A Jiang mais velha

De volta a realidade

O trio foi até o saguão apressadamente, onde Lan Qiren estava inquieto, andando para os lados com as mãos para trás. Quando os viu chegando, Qiren chamou Nie Mingjue para conversarem a sós em uma sala, então os outros dois sentaram-se em um banco próximo dali para esperar. Ela, claramente ansiosa, esfregava suas mãos uma na outra, enquanto ele só a observava fazer isso.

-Meiluo.. -O rapaz finalmente disse algo após um tempo, e hesitou antes de continuar -Na verdade, eu assisti tudo que aconteceu na clareira...

-Oh, então me diga, você acha dessa situação? -Ela olhou para ele, que só conseguia olhar para as mãos dela.

-Se você realmente gosta dele eu posso aconselha-lo para pedir sua mão -ele finalmente olhou pra ela, o brilho nos seus olhos entregava sua tristeza

-Eu estava dizendo sobre a situação de Nie Zhengyong...

Eles se olharam por alguns segundos sem saber o que dizer a seguir. Xichen só queria pegar na mão dela também, prometer toda a felicidade que pudesse dar caso fosse o escolhido, dedicar a ela todas suas mais lindas composições de amor..., mas pensar que nada daquilo adiantaria, o controlava. Contudo, a garota parecia poder sentir tudo que se passava na mente dele e não sabia como consola-lo. Na verdade, naquele momento, olhando pra ele, ela percebeu que talvez também gostasse dele, mesmo que não falasse tanto como ela, sua presença a confortava e fazia muito bem, além de que não lhe faltava beleza. Como ela estava confusa! Não bastasse todos os acontecimentos do dia, agora seus próprios sentimentos pareciam lhe testar.

-Eu realmente não sei o que vai acontecer com Nie Zhengyong, ao que parece ele está envolvido em mais problemas, é certo que será severamente punido. -Ele olhou pra qualquer outra coisa a sua frente -Não sei se questiona sobre isso, mas sim, a partida de Wen Zhiwei tem relação com Zhengyong.

-É exatamente o que ia perguntar agora. Eu gostaria de saber o que se passa com ela, como se sente com isso tudo, a versão dela, sabe? -Ela suspirou

-Não se preocupe, se tiver ao meu alcance nenhuma injustiça será cometida a Wen Zhiwei -o rapaz esboçou um sorriso sutil

-Obrigado a-chen. Por Tudo mesmo. - Sorriu, finalmente sentindo paz em seu coração novamente.

-Está ficando um pouco tarde, quer que eu a acompanhe até sua habitação? Creio que o tio não se importará, afinal não me chamou até agora... -Ele olhou para a porta, ainda fechada.

-Não sei... E se ele te chamar afinal? Mingjue pode precisar do nosso apoio também, melhor esperarmos.

-Apoio talvez, pois não há nada além de palavras de apoio que possamos oferecer agora. -Ele se levantou na esperança que ela fizesse o mesmo, mas não se moveu.

-Sim. Vou continuar esperando, mas se quiser ir embora, entenderei.

-De forma alguma, não seria apropriado deixa-la. -Ele sentou novamente e esboçou um sorriso, que foi retribuído.

-Me diga uma coisa... -Ela deu uma pequena pausa, que foi o suficiente pra deixa-lo ansioso enquanto a olhava - É realmente aparente que tenho sentimentos por Mingjue? Você citou a clareira, mas não houve nada improprio...

-Desculpe meu atrevimento ao supor isso senhorita, eu não entendo muito dessas coisas, o que faz meu julgamento ainda mais ousado na verdade... Talvez eu tenha suposto por ci- A fala do rapaz foi interrompida pelo abrir da porta, para onde os dois olharam assustados.

Lan Qiren saiu com Nie Mingjue, e se dirigiram aos outros dois. Após cumprimentar Meiluo por pura formalidade e pedir sigilo sobre toda a situação, chamou uma criada que passava para que acompanhasse a garota até sua habitação, e só então começou a passar informações a Xichen.

No dia seguinte, Meiluo descobriria que Mingjue voltou pra sua cidade, acompanhado por Xichen. Os rapazes não voltaram até o fim do período de doutrinação, e tudo que a garota sabia sobre o que faziam era pura especulação que fazia com os demais colegas de classe, enquanto fingia não estar afetada por passar os últimos dias da doutrinação sem seus amigos de verdade. No dia de acender as lanternas, seu único pedido foi que eles estivessem em segurança.

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Assim que Meiluo desceu do barco no Píer do lótus, Jiang Cheng e Wei Wuxian correram pra abraça-la, enquanto seus pais e Yanli sorriam orgulhosos. "bem vinda de volta, sentimos sua falta" disse sua mãe enquanto pegava em sua mão e, ainda a segurando, começaram a andar pra sua casa. Todos estavam extremamente felizes, e durante um momento a garota esqueceu de se preocupar com seus amigos.

No jantar com a família contou apenas o trivial, o esperado, e então enquanto se preparava com Yanli para dormirem, contou tudo envolvendo Mingjue e Xichen, e o como seu coração nunca esteve tão confuso - deixando a mais nova tão ansiosa quanto ela própria só por imaginar.

-Claro que guardarei segredo sobre tudo. Mas você acha que aconteceu algo grave? Não deveriam ter voltado antes? -Disse a mais nova assim que se deitou e virou em direção a irmã, sentada na cama no lado oposto ao seu.

-Acredito que mesmo sendo segredo do clã Nie, saberíamos se algum deles saísse ferido ou pior... -ela também se deitou e virou para a irmã -É uma situação complicada, casamentos entre clãs costuma ser uma forma de reafirmar a aliança e paz entre elas, você e Jin Zixuan por e... quero dizer, esse casamento seria uma faca de dois gumes, como pode! De qualquer forma Nie Zhengyong e Wen Ruochao serão sempre uma ameaça, Zhiwei é só massa de manobra. Os Nie podem eliminar Nie Zhengyong por traição, mas nada pode ser feito com Wen Ruochao sem que gere problemas diplomáticos. Eu realmente gostaria de saber o que estão fazendo!

-Realmente... -A caçula estava quase pegando no sono.

-Boa noite, irmãzinha -ela sorriu e também se concentrou em dormir.

Em seu sonho, Meiluo andava por Gusu com Mingjue e Xichen, todos alegres até chegarem na clareira e encontrarem vários coelhos brutalmente assassinados. Os dois rapazes começaram a lutar entre si, responsabilizando um ao outro pelo assassinato, enquanto a garota só gritava que parassem -até que acordou, também dando um grito.