Eu Queria Ser A Heather...

13 - Lá vai ele

Escrevi três frases para que fossem direcionadas a Lian? Eu só queria uma música que incluísse diversas pessoas, mas como posso escrever algo sobre Lian? As pessoas nem vão saber quem ele é.

Nós aborrecentes com nossas manias confusas de ficarmos carentes a qualquer custo. Quando não estamos apaixonados por ninguém reclamamos de solidão, e quando estos apaixonados pedimos para que isso pare antes que aconteça algo indesejado. Geração Z e suas confusões, dúvidas, paixonites, reclamamos quando nossos pais não entendem... Nem nos mesmo entendemos! Somos as confusões em pessoas.

Fechei meu caderno com a força do ódio - Calma Joe... É só uma música... - coloquei as mãos no rosto respirando fundo. O trabalho que isso esta me dando tem que ser uma das melhores coisas que eu já fiz em toda a minha vida. Eu odeio meus pensamentos! Minha cabeça se confunde inteira, as vezes eu penso em coisas e situações que nunca vão acontecer.

Minha criatividade? Em falta, a melodia da música? Nem comecei! A letra? Não tá nem na metade, sem contar minha voz, depois que eu comecei a cantar menos parece que eu desaprendi, não vou desistir disso! Nem que seja a última coisas que eu faça.
Me levantei para abrir a janela já que o calor que estava fazendo se compara ao inferno, assim que abri tive uma boa visão da rua, crianças correndo para todos os lados, vizinhas conversando na calçada, e na casa do lado havia o carrinho do pipoqueiro.

Fiquei ali olhando a vista até olhar para a frente da minha casa, havia uma pessoa ali, não consegui indentificar quem é pois a mesma estava de cabeça baixa, fiquei mais alguma segundos olhando e a pessoa se sentou na calçada, será que eu não tinha ouvido a campainha tocar?

- HEY! - gritei da janela para que a pessoa pudesse me ouvir, a pessoa rapidamente olhou para cima.

- Joe! Pensei que estava fora, estava prestes a te ligar! - Era Lian...mas o que ele estava fazendo aqui as... 11:20 da manhã? - Desce aqui!

Sem exitar eu desci, não estava entendendo nada do que estava acontecendo, será que tinha acontecido alguma coisa? Assim que abri a porta eu automaticamente o olhei de cima a baixo ele estava muito arrumado:

- o que tá fazendo aqui? Você não ia ver a Heather as... 13:00?

- minha ansiedade não deixou que eu ficasse em casa sozinho, e a primeira menina na minha vida que eu vou estar sozinho, que não é da minha família..

- está nervoso? Vocês não iam apenas conversar? - assim que terminei a frase ele entrou e se sentou no sofá, fechei a porta - essa não colou, qual o motivo de estar aqui?

- você me pegou... Na verdade eu só queria ficar aqui com você, minha casa está um silêncio de rasgar os ouvidos!

- vou acreditar, eu estava lá no meu quarto, mas se você quiser ficar na sala...

- não não! Vamos subir - e assim nos dois fomos em direção ao quarto

Ele foi na frente e eu nem me incomodei, a casa era mais dele do que minha as vezes, ele abriu a porta e se jogou na cama caindo assim ao lado do caderno... QUE FALAVA SOBRE ELE! Eu não queria que ele soubesse da música agora, eu nem sei como vai ser ela, por algum motivo eu queria impedir que ele visse:

- o que é isso aqui? - ele pegou o caderno sem nem mesmo abrir.

- um caderno? - me aproximei devagar para que não parecesse meio desesperado - me dá aqui.

- tá bom... - ele relutou em me devolver mas devolveu, semiserrando os olhos - sobre o que quer falar?

- Heather! - respondi automaticamente.

- Heather? Ok... - ele se sentou e eu preferi ficar de pé.

- o que você realmente vai fazer hoje com ela?

- provavelmente vamos tomar sorvete, falar sobre assuntos aleatórios... E NADA ALÉM DISSO!

- e porque será que eu não acredito em você? - ri.

- isso é uma mania que você tem comigo, porém seria melhor que acreditasse... Inclusive desconfio de uma coisa!

- u-uma coisa? Que coisa?

- sobre você... - ele se levantou se aproximando de mim e fazendo eu ir para trás - que você.... - que eu o que caralho? O que ele quer comigo? - TA COM CIÚMES!

- C-CIUMES? Só pode estar maluco! Ciúmes de você está fora do meu vocabulário.

- sei sei - ele deu passos para trás rindo igual uma criança - você mente muito mal saiba disso - certeza Lian? Será que ele realmente tinha certeza? - enfim, eu posso almoçar aqui hoje?

- você sempre pode mesmo que eu diga que não, você é um atrevido mesmo!

Enfim passamos um tempo ali no quarto rindo e conversando, ele pegou meu violão, ele nem sabia tocar mas ainda esse ele fazia uns sons nada haver, me alegrava saber que ele gostava de ficar comigo... Não quero parecer alguém idiota falando isso mas, cada detalhe nele me encantava de uma forma que era inexplicável. Não posso estragar isso, não posso estragar a gente, não quero estragar o nós... É algo muito precioso pra deixar partir de qualquer forma, como se não fosse nada.
Sei que Max me aconselhou que eu dissesse a ele tudo e toda a verdade mas é mais forte do que eu... Sabe o medo inexplicável de perder alguém? Pra uma besteira que você mesmo fez? Aí Lian... Se você soubesse como eu te amo.

***
O tempo já havia corrido, já tinhamos almoçado, agora Lian já estava para de despedir de mim e toda vez que ele vinha ficar próximo de mim para me abraçar eu lembrava daquela noite da formatura, o que eu ainda não tinha decifrado o que tinha acontecido. O pior disso é que ele nem ao menos se recorda disso:

- então até amanhã né? Já que amanhã é "o dia da pizza"

- então até amanhã... - e novamente ele parecia que não queria ir embora ou dar tchau - me deseje que não chova - ele sorriu.

- pois eu desejarei que chova - sorri de volta.

- não seja assim comigo - ele se soltou do abraço já virando de costas para sair.

- Aiai... - ele assim ele finalmente partiu - boa sorte Lian....