ELE & ELA

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                                                                                         CAPÍTULO I

                                                                                                     ELA

                                                                                                     ELA

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Como acontece a cada um segundo nesse planeta ela nasceu; cabelos negros, olhos negros como a noite. Tendo o instinto natural que toda mãe tem, sabia que a vida daquela garotinha não iria passar em branco, gritando em plenos pulmões e nascida, sessenta dias antes da hora... Ali estava uma criaturinha que tinha determinação, queria começar logo a viver. Poderia ser um menino, pensou a mãe, meio desanimada, depois de ter trazido ao mundo a quarta filha. Sabia que o marido ansiava muito por um menino, mas no fundo toda criança nascida naquela casa (menino ou menina) era bem-vinda.

Deixando de lado esses pensamentos indesejáveis, concentrou-se no pequeno corpo em seus braços, e suas pálpebras cansadas e úmidas pôs-se a fechar com o peso dos esforços feitos minutos antes.

A infância de Flor poderia ser normal se ela não se contentasse com as respostas evasivas, que não preenchesse suas dúvidas ou expectativas. Diante de tanto interesse e persistência em saber as coisas para uma criança de três anos de idade, seus pais e suas irmãs mais velha ficavam cada vez mais intrigados com aquele pequeno ser cheio de vontade de saber e aprender mais.

Sim, pois era isso que Flor queria, saber, saber, sempre mais, ter informações sobre tudo, mal conseguia pronunciar com fluência as palavras, mas querendo saber o seu significado.

Tão envolvida estava em sua sede de saber que a pequena Flor começou a se fechar para os sentimentos e relações humanas, passando horas folheando livros, jornais e revistas velhas, às vezes vendo até de cabeça para baixo, pois, as palavras lhe eram vistas em âmbitos sentidos, as figuras que lhe causava admiração era estudada com interesse por horas a fio, dando interpretações variadas até onde sua cabecinha infantil, mas não menos sábia podia dar.

Seu comportamento preocupava sua mãe que certa vez comentou com o esposo.

- Deixa ela! Pelo menos está quieta e não se machuca.

Respondeu o pai cansado, tendo dois empregos, para que nada faltasse a suas filhas e sua mulher, grávida de seis meses.

Não que ele não se importasse com a filha, mas tendo acontecido vários acidentes com suas outras filhas, que eram inquietas demais, assim sendo não o incomodava nem um pouco ter uma filha mais sossegada e menos irrequieta e briguenta.

Ah! E como eram briguentas, pensou o pai em seus devaneios, e sabendo como suas filhas eram conhecidas na vizinhança e região pelos seus gênios fortes para não dizer encrenqueiras. 

Mas isso não aliviava a preocupação da mãe, não sabia por que, mas se sentia distante de Flor, ela sabia que isso não tinha sentido, mas, no entanto, cada vez mais se via distante da filha inteligente e interessada, diferente das outras irmãs e até mais organizada e prestativa enfim, nunca precisava de ajuda, portanto não era uma criança que precisava de atenção, ou seja, isso não era normal para uma criança de sua idade, até então com três anos e alguns meses.

ENTRE O E A AMIZADEOnde histórias criam vida. Descubra agora