Epílogo 2

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Pov Rafaella

Aqui estávamos nós aflitas, a criança estava no consultório sendo atendida, eu sentia um aperto em meu peito, tentava imagina que poderia ter feito tamanha monstruosidade dessa com um ser indefeso que não pediu pra vir ao mundo, as lágrimas já lavavam meu rosto que estava entre minhas mãos. Gizelly tratou de cuidar de toda a parte burocrática, falava com os polícias, os responsáveis do conselho tutelar e o médico que atendia a pequena. Eu só queria que aquela situação acabasse, pra eu ver logo aquele bebê, saber se tudo ficaria bem.

_ Amor?- disse Gizelly se aproximando.- Toma, beba um pouco dessa água. Eu liguei pras meninas pedi pra Manu dá uma passada no shopping e comprar fraldas, roupa e um brinquedo, acabei de transferir o dinheiro pra ela.

Tomei um gole daquela água.

_ Calma tá amor, ela tá bem já.

_ Souberam algo sobre os pais?- perguntei

_ Os polícias junto com os conselheiros, foram lá no local, vão pedir as imagens das câmeras dos dois prédios, eles retornarão com informações mais tarde.

Apenas assenti sem dizer muito. Gizelly sentou ao meu lado, imediatamente me agarrei ao seu corpo. Precisava do meu refúgio, e eu sempre encontrava ali em seus braços.

Logo Dr. Júnior saiu da sala, nos comunicando que a pequena estava tomando um soro e alguns medicamentos, precisaria ficar ali de observação, estava desidratada, desnutrida e acharam substâncias tóxicas no organismo da pequena. Eles tinham colocado em um quarto e estava dormindo, tínhamos levado ela para um hospital particular, eu e minha noiva tínhamos decidido arcar com tudo, só queríamos que ela ficasse bem. Logo fomos levados para aonde ela estava,assim que adentrei o quarto, vi ela ali totalmente indefesa, dormindo, já não tava mais enrola no moletom de Gizelly, tava com uma fralda descartável e uma roupinha de hospital. Caminhei até a cama, vi que ela estava com a mãozinha imobilizada, pois estava no soro. Meus olhos estavam marejados, sentia um nó na garganta. Cheguei mais perto dela, fiquei fazendo um leve carinho em seu rosto. Gizelly terminava de acertar tudo com o médico.

_ Mais logo a nossa pediatra virá, ela fará uma outra avaliação na criança, como vocês ficarão aqui tomem cuidado assim que ela acordar pra não puxar o soro, qualquer coisa é só chamar. E assim que os conselheiros chegarem junto aos policiais voltarei aqui.

Fiquei ali com Gizelly, as duas em silêncio, eu estava angustiada, eu sentia necessidade de chorar e ao mesmo tempo pegar aquela criança no colo e cuidar dela pra sempre. Mais uma vez não segurei as lágrimas, elas rolavam em meu rosto. Senti meu corpo ser puxado, Gizelly me enlaçou com seus braços, me virei e enterrei meu rosto em seu ombro, minhas lágrimas molhavam seu ombro quase nu. Ouvimos as portas sendo abertas, virei-me eram Manu, Tais, Bianca e Mari. Cada uma entrou segurando um urso e algumas sacolas.

_Trouxemos algo pra vocês duas comerem, acho que a última vez que se alimentaram foi na confeitaria né? - disse Taís.

_ Obrigada Dadalto, mas tô sem fome!- disse Gizelly fazendo todas olharem para ela que estava agora olhando para a bebê, as meninas tinham expressão de espanto, minha noiva nunca recusava comida.

_ O que o médico falou sobre a bebê?- Manu perguntou.

_ Ela tá desnutrida, desidratada, tem algumas assaduras nas partes íntimas, a boca tá ferida, garganta inflamada, fora que o frio de hoje maltratou muito ela, quase teve uma hipotermia.

_ As vezes eu queria saber o que leva uma mãe abandonar um criança indefesa como ela.- disse Mari

_E a mãe?- perguntou Bianca

_ Estão atrás.-respondi.

_ E se não encontrarem a mãe?- foi a vez de Bianca perguntar.

_ Ela vai ser levada a um orfanato.- disse Taís.

Meu coração apertou, como pode uma criança indefesa viver longe de uma família. Ela precisa de cuidados, de amor, atenção. Eu poderia adotar, mas será se Gizelly vai aceitar.. Agora que iremos começar uma vida juntas.

_ Eu quero adotar ela....- fui tirada dos meus pensamentos, olhamos em direção a Gizelly, que me olhava fixamente - Se a mãe não aparecer eu vou adotar ela, não sei você vai aceitar Rafaella, mas eu quero cuidar dela, proteger e amar.

Seus olhos agora estavam molhados, lágrimas escorriam pelo seu rosto, eu sabia o que ela tava sentindo,, pois estava da mesma formas.

_ Se for da vontade de Deus meu amor, adotaremos ela sim.

_ EU SEREI A MADRINHA.- Manoela gritou .

_ Eu também!- falou Taís em seguida.

_shiiiii! Suas loucas vão acordar a pequena.- realmente não demorou pra pequena gemer encima da cama.

Minha noiva tratou de acarinhar ela, caminhei pra mais perto. Ela nos olhava um pouco assustada, Gizelly caminhou até uma sacola pegou um dos brinquedos e mostrou pra pequena, que abriu um pequeno sorriso e esticou a mãozinha pra pegar. As outras se aproximaram com os outros brinquedos, mesmo que tenha olhado assustado pra cada uma delas, assim que começaram a brincar com ela, bater palmas e mostrar aquele monte de brinquedo chamativo ela logo se animou. Olhei pra Gizelly que estava sentada com o corpo inclinado na cama servindo de encosto pra pequena, ela tinha um sorriso lindo. Pude ver o quão podíamos ser felizes, poderíamos sim ser boas mães, se for da vontade de Deus essa pequena será sim parte da nossa família.

A porta se abriu e era uma enfermeira, trazia comida para a pequena.

_ Vamos alimentar essa princesa!- falou assim que entrou.

_ Huuum, alguém vai comer!- disse Manu batendo palminhas e a pequena acompanhou, arrancando risos de todas.

A enfermeira tentou da a comida pra ela, mas ela ficou um pouco retraída e se aconchegou mais para trás no corpo de Gizelly.

_ Ei bebê, você precisa comer. - disse minha noiva.

_ Cê quer que eu experimente pra ver se ela come?- perguntei.

Ela apenas assentiu me entregando a comida.

_ Ei bebê, vamos comer, neném precisa ficar fortinha. Vamos brincar de avião?- levei a colher ate sua boca fazendo barulhos tentando imitar um avião, ela sorriu e abriu a boca, foi a primeira colherada, ela sorria mostrando seus 4 dentinhos com a papinha na boca e um dos chocalhos na mão. Gizelly bateu palminhas a fazendo sorrir.

Levei novamente a colher até sua boca e ele comeu. Quando levei a terceira ela apontou pra Gizelly.

_ Acho que ela quer pra você dá pra Gi, Rafa.- disse Mariana.

_ Ah não bebê, a tia não quer.- a pequena não quis também, ficou encarando Gizelly e a colher. A mesma suspirou - Tá a tia vai comer apenas uma colherada e você o restante.

_ Gizelly tem certeza que ela tá entendendo o que cê tá falando?- disse Bianca sorrindo.

Levei a colher até a boca de Gizelly que comeu, fazendo a pequena bater palminhas e abri a boca. Levei a colher a sua boca e ela bateu palminhas novamente. E assim conseguimos alimentar ela.
Assim que acabou de comer demos água e ela teve que tomar uma injeção, não sei quem chorou mais, ela ou nós 6. Gizelly colocou a pequena no colo com cuidado para não tirar o soro. Ela estava sendo paparicada por nós, quando o médico, o conselheiro tutelar e os dois policiais adentraram o quarto com uma mulher.

_ Boa tarde senhoritas, essa aqui é a mãe da criança...

Bolha De Sabão! (GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora