1

4 2 0
                                    


No século XVIII, o Império Marata viveu seu apogeu na cidade de Pune, localizada no oeste de Maharashtra na Índia. Nessa onda de esplendor,as maut ke nartak, dançarinas da morte, eram bastantes utilizadas para cumprir serviços que apenas os Chhatrapati, imperador, as davam. O comando vinha direto dele, ninguém poderia saber, nem mesmos os Peshwas, primeiros ministros. 

As maut ke nartak eram escaladas e preparadas por Madhuri bai, uma das concubinas do imperador. Odissi era a dança utilizada, os movimentos lentos, faziam que os entretidos prestassem bastante atenção. Madhuri, sempre colocava exclusivamente uma mulher para dançar,ela acreditava que a dança era uma forma de percepção, graciosidade e mortífera. Por isso todas as dançarinas eram cegadas antes de cada serviço.

O Chhatrapati Shahu enviava um pergaminho por semana para o templo das maut ke nartak. Dessa vez o escolhido para apreciar a dança, uma forma de se referir aos homens que seriam mortos, era o Peshwa Sadashivrao Bhaliji. 

Shahu e Sadashivrao eram irmão por parte de pai,o ex Chhatrapati Sambhaji. O ódio que Shahu nutria pelo irmão mais novo vinha da forma em que eles tinham sido criados até gerencia das províncias, seus pensamentos infelizes tomaram conta quando sua mãe, Yesubai, foi morta pela mãe de Sadashivrao, e seu pai nunca tinha punido a terceira esposa por isso. Para Shahu, o que mais incomodava na vida do irmão,era o fato dele ter se casado por amor, e constituído uma família com a mulher que amava.

Um mês após a ordem do Chhatrapati, as maut ke nartak estavam a caminho de Primpri Chinchiwad. Duas noites se passaram, e a carruagem com Madhuri,Kaushalya e Sonakshi, as maut ke nartak chegaram nos portões laterais da cidade. Elas foram recepcionadas por Vijayendra, um dos homens de confiança de Shahu. Vijayendra tinha organizado a desculpa perfeita para a presença de Madhuri e as outra em Primpri Chinchiwad, um festival em homenagem a deusa Kali.

 A deusa Kali representava a mãe natureza, era venerada por muitos que queriam uma morte sem dor ou aflição, mas ao mesmo tempo era ceifadora devidas . Que por coincidência, Madhuri considerava as maut ke nartak filhas da deusa. 

Madhuri e Vijayendra conversaram como iriam afastar Sadashivrao da esposa e guardas para que ela desse o sinal de permissão do ato.

- Madhuri, o peshwa gosta muito de silêncio, quando for a hora da oração para a deusa, uma de suas meninas poderia entregar um paan, fazendo ele seguir-la. 

Vijayendra sabia muito bem como funcionava as táticas das concubinas da região. A entrega do paan, uma folha de betel com noz de areca e coco, significa uma ocasião auspiciosa. A inúmeras variações de um cenário benéfico. Madhuri consentiu, e enviou Kaushalya para entregar o paan. 

Kaushalya era a mulher certa para esta função, nunca tinha sido recusada por nenhum homem antes, tendo êxito em todas as mortes que auxiliava. Vestida com um sari vermelho de seda com as bordas de fios de ouro, e coberta de jóias de ouro legítimo, Kaushalya saiu em direção ao salão em que Sadashivrao estava reunido com líderes Brâmanes. Ela esperou os homens abençoarem Sadashivrao, e saírem. 

Kaushalya se aproxima de Sadashivrao que a encara,analisando-a. Cobrindo parte do rosto, ela leva a mão direita a boca como sinal de apresentação. Em resposta, Sadashivrao faz o mesmo movimento, só que levando amão aos olhos. Chegando mais perto de Sadashivrao, Kaushalya leva a mão até a cintura, tirando o paan de dentro do sari, e ele pega-o. A isca tinha sido jogada, e pelo que parecia, foi abocanhada.

A Dança da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora