Noah, caminhava tranquilamente por uma das ruas de Hill City - cidade localizada no estado norte-americano de Dakota do Sul, era uma cidadezinha pequena sem muito movimento, poucos habitantes, aquele típico lugar onde todo mundo conhece todo mundo.
Havia acabado de sair do trabalho, seu turno como atendente no posto de gasolina terminava todos os dias às 16hs. E dali caminhava todos os dias até a casa onde morava com seus tios.
Sua mãe tinha morrido quando tinha apenas dois anos, seu pai o criou até completar cinco anos, mas depois disso entregou sua guarda para sua irmã Jane. Seu pai não era o tipo de homem que sabia criar uma criança, tinha uma vida louca por assim dizer, vivia bêbado e afundado em dívidas, era um viciado em jogos.
Mas por incrível que pareça a única coisa que não havia perdido nos jogos era seu Mustang vermelho 1969, seu pai jogou tudo que tinha, perdeu casa e todo dinheiro que conseguia juntar, tudo ia parar na mesa de jogos, mas o Mustang ele nunca apostou era a coisa mais preciosa para ele, Noah o visitou algumas vezes, e percebeu o quanto aquele carro era importante para seu pai. Sentia raiva daquele carro, parecia a coisa mais importante da vida dele... até que um dia recebeu a notícia que seu pai havia sofrido uma parada cardíaca, Noah e seus tios correram para New York onde seu pai morava, mas quando chegaram lá já era tarde demais, seu pai havia falecido.
Após o enterro, um velho amigo do seu pai se aproximou e entregou as chaves do carro para ele.
- Escuta, garoto. Seu pai tinha muitos defeitos, mas ele te amava muito e queria que você ficasse com isso.
Noah, estava atordoado com a perda tão repentina de seu pai, em um gesto automático pegou as chaves e as colocou no bolso, seus tios que estavam ao seu lado trocaram algumas palavras de agradecimento com aquele estranho, Noah parecia fora do ar e não entendeu muito bem o que eles estavam conversando.
Antes que Noah pudesse dizer alguma coisa, aquele estranho que havia acabado de conhecer segurou seus ombros com firmeza o tirando daquele transe e voltou a dizer:
- Seu pai era um viciado, todo mundo sabe disso, mas o que ninguém sabe é que ele nunca em hipótese alguma pensou em se livrar desse carro, não pq era o carro dos sonhos dele, mas ele sabia que esse carro tinha que ser seu. Você sabe que esse carro vale uma pequena fortuna né?
Noah apenas balançou a cabeça afirmando que sim.
- Presta atenção no que eu vou lhe dizer, esse carro é seu porto seguro, se precisar um dia você pode vende-lo e sei lá... fazer uma faculdade, começar sua vida em qualquer lugar que você quiser. Ele não pôde te criar, mas com certeza ele pensou no seu futuro, e te deixar esse carro foi a maneira que ele encontrou de não te deixar desamparado.
******
Dois anos haviam se passado, Noah tinha acabado de completar vinte anos, o carro estava guardado na garagem dos tios, e durante todo esse tempo ele nunca pensou em vendê-lo, sentia que aquele carro era o único elo que tinha com seu pai.
Faltava pouco para chegar em casa, estava entediado, uma quadra antes de chegar viu que estava acontecendo uma venda de garagem, se aproximou para ver se encontrava alguma coisa interessante, viu alguns brinquedos velhos jogados em cima de uma bancada, alguns roupas penduradas em uma arara, nada que despertasse seu interesso, já estava quase indo embora quando viu uma caixa escondida no meio daquela bagunça .
Se abaixou e abriu a caixa, e aquilo sim o interessou, ela tinha no mínimo uns dez livro, perguntou para a dona casa quando custava e por vinte e cinco dólares ele levou todos aqueles livros. Noah, era apaixonado por livros, também ali naquela cidade onde nada acontecia, ler era uma das poucas diversões que ele tinha.
Ao chegar em casa sentiu o cheiro de comida fresca.
- Noah, é você querido? - Perguntou Jane
- Sim, tia sou eu...
- Daqui meia hora o jantar está na mesa, vai tomar banho e desce para comer.
Noah, subiu as escadas correndo, sentou no chão do seu quarto se encostou na parede e começou de fato a olhar mais atentamente os livros que acabara de comprar.
O primeiro livro que pegou era Moby Dick, um romance do escritor Herman Melville, o próximo era um romance de um escritor que nunca ouviu falar, foi deixando os livro de lado queria ver qual deles seria sua próxima leitura, mas no meio daqueles livro ele pegou um de capa de veludo azul claro, sentiu com os dedos aquele sensação do veludo e ao abrir viu escrito bem grande de caneta vermelha o nome Christa Jones.
Ainda sem entender, ele começou a folhear e quando viu as primeiras palavras entendeu que aquele não era um livro qualquer, era um diário.
- Que merda é essa? Reclamou Noah.
Fechou rapidamente, não queria invadir a privacidade de ninguém, provavelmente aqueles diários foram parar naquele venda de garagem sem querer.
Amanha vou ter que voltar até aquela casa e devolver esse diário - pensou ele.
Noah, ficou segurando aquele diário algum tempo e se deu conta que não conhecia nenhuma Christa Jones, conhecia quase todo mundo naquela cidade, mas não se lembrou de ninguém com esse nome, olhou mais atentamente dentro da caixa e percebeu que havia outros dois diários como aquele, abriu a primeira página dos dois e lá estava o mesmo nome Christa Jones.
Fechou os diários e guardou-os novamente na caixa, estava decido amanhã iria voltar naquela casa e devolver aqueles diários.
NOTA DA AUTORA: O ATOR DA FOTO (THIMOTHÉE CHALAMET) QUE COMEÇA ESSA CAPÍTULO FOI MINHA INSPIRAÇÃO PARA CRIAR O NOAH
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O Diário De Christa Jones
RomanceNessa história Noah, um garoto simples do interior encontra por acaso o diário de Christa Jones, no começo ele não sabe o que fazer com aquilo, pensou em jogar fora, depois pensou em devolver, até que a curiosidade foi maior, e ele não resistiu acab...