Um Mal Começo

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   ...Então, a Mikie disse que se você for ela vai, aí depois a gente pode passar do três vassouras e...JAMES - Lorcan chamou quando viu que o amigo não estava prestando atenção em absolutamente nada do que ele dizia - Tá no mundo da lua é?

- Desculpa, não estava ouvindo. – disse o moreno meio desorientado. James ainda estava digerindo a carta que recebera da mãe um pouco mais cedo.

-Eu percebi que não. To falando da Michaela Finnigan, aquela ruivinha gostosa da corvinal que está caidinha por você.

-Você sabe que eu não fico com ruivas Lorcan, é contra os meus princípios.

-Sabe que essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi né. A garota maior gostosa, e você de frescura.

- Você por acaso já reparou na minha família ? Minha avó é ruiva, minha mãe é ruiva, minhas primas são ruivas, minha IRMAZINHA é ruiva. Então não obrigada, passo a vez.

- Vem cá, todas as mulheres da sua família são ruivas?

- Não, nem todas, tem a Vick que é loira e também a Roxy... James já tinha se arrependido de ter tocado no nome da prima morena. Lorcan sabia muito bem quem ela era, pois já a havia conhecido no memorável casamento do Teddy com a Victorie. ''Conhecido'' era uma palavra muito forte pra se dizer, já que nem ele muito menos o amigo chegaram a falar com ela no dia. Por alguma razão que até hoje James não entende, rever a prima após tantos anos o deixou muito transtornado e ele acabou não trocando nada mais que um oi muito sem graça acompanhado dos pais. Entretanto passou a festa toda perseguindo cada passo da prima de longe a espreita, igual um psicópata, como Lorcan fez questão de dizer por mais ou menos um mês.

- Roxy? Não, aquela sua prima que mora no Brasil, cara eu lembro dela do casamento do Teddy, ela era maior gatinha.

-Cala boca seu idiota.

-Ahh esqueci que você tem uma quedinha por ela, ficou um mês falando de como eram amiguinhos quando eram pequenos, todo saudoso. Tu gosta é de uma melanina né Jasix. - falou chamando o amigo pelo apelido que ele odiava. Provocar James era um dos passatempos favorito de Lorcan e claro, sua função como melhor amigo.

- Olha esquece esse assunto ok,ela tá vindo estudar aqui, e eu não quero nenhuma gracinha.

- Como é que é?

- Minha mãe disse na carta que me enviou hoje mais cedo. Meu tio George está voltando pra Londres então ela e o irmão irão terminar os estudos aqui. E você vai tratar ela com o mesmo respeito igual faz com todas as minhas primas - Falou James num tom ameaçador.

James e Lorcan tinham um acordo do qual Lorcan poderia ficar com qualquer garota de Hogwarts, o que ele fazia sem muito esforço a bastante tempo, já que em suas próprias palavras ''era um loiro espetacular '', com tanto que nenhuma dessas garotas se tratassem das meninas Weasley. Acordo que Lorcan cumpriu por muito tempo sem nenhum tipo de problema afinal, nenhuma daquelas ruivinhas valia o estresse com o melhor amigo. Porém de uns meses pra cá ele começou a sentir umas coisas diferentes pela Weasley mais mortal possível. Uma que o provocava sempre que podia, que fazia questão de o torturar sem piedade e provavelmente seria a sua ruína. A Weasley-Potter.

-  Mais dois Weasley, vocês não cansam de procriar não?- Debochou Lorcan tentando desviar dos pensamentos a irmãzinha do melhor amigo.

- Você tá todo engraçadinho você hoje. Respondeu James mal humorado.

- Quando eles chegam?

-  Chegaram hoje, mas só vão começar as aulas depois do feriado.

-  Posso passar na sua casa? Perguntou Lorcan com um olhar maroto.

- Mas você é muito fofoqueiro

- Que isso Jamezinho, eu jamais iria pra sua casa com uma intenção dessas. Até me admira você pensar isso de mim que sou seu melhor amigo a tanto tempo. É que infelizmente eu não tenho mais uma vózinha pra cozinhar pra mim sabe, e a sua tem aquelas mão de fada. Mas tudo bem se você não quiser e passo o natal com os meus pais veganos.....Discursou Lorcan com a sua voz mais dramática e debochada possível.

- Você é um nojento sabia.- Disse Jamens tacando uma almofada no amigo e rindo.

James foi para casa dois dias depois, não sabia dizer bem o porquê, mas o fato de rever Roxanne o deixa nervoso. Não tem motivos para disso, dizia para si mesmo, ela só mais uma das suas duzentas primas. Mas por alguma razão essas palavras não o confortavam. E seus pais não falavam de outro assunto que não fosse a volta dos sobrinhos, o que não ajudava muito.

-Como eles estão crescidos e bonitos, dizia a mãe

- São brilhantes, dizia o pai.

-Vocês deviam adotar eles, sugeriu o menino enciumado.

Normalmente ao chegar à casa dos avós James logo colaria com Lucy e Louis, seus primos mais chegados para planejar as confusões da festa. Porém dessa vez preferiu se separar do resto da família e procurar um lugar mais tranquilo pra ficar, o que não era muito fácil pois cada comodo da casa estava cheio. Foi caminhado até o galinheiro, queria ficar lá sozinho , pelo menos até o melhor amigo chegar e não o deixar em paz, mas pelo visto não foi o único a ter essa ideia, já que quando chegou viu uma menina de costa que na mesma hora soube que se tratava da prima recém chegada.

Ela era alta e tinha um cabelo volumoso, falava alguma coisa num idioma que ele nunca tinha ouvido num aparelho celular. James sabia o que era um celular, pois seus pais tinham, ele achava a ideia incrível, mas nunca tinha usado um,não via motivo para isso.Mas por mais que ele não entendesse uma única palavra do que ela dizia dava pra perceber que não era uma conversa agradável. Sua voz parecia triste e chorosa, e quando ela se virou percebeu que tinha lágrimas dos olhos. No mesmo instante James se assustou, não sabia o que dizer, não queria que a menina pensasse que ele estava espiando. Quando ela o viu falou alguma coisa pra pessoa do outro lado muito rápido e desligou, mas antes que ele pudesse se explicar uma voz quebrou o silencio.

-Vejo que vocês já se encontraram, era sua mãe, para o seu alivio. Antes que ele pudesse falar alguma coisa ela foi até a menina a puxando para mais perto de James falando- Olha querida não precisa se preocupar com nada porque o James vai te ajuda com tudo que você precisa na escola, não é filho?

James ficou sem reação por alguns segundos, mas respondeu que um sim meio sem jeito quando percebeu os olhares sobre ele.

-Então vou deixar vocês já que com certeza tem muita coisa que conversar, tantos anos sem se ver, meus bebes levados. Por favor, não destruam nada juntos, sei que vocês têm talento suficiente para isso. - Disse saindo.

James não sabia nem por onde começar, estava constrangido de mais com toda aquela situação. A menina o observava com as sobrancelhas franzidas como se perguntasse o que ele estava fazendo ali, depois olhou para o celular que vibrou em sua mão.

- Eu não estava te espiando, foi a única coisa que pensou em dizer.

- Não foi o que parecia. Ela disse num to ressentido enquanto limpava o rosto ainda molhado.

-  Se serve de consolo eu não entendi nada do que você estava falando.

-Olha não precisa se preocupar em me mostrar sabe se lá o que, eu vou ficar ótima e bem longe do seu caminho. Já sou crescidinha, não preciso de babá. – Disse saindo e deixando um James confuso para trás.

Um mau começo

Ele a observou com mais detalhes e com certeza, pensou, ela já era bem crescida.

Tudo Nela Brilha e QueimaOnde histórias criam vida. Descubra agora