qualquer coisa que Ela queira e passamos a perna nEla. — foi a vez de Christian.

Continuaram discutindo alto e com suas vozes misturadas. Cada um dizia uma coisa mais absurda que o outro.

— Calem a boca! — gritei e eles me encararam. — Vocês viram o que aconteceu, ela se foi. A Água a levou para sempre. Nós tínhamos uma única chance e falhamos, sabíamos que isso poderia acontecer.

— E você vai só aceitar? — Christian perguntou. — Alfonso, Annie é minha melhor amiga!

— E é a mulher que eu amo! Se você tiver uma ideia do que possa ser feito, eu vou ouvir e juro que vamos tentar, mas agora nenhum de vocês está dizendo nada coerente, só estão em desespero! Anahi não iria querer que ficássemos assim.

A porta da frente atrás de mim foi aberta e todos eles olharam para lá boquiabertos. Eu me virei devagar e fiquei rápido de pé assim que vi Anahi ali. Ela usava um vestido branco de seda, seus cabelos estavam numa cor diferente, era castanho claro e com exceção do seu joelho ralado, ela parecia bem.

— Deu certo? — eu perguntei e sorri.

— Não. — riu. — Mas Ela me libertou. Eu sou humana agora. Vou envelhecer e morrer como todos vocês.

— Isso é sério? — Christopher perguntou. — Ela teve mesmo compaixão?

— A Água não sabe lidar muito bem com emoções humanas, mas Ela está aprendendo. E vocês tinham que ver como Ela é linda! — todos olhamos confusos para ela. — Pois é, a Água não é água de verdade. — riu. — Ela é um elemento natural, um ser místico. Eu a vi pessoalmente e nós conversamos muito.

— Me conta, pelo amor de Deus! — Maitê pediu.

— Você está mesmo livre? — senti meus olhos arderem. Ela sorriu para mim e assentiu. — Finalmente! — fechei meus olhos e senti algumas lágrimas tomarem conta do meu rosto.

— Não, meu amor, não chora. — ela veio até mim e me abraçou. — Eu estou aqui e não existe mais nada que seja capaz de me separar de você.

— Não sabe como eu fiquei assustado quando Ela te levou hoje... eu achei que nunca mais fosse te ver. — eu beijei sua testa e a apertei contra mim. — Eu nunca mais quero ter aquela sensação ruim de novo.

— E não vai, eu prometo.

— Anahi, precisa nos contar tudo o que ouviu e viu da Água! — Christian disse.

Nós nos sentamos e escutamos atentos enquanto ela descrevia a beleza surreal da Água. Nos explicou que os quatro elementos naturais são seres conscientes e que coletam almas, cada um da sua maneira. Soubemos da existência de ninfas, híbridos delas com seres humanos, como a Água podia tomar a forma de qualquer ser marinho e o que mais me reconfortou: as almas recebem um paraíso particular onde realizam todos os seus maiores desejos.

Alto Mar [Ponny Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora