Capítulo 29

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Meu coração ainda estava batendo alto demais nos meus ouvidos. Quase não consegui colocar meu medo de lado e vasculhar com o olhar em busca daquele pontinho vermelho, mas não encontrei mais. Teria sido coisa da minha cabeça? Ainda sem coragem pra me levantar, tive que rastejar até o meu celular e o peguei. As ligações perdidas eram todas de um número desconhecido. Eu não estava louca então? Procurei o contato de Jimin mas o que eu diria? Não podia simplesmente dizer a ele que possivelmente alguém tivesse tentado me matar sem ter que contar toda a história que Jinyoung me fez prometer que nunca contaria a ninguém por motivos de segurança. Nunca deveria ter feito essa promessa porque assim tive que ligar pra última pessoa que gostaria.

— Luna?

— Onde você está?– perguntei sem conseguir disfarçar o pânico na minha voz.

— O que houve?

— Tentaram me matar. Jinyoung alguém tentou me matar!

— Calma. Onde você está?

Por que ele está tão calmo? Eu acabei de dizer que alguém tentou me matar!

— Você não me ouviu? Eu acabei de dizer que alguém tentou me matar! Eu vi! Jinyoung alguém apontou uma arma pra mim!

— Eu entendi, ok? Mas eu preciso que você se acalme e me diga onde está. Eu não posso te ajudar se não fizer isso, entendeu?

— Eu estou no meu apartamento. Sozinha. Estou completamente sozinha aqui!

— Me escuta. Saia de perto das janelas, deixe as luzes apagadas e não abra a porta pra ninguém. Chego aí em trinta minutos. Pode fazer isso?

— Posso.

— Ok. Te ligo quando estiver na porta.

Concordei e Jinyoung finalizou a chamada. Tive que engatinhar até o interruptor e desliguei a luz. Sentei com as costas apoiadas na cama e abracei os meus joelhos. Ainda estava tremendo, apavorada com o que tinha acabado de acontecer. E se eu não tivesse visto aquele lazer? Eu poderia está morta. O pensamento me perturbou e eu sufoquei um grito de horror. Em que merda eu tinha me metido? De quem era o número desconhecido me ligando loucamente? Isso tudo é loucura. Não faz sentido. Ou eu estou louca.

Peguei meu celular e conferi as horas só pra ver que não havia passado mais do que cinco minutos. O tempo estava passando extremamente devagar. Ele disse trinta minutos mas parecia que tinha me dito trinta horas porque ele não chega nunca. Espera, Jinyoung está em Seoul. Por que ele está aqui? Algo me diz que tem a ver com a organização criminosa que me disse antes. E se for culpa dele isso ter acontecido? Ri amarga. É claro que a culpa é dele. De quem mais seria? Foi ele que me arrastou pra essa merda toda e eu odeio o fato de que é o único que eu posso contar. Queria poder voar em seu pescoço e mata-lo pelo o que está me fazendo passar mas não posso.

Fiquei sozinha com os meus pensamentos até ele me ligar dizendo que já estava na minha porta. Conferi o quarto novamente em busca de qualquer sinal de perigo antes de correr até a porta, quase tropeçando nos meus próprios pés até abrir a porta. Dei um passo a frente mas ele estendeu a mão pra me parar. Fiquei confusa mas entendi quando vi ele esconder atrás de si uma arma. Me mantive na porta. Ele me olhou inteira, como se estivesse procurando algum machucado e depois relaxou.

— Você está bem?

— Como você acha que eu estou?

— Eu entendo que esteja apavorada. Mas não há ninguém nas redondezas. Me certifiquei disso antes se subir aqui mas preciso que me diga exatamente o que aconteceu. Em que direção você acha que a pessoa estava. Tudo que conseguir se lembrar.

Between Us » PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora