Anjo Ferido

Capítulo 01🌼

❀ Campo Grande . Mato Grosso do Sul. ❀

Do lado de fora de uma bonita casa podia se escutar uma triste melodia tocada em um piano.

Essa casa era rodeada por um jardim de rosas super bem cuidado. Todos que por ali passavam elogiavam o jardineiro que cuidava tão bem daquelas flores.

O que eles não faziam idéia era que o mesmo que cuidava das plantas era o pianista que produzia tão bela e triste canção.

As mãos de Perseu Vargas tocavam piano com esmero eram as mesmas que cultivava todas aquelas flores delicadas.

Aliás desde que sua mãe morreu o jovem de 21 anos fazia todo o serviço da casa equanto Emanuel Vargas um promotor aposentado bebia e sua tia Francisca fazia compras e se divertia.

Suas únicas diversões eram tocar seu piano arte ensinada por sua mãe Franciele que foi uma exímia pianista.

Ah como sua mãe fazia falta . . . . Ela deixou o jardim pra que ele cuidasse, Perseu fazia isto com carinho sempre lembrando dela.

Perseu possuía uma beleza etérea. Cabelos castanhos escuros fartos e cacheados. Pele branca com um olhar lânguido.

As vezes lembrava um anjo barroco.

Perseu era proibido de sair de casa pois por ser homossexual seu pai Emanuel orgulhoso como era tinha vergonha do filho.

Mas isso não impediu Perseu de se apaixonar perdidamente por Leandro um rapaz um pouco mais velho porém extremamente atrante.

Tatuado e com um corpo esculpido em academia Leandro conquistou Perseu apesar de nunca terem siquer se beijado.

Os dois sempre se encontravam no portão quando Emanuel e Francisca não estavam em casa.

Perseu suspirou lembrando de seu amado.

As únicas coisas que faziam Perseu feliz eram as flores, piano e Leandro.

Naquela casa além de trabalhar feito um escravo era obrigado a ouvir as queixas da tia e os insultos do pai alcoolizado.

Por falar em Emanuel ele entrava pelo portão cambaleando e chingando.

Imediatamente Perseu se levantou ficando assustado.

Emanuel arreganhou a porta com um berro de raiva : _ Posso saber porque está tocando esse maldito piano Perseu ! 😬

Trêmulo este respondeu :

_ Acabei de fazer as tarefas da casa e sentei pra praticar um pouquinho estava tocando aquela música que mamãe gostava.

_ Cala se ! Não quero que toque nada dentro desta me ouviu ? Franciele morreu a dois anos e não aceito que fique tocando essas músicas.

O bafo de bebida que vinha de Emanuel era horrível, triste Perseu abaixou a cabeça.

_ Isso mesmo é pra abaixar a cabeça, tenho vergonha de você ...... Um muleque efeminado quando vai virar homem Perseu ?

As palavras furavam o coração sensível de Perseu Vargas como um punhal.

Depois que Franciele morreu seu pai se transformou numa espécie de monstro.

Nada que fazia pra ele era bom o suficiente.

_ Vai preparar o jantar quero comer em meia hora vê se pelo menos pra isso você serve.

Emanuel subiu pro quarto deixando apenas o cheiro forte de uísque. Tristonho Perseu fitou o piano que tanto gostava.