Capitulo 21.

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Foram três dias dividindo desajeitadamente um espaço que parecia ter espaço mais do que suficiente quando a mãe de Lisa aparece do lado de fora um dia.

É o tipo de coisa intuitiva que a versão antiga de sua mãe faria e Lisa se apega a ela, esperando que ela adivinhe o resto. Ela faz e com certeza as mãos encontram seus ombros, segurando firme quando sua mãe começa instintivamente a fazer barulhos suaves no cabelo de Lisa. Lisa a aperta desesperadamente e se enche de alívio.

Leva muito tempo para lembrar que Chaeyoung está na sala e, quando ela se lembra, Chaeyoung já está de casaco e tênis e está prendendo a alça da mochila no ombro.

"Você deve ser Chaeyoung", diz a mãe antes que Chaeyoung possa sair e Lisa possa dizer qualquer coisa. Chaeyoung olha com olhos arregalados e brilhantes e depois assente educadamente. "Eu Chitthip Manoban. Mãe da Lisa."

Chaeyoung sorri e pega a mão que sua mãe oferece. "É um prazer conhecê-la, senhora Manoban", ela diz suavemente. É a primeira vez que Lisa ouve sua voz há dias e a pega completamente desprevenida. Isso desvenda tudo. "Vou dar espaço a vocês. Espero que tenham uma boa noite juntas. Tchau, Lisa."

Ela sai sem outra palavra e Lisa odeia como sua mãe observa curiosamente a forma de retirada de Chaeyoung. Ela se vira para Lisa com as mãos nos quadris e sorri. Lisa se sente transparente.

"Bem, ela não é a coisa mais doce?", ela comenta e Lisa não sabe o que acontece quando os soluços surgem em sua garganta.

Ela agarra seu peito enquanto respira fundo e sua mãe sacode em choque ao vê-la. Ela caminha até Lisa, pegando-a pelos ombros e sentando-a na cama. Seu polegar faz padrões suaves nos ombros de Lisa e Lisa implora silenciosamente à mãe que ela entenda. Ela acha que sim quando Lisa continua olhando para o lado de Chaeyoung da sala.

"Ah", ela suspira enquanto Lisa continua desmoronar. "Eu vejo. Isso explica tudo."

Ela não diz mais nada depois disso e continua fazendo barulhos suaves até que os soluços infantis de Lisa se transformam em gemidos. Suas mãos varrem os cabelos de Lisa do rosto como costumavam fazer quando Lisa se machucava brincando quando criança. Ela beija a testa como se fosse a única coisa que ela sabe fazer para melhorar.

Lisa enterra a cabeça no peito da mãe e deixa o abraço suave de sua mãe acalmá-la pela primeira vez em dias. Demora muito tempo até que uma delas fale. A mãe dela quebra o silêncio.

"Você quer falar sobre isso?" Ela murmura no topo da cabeça de Lisa.

Lisa balança a cabeça, mas então sente as palavras borbulharem como bile de qualquer maneira. "Eu estraguei tudo", ela sussurra. "Eu estraguei tudo antes mesmo de saber que tinha estragado." Ela ouve e Lisa gosta do jeito que a mãe a toca da maneira que somente uma mãe podia. É familiar e reconfortante.

Ela segura Lisa e as duas sabem que, por mais que Lisa possa protestar ela sempre pertencera à sua mãe primeiro. Ela é a pessoa que a fez. Parece a coisa mais certa do mundo admitir suas próximas palavras.

"Ela não me quer", ela sussurra entrecortada e fica surpresa por não começar a soluçar, mesmo quando suas lágrimas já encharcam a camiseta de sua mãe. Sua mãe faz um som de aborrecimento em seu nome, mas Lisa balança a cabeça e aperta o corpo de sua mãe. "Ela acha que eu vou machucá-la, que eu vou usa-la. Ela acha que vou ficar entediada e que vou ser como todo mundo e ir embora. Lisa estende a mão para enxugar as lágrimas de suas próprias bochechas. "Não a culpo. É praticamente o que eu faço."

"Lisa", sua mãe suspira.

"Eu não sei como contar a ela ..." ela começa e para quando pensa que vai começar a soluçar novamente. "Não conheço as palavras. Eu não entendo, eu... sinto todas essas coisas e elas são tão grandes, intensas e assustadoras. Eu não quero assustá-la, mas já o fiz. Eu a assustei antes mesmo de ter a chance de provar a ela que eu apenas... eu só quero cuidar dela, mãe. "

Roommates to Soulmates | ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora