Insubstituível?

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Desde o episódio da cafeteria, alguns dias se passaram. E eu precisava reconhecer que a presença constante de Harry em minha vida, estava me fazendo muito bem.

Nós nos víamos mais no finalzinho da tarde, não perdendo a oportunidade de tomarmos um café juntos.

Eu gostava da forma descontraída com a qual ele vivia a sua vida. E me sentia completamente rendido ao sorriso que ele sempre me dava, era desnorteante.

Hoje é sábado e eu o estou esperando para o café da tarde. Ele vai vir até o meu apartamento. Eu estou ansioso porque ele me disse que traria um pão caseiro e também um tal de café coreano que segundo ele, eu gostaria muito.

Confesso que uma das coisas que eu mais queria fazer, era dar um beijo naquela boca tentadora. Mas curiosamente, mesmo depois de certo tempo flertando, isso ainda não tinha acontecido.

Éramos carinhosos um com o outro, ele sempre me abraçava e me beijava na bochecha mas nada além disso.

Eu só não tomei uma atitude e tasquei um beijo nele, porque fiquei imaginando se ele só não estava me dando um carinho de amigo mesmo, sabe?

Era de certo modo um pouco confuso para mim, não saber se ele me queria ou não.

Ouvi o som da campainha tocar, e imediatamente fui atender, não antes é claro, de conferir minha aparência em algum espelho que tinha no meu corredor. Eu não queria parecer muito arrumado, mas também não queria estar de qualquer jeito.

Sorri levemente enquanto abria a porta, mas toda minha alegria se esvaneceu ao ver que bem na frente da minha porta, estava o energúmeno do meu ex.

Fechei a cara e falei com ele de forma rude, não estava com a menor paciência para lidar com ele.

- O que você quer aqui Nott?

- Nossa, baby, tá de mau humor é? - Sua voz me irritou com o gracejo. - Eu só vim até aqui, porque você esqueceu de me devolver algo que eu preciso.

- Não esqueci nada, tchau! - Falei começando a fechar a porta mas ele a segurou com o pé e a mão.

- Qual é, Draco! Me deixa ao menos procurar. Tenho certeza de que está aqui.

Eu estava estressado só de ver ele ali. Desisti de fazer força, abrindo a porta, talvez se ele visse que o que quer que fosse não estava ali, ele iria mais rápido embora.

- Já disse que não tem nada, pode olhar.

Ele passou por mim e eu fiz questão de ficar de braços cruzados na minha porta, como uma forma de deixar claro que eu estava com pressa para que ele fosse embora.

- Claro, claro...

Eu via ele andar em círculos e vez ou outra lançar um sorriso em minha direção. Eu suspirava e revirava os olhos. Agora estava mais do que nítido que ele estava ali me enrolando, só querendo arrumar uma desculpa para estar na minha casa.

Esse idiota não cansa? Ele não entendeu que não tem como eu voltar com ele, sobre nenhuma hipótese!

- Nott, você já viu que não tem nada seu aqui, pode ir agora...

Ele pareceu não ter me ouvido, se serviu de um copo de água na cozinha, me olhando de um jeito zombeteiro. Esse cara está testando minha paciência.

- Eu sei que você sente minha falta Draco, porque você não entra e a gente mata um pouquinho da saudade? - O convite que ele fez, eu percebi que ele tentou ser charmoso, mas apenas conseguiu fazer minha paciência quase se esgotar.

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