O cavalo não me dá um tempo nem quando está longe!

1.4K 141 316
                                    


Abri os olhos imediatamente ao ouvir risadas conhecidas. Connor e Travis seguravam as barrigas de tanto rir, de pé ao meu lado. 

— Você tinha que ver a sua cara quando caiu! — Travis disse, gargalhando.

— Foi hilário! — seu irmão concordou.

Era impressionante como até as risadas deles eram iguais, fazia muito sentido as pessoas os confudirem tanto. Mas aquilo não fazia diferença no momento pois eu queria quebrar a cara de ambos.

— Muito engraçado, ladrõezinhos. — resmunguei, revirando os olhos.

Então, antes que eles pudessem reagir, derrubei cada um com uma rasteira e me levantei, satisfeita. Aquilo era tão normal que quem estava no chalé apenas riu e continuou o que fazia. Não deveria ter mais gente ali? A iluminação também estava estranha pra uma manhã, as luzes não deveriam estar acesas aquela hora. 

Eu ainda estava sonolenta e meio desorientada. 

— Ai, Ally. — Connor resmungou, se sentando.

— Pra quê isso? — completou Travis, acompanhando o mais novo.

— Vocês pediram por isso. — dei de ombros, começando a arrumar a minha cama, ainda me perguntando o motivo de ter menos gente que o normal na cabine e das luzes estarem acesas. O que eu perdi? Parando pra pensar, sinto como se tivesse dormido por um dia inteiro ou até mais.

— Não te derrubamos da cama! — protestaram em uníssono, tirando-me de meus devaneios.

— Como se a Ally não conhecesse vocês o suficiente para saber que estão mentindo.

— Luke! Não nos dedure!

— Vacilão.

Eu ri e olhei por cima do ombro, vendo o loiro se aproximar. 

— O Sr. D pediu pra te chamar. — avisou ele, se recostando na parede e cruzando os braços. 

— Por quê? — perguntei, contendo um gemido. 

— Uhhhh, Ally está encrencada. — cantarolaram os Stoll.  

— Deve ser porque faltou todas as atividades de hoje. — Connor riu. 

— O quê? 

— Até perdeu o almoço. — Travis continuou.

Então eu me lembrei. Esses dois bossais me mantiveram acordada a madrugada inteira, viramos a noite e eu acabei pegando no sono depois do café, já que não tinha dormido. Obviamente dormi mais do que o planejado. Mas o Sr. D não se importaria de eu ter perdido as atividades do dia, se importaria? 

— Acho que não. — Luke deu de ombros, como se tivesse lido meus pensamentos. — Ele disse que tem algo pra você.  

— Ah, que ótimo. —  bufei, já antecipando o que viria. 

Levantei o colchão e abri o cadeado antifurto que usava para manter os pestinhas longe das minhas coisas. É, eu tenho um baú embaixo da cama (anexado, na verdade). Tanto o baú quanto o cadeado foram um presente de aniversário que Charles Beckendorf me deu. Não há nada que um filho de Hefesto não possa construir, especialmente Beckendorf, ele era incrível e um amor de pessoa. Adoro ele.  

Depois de tomar um banho não tão rápido assim (era fim do dia e eu ainda não havia tomado um) e de trocar de roupa, corri para a Casa Grande, já me preparando psicologicamente porque sabia que teria de ouvir o Sr. D reclamar. 

— Por que demorou tanto, praga? — perguntou ele quando cheguei. 

Carinhoso como sempre. 

— Eu estava dormindo. — retruquei sem dar importância. 

Alex Jackson | A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora