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Anahi

Tudo ia bem entre mim e Alfonso. Eu finalmente havia conseguido conciliar a minha relação com a Água e a minha relação com ele.
Eu sentia falta de poder contar tudo para Ela, mas era por uma boa causa. Eu não suportaria que Ela o levasse de mim.

Os cidadãos de Seacity rejeitaram a ideia de homenagear Albert Carter, depois de todas as mulheres que se dispuseram a expor todos os abusos que já sofreram nas mãos dele. Depois de anos sendo ameaçadas por ele, finalmente puderam se sentir livres e contar o que lhes consumia.

Alfonso continuava tentando me convencer de ir até um psicólogo e eu continuava a tentar tranquiliza-lo quanto à minha saúde mental. Não iria perder meu tempo e meu dinheiro com uma coisa que não surtiria efeito nenhum em mim.
Eu estava bem com a morte do Albert, eu o matei, eu quis que ele morresse.

Era uma tarde de domingo, eu e Alfonso estávamos fazendo um piquenique no parque da cidade, sentados na grama sob a sombra de uma árvore.

— Não sei se é impressão minha, mas você parece bem mais atento nesses últimos dias. — eu disse.

— Se eu te contar uma coisa, você guarda segredo?

— É claro!

— Lembra que o médico me mandou ficar sem tomar meus remédios por três dias? — eu assenti. — Então, digamos que eu tenha estendido um pouco...

— Não está tomando seus remédios? — o olhei com surpresa.

— Anahi, eu não vi nada de negativo em não tomar essas pílulas. Ao contrário, me sinto muito melhor. Você mesma notou que eu estou melhor.

— E com isso, você acredita que está curado?

— Eu não posso afirmar algo assim, não sou psiquiatra. Mas eu não tive nenhuma alucinação, me sinto totalmente normal.

— Sendo assim... acho que tudo bem. — sorri de lado. — Só não sei se os seus irmãos vão gostar disso.

— Eles não precisam saber. — pegou uma das maçãs e deu uma mordida. — Ei, adivinha quem faz um mês de namoro na próxima sexta?

— Hum... não sei... Maitê e Christian? — brinquei. Ele cerrou os olhos para mim e eu dei risada. — Eu sei que somos nós!

— Bobinha. — me deu um peteleco no nariz. — Eu pensei em alugar um veleiro pra gente velejar. Podemos passar uma noite no oceano.

— No mar? — cocei a nuca.

— Anahi, por favor, a coisa que eu mais gosto de fazer na vida é velejar e seria muito ruim não poder fazer isso com a minha namorada. — ele me encarou com um semblante sério. — Você nada no mar sozinha o tempo todo, mas não pode velejar comigo?

— Bem... a gente não vai ter que entrar no mar, não é?

— Não, meu bem. Nós só vamos observar as belezas marinhas. Não tem que nadar.

— Sendo assim, acho que tudo bem.

— Ótimo! Você vai amar velejar comigo! — ele segurou meu rosto e me deu um beijo que acalmou todos os meus nervos.

— Eu tenho certeza que vou. — sorri.

•••

Durante a semana, ele não parava de me contar sobre todos os planejamentos, o veleiro que havia escolhido e a rota que seguiríamos.
Era uma rota segura, nada demais poderia acontecer nessa viagem.

Era sexta de manhã, o nascer do sol deixava o céu numa cor entre o rosa e o laranja, muito bonito de se observar.
Comecei a arrumar minhas malas com a ajuda de Christian, que achava uma péssima ideia passar dois dias num veleiro com Alfonso.

Alto Mar [Ponny Version]Onde histórias criam vida. Descubra agora