Capítulo 1 - Prólogo

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Rio Volga, Século XX

Frente Oriental, Segunda Guerra Mundial

Batalha de Stalingrado




Era algo doentio de se olhar, além dos barulhos de vários estrondos simultâneos, os gritos, os choros, as orações, era todos juntos em um uníssono e formavam a música mais horripilante que os ouvidos humanos puderam ouvir.

Nas instalações médicas perto do Rio Volga, a cada minuto eram trazidos novos soldados da União Soviética e seus aliados. Até o momento aquela se encaminhava para ser a batalha mais sangrenta de todas. No meio de tudo isso, acontecia uma história paralela. Uma história de amor talvez, amor impossível. Um triângulo amoroso entre uma humana, um anjo e um demônio. Sim, eles existem.

Ali com o uniforme sujo de sangue, estava uma garota prestes a completar seus dezoito anos se encontrava Gaia Chernoff, uma moça doce, delicada, muito bonita. tinha seus longos cabelo castanho tão claros que era quase um loiro, seus olhos eram de um tom azul claro, quase cinzas, carregavam as dores de uma guerra e as dores de dois amores. Seu coração estava dividido em vários pedaços, ela pensa nos seus pais em Moscou, em Dominic um demônio que ela conheceu no ano passado e que descobriu ser destinada para ele, em Nathaniel um anjo que também conheceu no ano passado e que também era destinada para ele.

Junto com ele se encontrava Augostine, uma anja que se tornou sua melhor amiga e que estava passando por coisas difíceis. Allegra, outra anja que por ter uma paixão secreta por Nathaniel, não gostava muito de Gaia e Vivienne, uma demônia que adorava provocar Gaia. Todas com o mesmo uniforme e com a mesma expressão de preocupação. Faltava apenas algumas horas.

Esses humanos, os anos se passam e eles continuam fazer as coisas erradas — reclamou Vivienne enquanto lavava as mãos sangrentas.

Eles estão apenas perdidos Vivienne, tenho certeza que logo essa guerra acaba — disse Allegra que corria de um lado para o outro tentando acalmar o máximo de soldados que conseguia.

Para começarem outra — grunhiu a demônia se irritando.

Ainda não acredito que vocês estão do nosso lado nessa guerra — comentou Augostine dando de ombros.

Até a gente sabe, que o que esses idiotas da Alemanha estão fazendo é idiotice — respondeu grosseiramente.

São eles — disse Gaia, ignorando a pequena briga e correndo ao encontro do Nathaniel, Gael e Ava. Ela se jogou nos braços de Nathaniel, que a acolheu em um abraço caloroso. Que logo se desfez quando ela sentiu falta de alguém — Onde está Dom ? — Ava, que também era enfermeira olhou para os amigos e foi para dentro da tenda, Gael e Nathaniel se olharam sem saber o que responder. — Nate, onde está Dominic ? — sentia seu olhos marejaram.

Estou aqui — disse uma voz chegando no topo da pequena montanha que separava a tenda dos médicos com o campo de batalha. Era ele, Dominic. Ele carregava Jarder que estava muito ensaguentado e Owen o ajudava. Gaia não se importou e correu para abraçá-lo. Ele aceitou o abraço e deixou Jarder com Owen

Vivi, ajuda. — pediu Owen e a garota veio correndo.

Baby — sussurrou ela ao ajudar a sustentar o peso do amado.


Gaia se soltou do abraço de Dominic e viu que Nathaniel ainda estava ali, olhando para eles. Os três se encararam um pouco até Gael chamar atenção deles.

Owen está falando com a Tea — começou ele, mas logo foi interrompido por Gaia.

Ele não pegou o sangue de nenhum dos pacientes né? — perguntou apreensiva.

Não Gaia, ele usou uma bolsa de sangue apenas.— falou se aproximando deles — Elas não conseguiram nada. E falta apenas uma hora.

Nisso todos se aproximaram, era a hora da escolha de Gaia, ela tinha que escolher entre Nathaniel e Dominic. Qual ela iria escolher, qual vida eterna ela iria arruinar. Ela olhou para todos, aqueles seres que ela passou boa parte da vida achando que não existiam, estavam ali bem na sua frente. Eles se tornaram sua família, cada um do seu jeito, mas todos se tornaram algo importante para ela.

Eu não posso fazer isso — disse e sentiu as lágrimas invadindo seu rosto. E antes que alguém pudesse fazer algo ela saiu correndo em direção ao campo de batalha.

Ela correu, desceu a pequena montanha cambaleando, podia ouvir todos vindo atrás dela e quando menos esperava Dominic se materializou na frente dela com os olhos negros.

Para — ela obedeceu na hora, nisso Nathaniel se juntou a eles.

Gaia, não aguentamos mais ver você se machucar — disse Nathaniel a segurando. — Não ligamos para o que vai acontecer com a gente, apenas não queremos ver você se ....

KABUM — comentou Vivienne que tinha acabado de chegar perto deles. Os dois olharam reprovando a atitude dela mas ela não ligou — Vocês sabem que é isso que vai acontecer. Agora deixem ela ir lá no meio da guerra e explodir o máximo de nazistas que ela conseguir.

Vivienne — repreendeu Dominic olhando para Gaia que chorava com as mãos no rosto. — Gaia, não aguentamos te perder mais uma vez, por favor. Você só precisa escolher um, não quer dizer que vai perder o outro.

Ela não sabia o que fazer, sentia o ardor dominar seu corpo, sabia que tinha chegado a hora e não podia escolher um, ela amava os dois e não queria sequer cogitar a ideia de fazer um deles ter que se tornar algo que não são. Gaia bem lentamente tirou as mãos do rosto. Sabia o que tinha que fazer. Foi até Nathaniel e deu um leve selinho em seus lábios, depois foi até Dominic e fez o mesmo.

Eu amo vocês dois — assumiu, mas olhava através deles, para os amigos que estavam ali vendo toda a cena. — Segurem eles!. — pediu e voltou a correr.


Antes que os dois pudessem se mexer Owen e Gael o seguraram e todos ficaram vendo a cena. Gaia corri para o meio da batalha, seus longos cabelos loiros esvoaçavam, quando ela sentiu que tinha chegado o momento parou de correr, bem no meio do fogo armado e se virou para olhar pela última vez os dois que estavam se debatendo para ir até ela. Gaia deu um último sorriso e aquilo fez os dois pararem, e ainda sorriu ela explodiu e toda aquela explosão sugou aquele belo sorriso, mais uma vez.

Tra il Paradiso e I'infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora