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Pov Olivia Benson
É o meu primeiro dia depois da academia de polícia, ainda tenho medo de não ter feito a escolha certa. E se a unidade de vítimas especiais não for pra mim? Eu quero fazer isso, quero ajudar pessoas a não passarem o que minha mãe passou mas ao mesmo tempo não sei se estou preparada para fazer isso. Meus amigos da academia acha que vai ser muito pra mim, por isso acabei me afastando de todos, sou uma polícia recém formada, sem amigos e com medo do primeiro emprego, afinal, que mulher de 25 anos não está quase nessa mesma posição?
Tenho que dormir, já são 23:00 e eu ainda estou bebendo vinho sozinha na minha sala, amanhã acordo cedo para meu primeiro dia na unidade e não posso chegar lá de ressaca.
Coloco a taça na pia e jogo a garrafa vazia fora, apago as luzes do meu apartamento e vou dormir. Amanhã será um grande dia, espero não ter colegas tão idiotas quanto os antigos.

Dia seguinte. 5:00 da manhã.

Ouço o barulho do meu celular despertando. Droga! Já são cinco? Só queria mais cinco minutinhos na cama, foi uma péssima ideia ficar bebendo até tarde.
Levanto da cama arrastada tentando não pensar no quanto fui tola indo dormir tarde.
Tomo um bom banho, não consigo sair de casa sem tomar banho, escovo meus dentes e coloco uma calça preta, uma blusa justa preta sem detalhes e um blazer preto por cima e um tênis baixo, amo botas mas não quero arriscar no meu primeiro dia. Quem ver vai achar que estou de luto, mas realmente estou de luto. Luto pelo sono que eu perdi essa noite.
Olho no relógio e ainda são 6:00, da tempo de comprar um café no caminho do departamento. Céus, como minha cabeça dói. Eu realmente preciso de um café, e rápido.
Pego as chaves do meu carro, saio do apartamento e desço as escadas. Nota mental, próxima aquisição é um apartamento com elevador. Entro no meu carro e pego o caminho para o departamento. No caminho vejo uma lojinha de café bem pequena e vazia, exatamente o que eu precisava. Paro o carro em uma vaga próxima e desço. Entro na lojinha e tem apenas um homem lá dentro além do vendedor. Achei o homem bem bonito, mas com meu dedo podre deve ser só mais um cafajeste. Espero ele pegar o pedido dele e me aproximo do balcão para fazer meu pedido.
- Bom dia! - falo sorrindo para o atendente que é um senhorzinho.
- Bom dia, moça! O que deseja?
- Eu quero um café duplo, por favor. Ah, pra viagem. - ele sorri e começa a preparar meu café, olho no celular e ainda tenho tempo, seria horrível chegar atrasada no primeiro dia.
- Deu 3,50 moça! - O atendente fala sorrindo e me entregando o café.
Coloco o celular no balcão e procuro minha carteira na bolsa, pego uma nota de cinco e entrego pra ele.
- Pode ficar com o troco, senhor! Se der tudo certo no meu emprego novo essa vai ser minha primeira parada todos os dias por um bom tempo. - Ele sorri enquanto pega a nota.
- Obrigado! Que dê tudo certo no seu emprego novo. A moça vai trabalhar com o que? -
- Vou trabalhar na unidade de vítimas especiais, cinco quarteirões daqui, prazer detetive benson- Estendo uma mão pra ele enquanto seguro o café com a outra.
- Muito prazer, detetive! Me chamo João, muito bonito ver uma moça tão jovem comprometida com um emprego tão pesado. Boa sorte! - Ele aperta minha mão que estava estendida enquanto fala.
- Obrigada seu João! Até mais! - Falo e já vou virando as costas, droga, eu realmente não posso chegar atrasada.
- Até Olívia! - Sorrio ao ouvir ele falando enquanto saio, pelo menos vou ter um amigo pra alegrar minhas manhãs.
Pego a chave dentro da bolsa e abro o carro, entro e tomo um gole do meu café. Meu celular, cadê meu celular? Procuro na bolsa, dentro do carro, no porta luvas, no chão e não acho. Droga, eu lembro de estar com ele agorinha!
~ toc toc~
Assusto ao ouvir alguém batendo no vidro e quase derramo meu café na minha roupa, por sorte consigo manter a calma. Olho para o vidro e é o moço bonito do café. Abro o vidro.
- Olá - Falo enquanto abaixo o vidro.
- Oi, Olivia? O seu João disse que era seu esse celular e pediu pra eu te entregar pois já estava saindo pra ir trabalhar. Seu celular são e salvo. - Ele fala tirando o aparelho do bolso e me entregando. Céus, obrigada por não ter deixado eu sumir esse telefone.
- Obrigada! Não sei o que faria se perdesse ele, se eu demorasse mais tempo procurando ele chegaria atrasada no serviço. - Pego o celular e coloco no meu colo e tomo o último gole do meu café.
- De nada! Boa sorte no serviço. - Ele fala e se vira, caminha alguns passos e depois volta - Desculpa se incomodei, mas te ouvi conversando com o João, também trabalho aqui perto e passo aqui todos os dias antes do serviço, espero que possamos ser amigos. - Antes que eu tenha tempo de responder ele se vira e sai andando, para em um carro do outro lado da rua, abre a porta e grita - Aliás, me chamo Elliot, espero te encontrar mais vezes! - Ele entra no carro e sai.
Meu Deus, o que foi isso? Eu que sempre tenho reposta pra tudo não soube falar um tchau pra ele? To amadurecendo e ficando mais burra, só pode. Ligo o carro e sigo para delegacia.
Chego lá e falta quinze pras sete, ótimo, adiantada. Estaciono o carro na garagem e subo o elevador.
Quando as portas se abrem vejo algumas mesas e pessoas correndo de um lado para o outro, a rotina que eu tanto lutei pra ter finalmente está na minha frente.
Pergunto para uma moça fardada onde é a sala do capitão e ela aponta para uma porta no canto esquerdo das mesas. Agradeço e vou andando até lá.
Capitão Donald Cragen
Está escrito na porta, bato e espero a voz de um homem mandar entrar. Abro a porta e o vejo sentado na cadeira e rodeado de papéis.
- Olívia? Olívia benson? A novata? - ele fala levantado e tentando organizar os papéis.
-Isso mesmo, capitão cragen. - entro e fecho a porta atrás de mim.
- Bom, seja bem vinda! Vou te apresentar aos seus colegas de serviço, mas antes toma sua nova arma e seu novo distintivo, do jeito que sua monitora pediu. - Ele pega da gaveta e me dá a arma e o distintivo, fico feliz por minha monitora ter falado com ele antes, ela sabe o quanto isso é importante pra mim.
- Obrigada, capitão. - Pego a arma e coloco na cintura, penduro o distintivo como um colar.
- Pode me chamar de cragen! Vem, vou te mostrar seus colegas. - Ele passa por mim e abre a porta, sigo ele pra fora da sala.
- Munch, Fin! - Cragen fala e vejo um homem de uns 45 anos alto e magro, ao lado dele um mais novo e moreno. - Essa é a Olívia, a novata que avisei pra vocês. Ela vai ser a nova parceira do Stabler, alguém sabe cadê ele?
- Ele tá no vestiário, foi trocar de roupa. - Fala o moreno.
- É, a separação dele fez mal pra ele, por pouco tempo, é claro. Aquela mulher era horrível. - Fala o mais velho
-Munch! Para de conversa fiada na frente da novata, vai acabar assustando. Mostra pra ela a mesa dela. Fin, vê se acha o Stabler pra conhecer a parceira dele. Vão organizando a papelada enquanto não aparece nenhum caso hoje. - Cragen fala brigando com os rapazes.
O moreno que eu descobri que se chama Fin foi atrás do Stabler. Cragen foi pra sala dele e fechou a porta.
- Olivia? Bem vida a vítimas especiais, aqui somos uma família, me chamo munch. Pode contar comigo pra qualquer coisa, somos brincalhões mas levamos a sério nosso trabalho, com o tempo você se acostuma. - Fala Munch pegando a minha bolsa da minha mão e me conduzindo pra uma mesa que está vazia.
- Obrigada, Munch! - sorrio e sigo ele.
- Aquela mesa é a minha, na frente dela a do meu parceiro que você já conheceu, Fin, essa vazia é a sua, na sua frente a do seu parceiro. Pode enfeitar sua mesa como quiser, só não deixa coisas muito pessoais, afinal, aqui é uma delegacia que vive cheia de gente. Não temos privacidade alguma. Mas pode deixar roupas e coisas pessoais no seu armário, aquele ali. - Ele aponta para uma parede onde tem uma porta para o dormitório, como diz a placa, e um armário bem grande com o nome de todos eles em cada partezinha, mas tem um espaço vazio.
-E onde está o meu parceiro? - pergunto me lembrando da gracinha que o Munch fez sobre a ex mulher do meu parceiro e começo a rir.
- O Fin já deve estar fazendo ele sair do dormitório arrastado agorinha, vou pra minha mesa pois tenho um monte de relatório para terminar. Enquanto não temos nenhum caso pode ir fazendo uma placa pra seu armário. - Ele coloca minha bolsa na minha mesa e vai para a mesa dele.
Sento na minha cadeira, pego um papel em cima da mesa e começo a escrever "detetive benson" para colocar no meu armário, um cadeado com uma chave está em cima da mesa, deve ser do meu armário.
Levanto e colo o papel lá, guardo minha bolsa e tranco o cadeado. Munch atende um telefone e grita Fin, que sai da porta correndo e eles descem, deve ter acontecido alguma coisa com algum caso dele.
O telefone da minha mesa toca e eu atendo. Era uma mulher perguntando se podíamos tirar o gato dela da casa do vizinho, expliquei com calma que não fazíamos isso, mas ela poderia falar com o vizinho dela.
- Olivia! Pelo jeito que estava desastrada mais cedo achei que não chegaria a tempo! - Escuto uma risada alta junto com essa frase, me viro e lá está ele. O homem do café.
- Elliot? Por que não me falou que trabalhava aqui? Você mesmo disse que me ouviu falando com o João! - Falo depois que passou um pouco do susto.
Pelo visto o destino realmente tá brincando comigo.
- Quis fazer uma surpresa. - Ele da um sorriso lindo e passa perto de mim. Pela primeira vez no dia sinto seu perfume, tem um cheiro muito bom.
Ainda bem que tenho minha política de não me envolver com gente do trabalho, ainda mais com ele, o Munch falou que ele acabou de se separar. Não posso e nem quero ninguém por agora. Meu único compromisso é com o meu trabalho, mas não posso negar que ele é lindo.
-Eu não gosto de surpresas. -Falo levantado uma sobrancelha e me sentando novamente.
-Ah liv, trabalhando na UVE temos muitas surpresas. - Ele sorri e passa a mão no meu ombro, depois se senta na minha frente. - Vem, vou te falar do meu caso e depois vamos falar com a vítima.
Arrasto minha cadeira para o lado da mesa dele e fico ouvindo ele falar do caso enquanto anoto o máximo de coisas possíveis no meu caderno. Só não consigo me concentrar melhor por causa desse perfume invadindo minhas narinas e me fazendo pensar coisas impuras. Céus, Olívia! Nem parece você. Volto a me concentrar no caso.

• Pov Elliot Stabler

Estava realmente triste com o término com a Kate, mas sei que é o melhor pra gente. Ela não aceita meu trabalho e eu não consigo largar esse serviço, eu preciso ajudar essas mulheres e essas crianças. Acordo na minha casa sozinho pela primeira vez depois de cinco anos, é uma sensação estranha mas e libertadora. Me arrumo rápido e paro no seu João, conversamos como sempre enquanto tomo meu café, mas hoje teve algo diferente, chegou uma mulher linda. Ela estava toda de preto e com uma cara animada, fiquei hipnotizado, não conseguia parar de olhar enquanto ela falava com seu João. Fiquei ouvindo os dois conversando e descobri que a voz dela é a melodia mais linda que eu já ouvi. Deve ser carência, acabei de sair de um casamento de cinco anos, só deve estar projetando algo nela ou coisa do tipo, eu não sou de me apaixonar.
- Vou trabalhar na unidade de vítimas especiais, cinco quarteirões daqui, prazer detetive benson! - escuto a linda mulher fala enquanto estende a mão para o seu João.
Com essa frase saio dos meus devaneios. A linda mulher vai ser minha nova parceira. Sorri com essa possibilidade. Vejo ela sair esquecendo o celular no balcão.
- Elliot, com mulher bonita não se mexe! - Seu João fala olhando pra mim e rindo enquanto ainda estou olhando para ela pelo vidro.
- João, não estou mexendo com ninguém! Eu lá tenho culpa se a minha parceira nova vai ser uma gata? - me lembro do celular dela no balcão, largo meu café, pego o celular - Me deseje sorte amigo! -Falo mostrando o celular para o João e sorrindo.
Ele acena com a cabeça e da um sorriso, como eu gosto desse senhor. Encontro ela no carro, bato no vidro e entrego o celular, quando estou quase indo embora me apresento, entro no meu carro e corro para a delegacia, preciso fazer xixi urgentemente.
Quando estou saindo do banheiro escuto o Fin entrando no dormitório.
-Elliot? Sua parceira chegou cara, vai lá conhecer ela. Cragen já falou com ela e nos apresentou, só faltou você. - Ele fala se jogando em uma das camas.
-Eu já conheci ela, no café do seu João, ela só não sabe que sou seu parceiro. - Falo enquanto puxo ele pra levantar, se o Cragen ver ele de folga com um monte de papelada pra arrumar ele mata nós dois.
- Elliot Elliot, você sabe que aqui não brincamos com novatos, a coitada acabou de sair da academia, deve estar assustada com a ideia desse emprego, você sabe como é essa sensação de primeiro dia. - Ele fala levantando, Escuto Munch gritar ele sobre um caso e os dois vão correndo para o elevador. Aproveito e já saio do dormitório.
Lá está ela, sentada na mesa de frente a minha. Olho para os armários e ela já colocou o nome dela, letra bonita tanto quanto ela. Poderia passar horas olhando ela ler o jornal. A chamo e converso com ela. Ela fala que não gosta de surpresas mas eu não acredito, apesar do jeito de mandona tem cara de ter um coração mole. Olívia Benson, eu prometo que ainda vou conseguir saber o que você está pensando só de olhar pra você. Fui apresentar o caso que estou trabalhando pra ela e só conseguia pensar o quanto estou ferrado. Eu realmente me apaixonei por alguém que conheci hoje.

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