Capítulo 01°

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                       PRÓLOGO

Dahye.

17 anos, meiga, inteligente e estudiosa. Com pais extremamente rígidos, principalmente nos estudos, o que sempre resultou em cobranças e mais cobranças.

Tentou por muitos anos entender o porquê de seus pais a exigirem tanto, mas, conformou-se acreditando que essa foi a maneira na qual foram criados e estavam apenas reproduzindo o que haviam aprendido.

Desde que começou a frequentar a escola, Dahye pôde perceber como seus pais ficavam felizes em exaltar o boletim escolar perfeito e a inteligência da filha, durante os almoços ou jantares em família. Como consequência, eles pressionavam ainda mais a pobre garota, para continuarem vangloriando-se diante dos seus amigos ou colegas de trabalho.

A garota chegou ao ponto de passar a noite acordada estudando para uma prova, pois sentia que não havia se preparado o suficiente. Em várias ocasiões, ela chegou a memorizar as respostas de tanto revisar atividades e textos.

Mas alguns meses atrás, a jovem descobriu que estava grávida. Uma gravidez não era algo que ela planejava nesta fase de sua vida. Embora tivesse pensado vagamente sobre ter filhos em algumas ocasiões, o futuro parecia muito distante, com muitas metas a alcançar, como faculdade, emprego e outras prioridades que desejava realizar antes de considerar seriamente a responsabilidade de ter um filho.

A criança que Dahye estava gerando precisaria de amor, cuidado e carinho, e a jovem estava disposta a proporcionar tudo isso. Consciente de que criar e educar seu bebê exigiria muito de seu tempo, ela sabia que teria que interromper seus estudos por um longo período, o que a deixava relutante, considerando que todos os seus planos e objetivos previamente estabelecidos teriam que ser adiados por um tempo.

Porém, tudo se tornou mínimo para a garota, perto do quão decepcionada sentiu consigo mesma ao ver nitidamente nos olhos de seus pais transbordar mágoa e raiva. A reação de seus pais à sua “irresponsabilidade” foi pior do que ela esperava. Eles a expulsaram de casa, não sem antes fazerem um longo e doloroso discurso. Não deram sequer espaço para defesa. Sentiu-se frustrada por não conseguir pedir ao menos perdão, não tinha tempo para responder verbalmente, mas seus olhos demonstraram tudo que sentia, transbordando água como a nascente de um rio.

Nada conseguiu amolecer os corações cheios de mágoa do homem e da mulher que a criaram, que sabiam perfeitamente que nada do que estavam falando para ela naquele momento era verdade. Porém, estavam cegos pela raiva, não pela gravidez em si, mas, sim, por se importarem demais com o que os familiares iriam falar quando descobrissem que a mais inteligente da família, e que tinha um lindo futuro pela frente, desperdiçou tudo com uma gravidez.

Não se importaram ao menos em saber quem era o pai do bebê, não importava, de qualquer forma o julgaram como “um qualquer”. O choro e as súplicas da filha não tiveram relevância nenhuma. Os mais velhos não sentiram nada ao dizer que a partir daquele momento a garota não seria mais filha deles. Isso gerou em Dahye uma grande dor.

A jovem chorou por dias, se odiou e quis odiar a pobre criança que carregava em seu ventre. Mas ela se sentiu culpada. Como poderia odiar o pequeno ser inocente que crescia dentro de si.

Com o pouco de dinheiro que economizara de sua mesada, Dahye conseguiu alugar um pequeno quarto perto do colégio por alguns dias, mas o dinheiro que tinha não era suficiente para que conseguisse comer e pagar o quarto. Mesmo pulando algumas refeições, não seria suficiente para mais tempo. Por sorte, sua tia Choi Minah soube do acontecido após ouvir comentários sobre o assunto em uma das reuniões de família. Dias depois que chegou de mais uma de suas viagens para resolver outros de seus processos judiciais, a acolheu em sua casa.

Parte do meu DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora