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Jack G
-Amor, você não vai me dizer aonde vai? -ela me pergunta pela terceira vez enquanto eu to correndo para terminar meu banho.

-Eu vou sair, já disse! -grito de volta.

-Mas onde você vai, caralho? -ela grita novamente para mim, que agora me encontrava de toalha, pronto para sair do banheiro.

-Madison, você não pode controlar todos os meus passos. -abro a porta do banheiro e vou em direção ao meu armário.

-Não quero controlar seus passos, quero saber onde você vai.

-Sim, você quer controlar meus passos.

-Eu só quero saber o porquê de eu não poder ir junto. -ela diz e me olha, raivosa.

-Madison, você sai sozinha e eu não encho o seu saco mano. Eu até te levaria, mas aposto que você não vai gostar do lugar. -digo tentando convencer.

-Tudo bem, eu vou sair com a Alana e a Stassy mesmo. -ela levanta e vem até mim, me abraçando por trás e me dando um beijo.

-Você deveria estar na escola, não?

-E você não? Você tá faltando aula também. -ela diz e eu reviro os olhos.- Ops, acho que elas chegaram. -ela me dá um selinho rápido. -Tchau amor!

-Tchau mo. -grito para ela, que nessa altura já estava descendo as escadas.
Foco nas minhas roupas e busco uma blusa azul clarinho, uma calça preta justa e um tênis branco.
Ajeito o meu cabelo e busco pela minha carteira e chaves de casa.
Desço rapidamente e peço um carro de aplicativo.
Minha mãe me olha e da um sorrisinho.

-Onde você vai, mocinho?

-Hoje deu pra todo mundo querer saber onde eu to? -indago

-Calma, amigão. Eu só fiz uma pergunta. -ela coloca aos mãos para o alto, em ato de rendição.

-Desculpe, mãe, eu só to nervoso. -ando até ela e a abraço. Um som é emitido do meu celular. -Preciso ir, o carro chegou. -sorrio e saio andando até a porta de entrada.
Entro no carro e cumprimento o senhor motorista.

-Bom dia meu jovem, para onde vamos? -ele pergunta.

-Para o teatro da sicamore street.-respondo e um sorriso involuntário aparece nos meus lábios.



-Obrigado. -digo descendo do carro depois de pagar pela corrida. Encaro aquele grande teatro e penso se não seria melhor voltar para casa.
Tomo coragem e caminho até a entrada, vendo dois seguranças olharem para mim. Passo por eles e vejo, então, um lugar escuro, apenas com as luzes do palco. Perfeito.
Não vou até os bancos, fico lá de trás, perto de uma pilastra, onde eu poderia me esconder.
Passo os olhos pelos inúmeros bancos que haviam no local e paro quando vejo os meus amigos. E derek.
Elevo meus olhos até o palco e procuro pelo rosto conhecido.
Mal a reconheço com aquele vestido, ela está tão linda.
Ela não para de sorrir, deve estar radiante.
A música começa a tocar e a orquestra é simplesmente incrível.
Todos estão em completa harmonia e tudo parece perfeito.
Fico assistindo escondido feito um bobo, vendo ela passar o arco e sorrir, de olhos fechados, sentindo a música.

Depois de alguns minutos a orquestra acabou, e todos levantaram eufóricos batendo palmas.

Umas duas pessoas entraram depois, separadamente, tocando um instrumento.

E na terceira vez, ela entra novamente.
Puxa um banco e se senta, com toda a luz foçada nela. Ela posiciona o violino e o arco.
Respira fundo e passa o arco lentamente, começando o seu solo.
Eu estou, literalmente, hipnotizado.
Eu sempre a achei incrível e vê-la naquele palco, fazendo o que mais ama, é simplesmente gratificante e sinto meu coração aquecido.
Como eu queria dizer o quão bonita ela fica assim.

Mal percebo quando a música acaba, eu estava focado nela.
Ela sorriu e agradeceu, saindo do palco.

Mais algum tempo se passou com mais artistas tocando instrumentos sozinhos.
Quando todos acabaram, apressei-me para ir embora antes que alguém me visse.


Já no carro, voltando para casa, me encontro pensando em como eu queria estar sentado lá com eles.
Eles estavam lá por ela, e eu não poderia estar.
Eu queria tanto.
De certa forma eu estava, mas ela nunca vai saber.

Violin. // Jack G.Onde histórias criam vida. Descubra agora