10 - Os Sonhos e as Lembranças

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Datas do capítulo:
Este capítulo foi originalmente escrito em 8 de Julho de 2018, às 19:30.
Ele foi revisado pela última vez em 20 de Setembro de 2024, às 21:22.
E foi traduzido para o Inglês em 26 de Setembro de 2024, às 20:53.


Era uma quarta-feira, dia 22 de Abril de 2020, às seis e meia da manhã.
Pequenata estava dormindo junto com Júlia, elas estavam sonhando o mesmo sonho.
Ela estava sentada em uma nuvem rosa, macia como um algodão, e Júlia estava ao lado dela.
A nuvem tinha uma forma de cadeira onde você poderia encostar as costas e também tinha apoio para os pés.
Pequenata olhou para baixo, ela estava muito alto no céu, podendo ver as cidades e os prédios lá de cima, e o lindo sol entre as nuvens.
Júlia e Pequenata estavam sentindo o vento forte e a brisa fresca, relaxando nas cadeiras feitas de nuvem.
Ela não tinha medo de cair, mesmo que fosse muito alto, porque sabia que poderia voar no sonho.
As garotas viram um homem sentado em uma nuvem amarela, se aproximando delas, com um violão.
Pequenata pensou que ele parecia o Goku do anime Dragon Ball voando em uma nuvem.
Ele chegou perto da nuvem das garotas e sua nuvem ficou se mexendo lentamente.
O homem disse que seu nome era Miguel, e que ele era Mexicano, Pequenata conseguia entendê-lo como se ele falasse Português.
"Eu vou cantar uma música que meu tataravô fez para minha bisavó quando ela era criança", disse Miguel.
Com um olhar distante, Miguel começou a cantar, como se as palavras fossem um presente de seu passado.
"Lembre de mim
Hoje eu tenho que partir
Lembre de mim
Se esforce pra sorrir

Não importa a distância
Nunca vou te esquecer
Cantando a nossa música
O amor só vai crescer

Lembre de mim
Mesmo se o tempo passar
Lembre de mim
Se um violão você escutar

Ele, com seu triste canto
Te acompanhará
E até que eu possa te abraçar
Lembre de mim", cantou Miguel com muita emoção, lembrando-se de seu tataravô e sua bisavó, e chorando.


Júlia e Pequenata choraram junto com Miguel, sentindo as mesmas emoções que ele.
Pequenata se lembrou de sua irmã e irmão perdidos, eles desapareceram quando ela tinha dezesseis anos.
Ela não se lembrava de suas faces ou vozes, apenas dos momentos que passou com eles e Carol, brincando juntos na infância.
A dor da saudade a envolveu, e as lágrimas escorriam por seu rosto.
Júlia percebeu isso e abraçou Pequenata forte, acariciando seus cabelos.
"Eu sinto muito pelo seu tataravô e sua bisavó", disse Júlia, olhando triste para Miguel.
"Muito obrigado, eles estão em um lugar melhor agora..." respondeu ele.
"Você também perdeu alguém?" perguntou Miguel, olhando triste para Pequenata.
"Sim, meus dois irmãos quando eu era pequena..." respondeu Pequenata, limpando suas lágrimas.
"Eu sinto muito por isso... Espero que um dia você consiga se reencontrar com eles..." disse Miguel, com um olhar compreensivo.
"Obrigada, eu também espero..." disse a garota, sentindo um calor reconfortante na conexão que havia criado com Miguel e sua música.
Os três se despediram, e Miguel continuou voando pelo céu, desaparecendo lentamente entre as nuvens, em direção ao pôr do sol.
Pequenata e Júlia se entreolharam com um sorriso suave, sentindo a força das memórias e a importância de se lembrar das pessoas que amamos.
Naquele momento, o amor que compartilhavam se tornou ainda mais profundo.
Ele as unia não apenas em sua dor mas também na esperança e alegria das lembranças que guardavam.
Júlia também sentia saudades de sua irmã Vitória, que morava em Nova Iorque, longe dela, e desejava visitá-la.
Então, as nuvens rosas se uniram e se transformaram em uma cama, cobrindo as garotas com nuvens macias como algodão.
Elas se abraçaram e, enquanto adormeciam, um novo sonho surgiu para Pequenata.


A garota estava deitada em uma cama de casal feita de bio plástico de algas, envolta em um cobertor azul feito de fibra de bambu.
O travesseiro era azul e recheado de algodão orgânico.
Ela estava em uma espaçonave, flutuando pelo espaço, e olhou por uma das duas janelas.
Pequenata viu o Sol em uma janela e a Terra na outra, bem longe, onde pôde avistar o Brasil.
Ao olhar ao redor da espaçonave, notou um guarda-roupa com suas roupas e uma geladeira azul.
Também havia uma mesa para computador com gavetas, um computador, e uma cadeira gamer parecida com a dela.
Pequenata viu duas portas automáticas que abriam para baixo quando alguém se aproximava.
Acima de uma porta estava escrito "Banheiro", e na outra, "Academia".
A porta do banheiro ficava à direita da cama de casal.
Pequenata também notou dois banners em duas paredes da espaçonave, as paredes onde as janelas estavam.
Em cada parede, havia um banner azul claro com o texto "SpaceLiving" e um banner azul escuro com o texto "LonelyShip".
LonelyShip era o nome da espaçonave onde Pequenata estava.
"Por que eu tô nessa espaçonave sozinha? Isso é um sonho?" Pequenata se perguntou, olhando ao redor da espaçonave.
A luz estava acesa, mas Pequenata não viu nenhuma lâmpada no teto, talvez as lâmpadas estavam escondidas.
Ela se levantou e apagou a luz no interruptor que estava ao lado da porta da academia.
As paredes eram feitas de um plástico especial, a parte de plástico do teto se abriu e Pequenata notou uma placa de vidro ali.
Ela poderia olhar para o teto e ver as lindas estrelas brilhando ao longe.
Pequenata escutou um som de turbinas ligando, eram as turbinas da espaçonave.
Depois de alguns segundos, a espaçonave se ajustou, e agora Pequenata poderia ver a Terra ao olhar para o teto.
A garota estava muito feliz de estar em uma espaçonave tão tecnológica e interessante.
Ela amou ver a Terra de longe e pensou em Júlia, seus amigos, e sua família, ela ficou triste por estar longe deles, e ela se sentiu solitária.

A Vida de PequenataOnde histórias criam vida. Descubra agora