A lenda de Ubasti

Sequestro

AAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Completamente atordoado Steve sentou-se na cama ao ouvir um grito de claro desespero vindo de fora. Ainda tonto e com a cabeça doendo pela queda de pressão por ter se levantado rápido, ele pegou uma faca na cozinha, um bastão de beisebol que tinha guardado e correu para o gramado.

Os gritos vinham de uma ruela mais à frente. Ninguém havia saído para fora ainda além de Steve, apesar dos gritos, e não havia tempo para chamar por eles. Após mandar seu endereço para a polícia pedindo por ajuda, correu para onde o barulho parecia vir e viu uma cerca velha, cheia de aberturas e coberta pelo mato alto que levava ao gramado de um terreno baldio. Como a rua era bem iluminada, resolveu entrar cautelosamente. Os gritos ficavam mais próximos e menos frequentes com o tempo e Steve olhava por todos os lados pensando em cada reação que deveria fazer ao encontrar a pessoa. No entanto, minutos se passaram e já não se ouvia os gritos e nem encontrara uma pessoa sequer. 

- Acho que é melhor eu voltar e deixar isso com a polícia - O homem virou-se para a cerca por onde entrara, mas assim que pretendeu andar, todas as luzes se apagaram, uma após a outra, até que toda a vizinha estivesse em completo breu. 

- Porcaria! – revirou os bolsos em busca de seu celular, mas percebeu que esquecera em casa. - Porcaria, outra vez! - O escuro era tão denso que não era possível ver absolutamente nada. Steve parou por um momento para tentar se recordar do caminho de volta, mas logo uma luz se acendeu à sua frente. Não parecia a luz de uma lanterna e sim... - uma fogueira?? - Uma segunda se acendeu ao lado da primeira, seguida por outras formando um meio círculo ao redor de Steve. 

- Mas o q..?

As luzes tomaram forma de um caminho que adentrava o terreno baldio, como um convite. Steve tentou sair do círculo, mas antes que conseguisse o fogo se alastrava alcançando uma altura maior que a dele. 

Pelo visto, sua única saída era aceitar o destino à sua frente e esperar que a ajuda viesse. 

- droga.

Algum tempo depois

As chamas à frente de Steve acendiam à medida que ele se aproximava e as de trás se apagavam assim que passava por elas. Todas as suas tentativas de fuga ou de chamar por ajuda foram frustradas e não era possível que visse nada além do alcance da luz das chamas. Enquanto pensava em alternativas, percebeu que a claridade estava aumentado e erguendo os olhos viu que a lua finalmente aparecera num céu que exibia com orgulho suas milhares de milhares de estrelas. Talvez, a cena mais linda que já vira. 
Pouco depois, percebera que estava sozinho num campo aberto e as chamas haviam sumido. Ao longe uma cerca dividia a área e um animal de porte médio, aparentemente, se aproximava vindo em sua direção. Algo parecia errado, mas a escuridão, a distância e a apreensão de Steve não o deixava perceber o que era. Quanto mais perto o animal ficava, maior e mais imponente parecia até que Steve paralisado, visse os mesmos olhos dourados de outro dia. Os cabelos movendo-se com o vento, a respiração forte.

- Olá, Steve.