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-Moça!
-Ei! Laura acorda-A voz de Pedro-!!!
-Oi, oi que que é que tá acontecendo? É turbulência meu Deus? A gente caiu? Gente o que tá acontecendo?
-Calma... Você só dormiu tempo demais e a gente já chegou.
-Ah tá... Tá bom.
Eu olho para o meu lado direito, onde estava a senhora de branco.
-Com licença-pergunto a aeromoça que ia deixando o avião- Onde tá a senhora que sentou do meu lado?
-Oi? Poderia ser mais específica.
-Uma mulher de branco na poltrona 12. Julgo ter uns 50 anos... Nada mais que isso.
-Sinto muito mas não tinha ninguém aí. -Ah... Tudo bem eu devo ter sonhado.
Ela sorri e deixa o avião.
Estranho haha. Tô me tremendo de medo, quem amou?
-Pepê, pega na minha mão.
-Ah não! Você fazia isso quando era criança. Vai voltar?
-Não foi um pedido.
-Tá.
Pepê se cala e pega minha mão bem forte. A gente fazia isso sempre que o outro ficava com medo.
-Tá com medo de quê?
-Eu não sonhei. Eu vi ela. Eu toquei nela.
-Laura?
-Ah, tá. Pode duvidar de mim. Eu sei a minha verdade.
-Olha mocinha, só acredito por que você usou essa frase e eu sei que quando usa não tá mentindo.
Algumas horas depois
Eu estou me arrumando para o jantar.
(Batidas na porta)
-Quem é?
-Sou eu-a voz de Amanda-!
-Entra!
Ela abre e fecha a porta, entrando no cômodo e dando alguns passos até mim.
-Querida...
Estende os braços.
-Oi...
Eu a abraço e ela me faz um carinho.
-Não vai ser fácil né? Você não fala com ele a séculos! Mas tá tudo bem. Tenta evitar complicações, seja clara, tante perdoar seu pai. Acho que ele está realmente disposto a mudar, por você.
-É... Tomara né?
Ela faz que sim com a cabeça.
-Olha, não quero te apressar mas a gente tá quase atrasado...
-Ta. Eu já tô descendo.
Eu acabo de me arrumar bem rápido e desço para a sala de jantar. Meu pai está sentado na mesa com Pepê e Amanda.
Ele me vê e se levanta, vindo ao meu encontro.
-Perdão?
Disse ele colocando uma não no meu ombro, assim do nada.
Sem mais nem menos, não fez discurso, nem disse oi. Apenas perdão...
Há muito pra dizer né? Então... Eu sempre ouvi que um abraço vale mais que mil palavras.
Vai que dá certo.
Eu o abraço e sinto uma lágrima cair em meu ombro. É. Ele está chorando.
Algum tempo após o jantar.
-Bom gente-digo me levantando-, vou lavar meu prato.
Eu sigo até a cozinha e enquanto lavo meu prato, é possível escutar alguns sussurros, mas não consigo identificar o assunto sobre qual estão comentando.
É que eu sou meio curiosa.
Termino e vou para a sala de jantar.
-Ela ia ficar abalada. Tem uma saúde mental incrível mas ninguém é de ferro...
-Pedro!
-Quem não é de ferro-pergunto-?
-Ninguém-interrompe papai-! Alguém quer sobremesa?
-Não. Não agora. Antes eu quero saber por que o mistério? Ninguém nunca consegue esconder nada de mim, vocês sabem.
Papai, Pedro e Amanda se entreolham.
Seja lá o que for, a coisa é séria.

Anjos E WillOnde histórias criam vida. Descubra agora