A sua espera - Noart

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Mais um fim de tarde depois do trabalho, Sina estava no ônibus sentada numa poltrona ao lado da janela. A sola dos seus pés e suas canelas doíam de tanto andar de lá pra cá naquela bendita lanchonete, mas estava feliz afinal estava chegando em casa e sempre que estava chegando em casa suas esperanças são renovadas.

Ela estava olhando vagamente pela janela até que viu um homem relativamente magro com o cabelo quase no ombro entrando numa loja de instrumentos musicais,
- É ELE! - sua mente gritou.

O ônibus tinha acabado de parar em uma estação,ela saiu correndo e acabou esbarrando numa senhora que subia as escadas com várias sacolas, o esbarrão fez todo o conteúdo das sacolas rolar ônibus a baixo, Sina alheia a situação apenas continuou correndo - ignorando as ofensas que a senhora lhe lançava - em direção a loja de instrumentos em que o homem minutos atrás tinha entrado.

- Noah? - ela disse depois de enfim alcançar o rapaz e tocar seu ombro, quando o mesmo se virou ela viu um rapaz de olhos negros, sardento e um nariz extremamente redondo - Não é ele - lembrou-se ela - Perdão foi um engano - disse e se retirou da loja

Mas uma vez foi só uma ilusão de sua cabeça e da saudade. Sina olhou para onde estava o ônibus e só viu uma velha cof idosa histérica andando de um lado para o outro e um show de cores no chão, estreitou os olhos para enxergar melhor e.... Ah droga, eram frutas amassadas.

- Mais um dia na vida de Sina Maria Deinert! - gemeu enquanto caminhava em direção a mulher

[...]

Sina estava parada em frente a sua casa agachada com as mãos nos joelhos, foi uma caminhada considerável a que teve que fazer do ponto de ônibus até sua casa já que dera todo o dinheiro que estava na bolsa para aquela "velha chata"- apelido que Sina a nomeou.

Mas caros leitores sejamos sinceros que era o mínimo, afinal a nossa platinada aqui fez a pobre velha - cof- idosa, perder o ônibus e suas frutas.
Mas voltando as pensamentos de Deinert...

- Maria, querida - chamou Meire, a vizinha solteirona de Sina, qual era o problema daquela mulher de chama-la pelo primeiro nome? Tudo bem que Sina também não era lá grandes coisas afinal é sinônimo de fatalidade mas ainda assim é melhor que Maria. Porque ela estava pensando isso? Aquela senhora é tão boa pra ela, não importa qual nome ela a chame.

Sina respirou fundo e se endireitou
- Boa noite Dona Meire! - e sorriu

- Aqui estão suas chaves querida - a mulher a entregou um bolo de chaves, Sina deu outro sorriso mas dessa vez um sorriso triste - se me permite dizer... - sina assentiu - acho que ele não voltará querida - Meire tocou o ombro de Sina como consolo - devia seguir em frente, você não recebe mais notícias dele, não sabe se ele não está com outra agora - sina enrijeceu - ou se - uma pausa - sei lá - outra pausa - morreu - a platinada enrijeceu mais ainda, mesmo achando isso impossível - não leve a mal querida - disse a negra a sua frente com voz doce e com o olhar amável.

A Alemã olhou para a mão com o bolo de chaves agora um pouco umidas pelo suor de suas mãos

- Eu entendo sua preocupação, e prometo que pensarei a respeito - as duas sorriram - um sorriso fraco - e Sina entrou em casa

Sina se jogou no sofá, e começou a pensar sobre 1 ano atrás.
Noah foi embora, e a culpa foi dela, ela vivia para o trabalho, não dava mais atenção a ele nem a ninguém ao seu redor, tanto é que perdeu muitos amigos. Ela nem almoçava mais em casa, chegava em casa de madrugada e voltava pra empresa de manhã, seu cachorrinho havia morrido porque ela não reparou que ele estava doente. Ela implorou a Noah que ficasse, disse que iria mudar mas ele não acreditou, também pudera, ela ja havia prometido isso milhares de vezes.

Mas quando ele foi embora ela realmente mudou, largou o grande cargo que exercia em uma das maiores impresas de São Paulo e virou garçonete, para muitos isso é uma piada, que idiota faria isso?

Uma Idiota Loira que havia perdido o amor de sua vida, seu companheiro de infância, seus amigos e o tempo que ela tirava para ler, por causa de um emprego estressante em uma área que ela nem gostava, com um chefe INSUPORTÁVEL, então para Sina M. Deinert, e para essa que vos fala isso foi MUITÍSSIMO vantajoso.

Sina levantou do Sofá, respirou fundo e então foi em direção a cozinha, enquanto passava em frente ao seu quarto pareceu ter visto Noah deitado na cama, então voltou e não tinha ninguém

- Outro delírio - sussurou e uma lágrima escorreu pelo seu rosto

Ela foi até o guarda-roupa e tirou de la uma toalha creme e puxou o cheiro que ela emanava, era o cheiro dele, aquela toalha era dele, a única coisa que ele deixou para atrás

Era melhor chorar e aliviar seu coração, ela pegou o celular foi no contato dele:

Tô sentindo que vc tá perto de mim

Ela enviou, gostava de enviar mensagens pra ele mesmo sabendo que ele provavelmente a havia bloqueado, olhou para suas mensagens anteriores e se assustou ao ver dois verificados azuis

Digitando...

- MEU DEUS - Sina gritou sem perceber, pois a mão na boca e então

Eu voltei "-"

Sina soltou o celular, foi correndo em direção a rua, tropeçando em sua bolsa que estava no chão da sala, mas logo se levantando.

Ela o viu, o cabelo cortado mas não curto ao ponto de não cair alguns fios em seu rosto, os olhos verdes brilhando, as bochechas levemente rosadas, O corpo de Sina se arrepiou, o de Noah também, Noah soltou sua mala fazendo com que a mesma caísse e Sina se jogou em seus braços

Noah quase caiu, com a pressão exercida contra seu corpo mas logo se recompôs e enlaçou a cintura de sua namorada com força, para garantir que aquilo não era um sonho ou que ela não fosse evaporar.

Depois de alguns segundos Sina se afastou apenas o suficiente para pôr as mãos no rosto do moreno a sua frente e então acariciou suas bochechas, Noah fechou os olhos apreciando o toque e sussurrou

- Eu voltei

Oi Pessoinhas, volteiiii
Votem e interajam comentando,
ajuda muito sério "-"

One Shots - Now unitedOnde histórias criam vida. Descubra agora