Between Us » Pjm

Capítulo 17

Pov Jimin (Isso mesmo, você leu certinho)

      Gemi de dor quando Hyorin deu uma joelhada no meu saco quando subiu no meu colo. Tentei disfarçar a careta pra que ela não ficasse sentida e beijei sua bochecha. Meus pais sempre me perguntam porque eu insisto tanto em criar a minha filha sozinho. Não é nada fácil, tem dias que mesmo de folga, peço ao Jeongguk pra tomar conta dela porque sinto que vou desabar se não acabar enlouquecendo. Tenho que cuidar da alimentação e educação, brincar e ninar ela ao mesmo tempo que cuido sozinho de outras obrigações básicas e trabalho. Meu trabalho como barman noturno também não é nada fácil e não tem um minuto sequer que eu não pense em como Hyorin está, se comeu antes de dormir, se não deu trabalho ao Jeon ou a senhora Kim pra tomar banho e dormiu direitinho. Principalmente se ele não deu besteira pra ela comer. Me parte o coração ver ela tomando remédio ou chorando de dor de barriga.  Mas tudo isso vale a pena quando ela vem até mim em busca de receber e me dar carinho.

Às vezes ela sobe em cima de mim e me abraça, beija a minha bochecha e fica ali nos meus braços. Outras faz drama por causa do celular ou pra tomar banho. E comer! Meu bom Deus, se eu não der comida na boca dela, Hyorin não come nada saudável por conta própria! A não ser algumas frutas. Ela gosta de banana. A minha macaquinha. Então eu sempre digo aos meus pais que não importa as dificuldades, ela é minha filha e eu amo a minha macaquinha mais do que tudo na minha vida. Quando perdemos a sua mãe confesso que me arrependi de não ter aberto mão de um bom sexo sem camisinha mas assim que coloquei ela nos meus braços eu chorei.

Chorei porque eu era um idiota por ter pensando naquilo e então chorei porque estava emocionado. Tudo mudou depois que segurei ela pela primeira vez. Eu vi a vida de uma forma diferente, mais clara. Mesmo quando ela me machuca eu ainda sinto vontade de olhar naqueles olhinhos pequenininhos e agradecer por ela ser minha filha.

Hyorin ainda estava no meu colo tentando pegar meu celular quando meu irmão mais velho entrou me fazendo perder a pose de pai emocionado.

— Tio Young. – ela pulou do meu colo pra ir até Jinyoung hyung.

Ela parou na frente dele e abraçou as suas pernas.

— Sai da minha frente, eu não quero brincar com você!

Me levantei do sofá num pulo e puxei Hyorin pela mão pra perto de mim. Ele passou por nós e foi até o quarto dela onde tinha guardado as suas coisas e eu me agachei de frente pra ela. O lábio inferior dela estava tremendo.

— Ei macaquinha, o seu tio não queria gritar com você, ele só chegou estressado. Toma aqui. – peguei o meu celular e dei a ela.

Ela não quis o celular. Se jogou nos meus braços e começou a chorar. Foi preciso um potinho de sorvete pra ela parar de chorar e achar que o tio não gosta dela e muito menos de brincar com ela. Deixei Hyorin no sofá assistindo desenho e fui até o quarto dela onde ele ainda estava com o seu notebook no colo. Fechei a porta atrás de mim e encarei meu hyung.

— Quando você vai parar de descontar a raiva que tem de mim na minha filha? Ela é só uma criança!

— Não estou descontando nada nela. Hyorin só me pegou de cabeça cheia. Pelo amor de Deus, que tipo de pessoa você acha que eu sou?

— Me diz você! – gritei. — Eu já pedi desculpas várias vezes, eu desisti da faculdade não só por causa dela mas por você também. Eu abro a porra da porta da minha casa pra você! Mas eu não admito que trate a minha filha assim!

— Chim, acredite em mim, eu não fiz por mal. É que tem muita coisa na minha cabeça agora, porra! E pra completar a minha namorada ela... Ela vai me deixar. Estou sentindo isso, que merda!

— Nem eu e muito menos a Hyorin não temos nada a ver com as suas merdas. Ou você começa a tratar ela como um tio de verdade, ou vá embora amanhã cedo.

Jinyoung riu mas era uma risada amarga.

— Tudo bem, você que manda irmãozinho.

Balancei a cabeça. Ele era inacreditável.

— Quando foi que você se tornou esse tipo de homem?

Ele abaixou a tela do seu computador e me encarou, as veias do seu pescoço saltando.

— Você também estaria surtando se estivesse no meu lugar! Acha que só a sua vida que é difícil por que foi um idiota irresponsável? Eu não posso nem respirar direito porque estão na minha nuca esperando o primeiro deslize pra foder o meu rabo, porra! Me desculpa se eu não estou com cabeça pra brincar com a Hyorin!

— Quem está na sua cola? Você tá sendo intimidado no trabalho?

— Só deixa essa merda pra lá. Amanhã eu vou embora.

— Hyung, o que tá acontecendo?

Ele esfregou o rosto. Estava frustrado e eu nunca tinha visto ele tão... Fora de si como agora.

— Meu trabalho... Eu acabei batendo de frente com algumas pessoas na empresa que tem influência o bastante pra me foder. Não posso deixar isso acontecer.

— Que pessoas? Se elas estão te intimidando, você tem que...

— Não. Olha, esquece tá legal? Eu já estou cuidando disso. São eles que vão ter que andar na linha. Confia em mim.

— Tá legal. Mas você vai ter que se desculpar com o Hyo.

— Certo. Posso trabalhar agora?

— É sábado a noite.

— E eu preciso mesmo trabalhar.

Levantei as mãos em sinal de rendição e me virei pra sair do quarto. Quando bati a porta atrás de mim, ouvi o celular dele tocar. Jinyoung atendeu no primeiro toque.

— PJ falando. – sua voz estava tensa. — Han caiu faz duas horas. Estou aguardando o sinal. – a pessoa do outro lado da ligação deveria estar falando com ele. — O alvo é difícil de se aproximar. Mas a garota que mora com ela é mais acessível. Posso conseguir mais informações através dela.  – seu tom de voz mudou mais uma vez, tão sutilmente que eu não teria notado se não o conhecesse desde que nasci. — Não há com o que se preocupar, ela é uma fonte de informações confiável.

Mas que merda ela tá falando?

— Eu tenho um pedido pessoal pra fazer. Um dos seus homens estavam rondando a minha namorada hoje. Quero que mantenham distância dela.

Ele falou mais algumas coisas que não consegui entender e depois sua voz ficou inaudível. Do que diabos ele estava falando? Ouvi Hyorin me chamar da sala e tive que ir até ela mas não consegui parar de pensar em do que se tratava aquela ligação.