Indo pra casa, as dores estavam cada vez mais fortes, e assim que cheguei em casa, gritei por minha mãe que veio correndo pra me ajudar, já que eu não conseguia dar mais um passo.
- Meu doce! - ela me ajudou a levantar e a subir as escadas me colocando na cama, enquanto eu sentia aquela dor que estava ficando cada vez mais frequente.
Após tomar o medicamento, eu vi o rosto triste da minha mãe. - Filho...- Como eu vou contar, mãe? Eu ia escrever uma carta, mas sinto que mesmo assim, ele não vai me perdoar por sumir...
- Contar o quê?
- Que eu sofro uma doença, que nem mesmo os médicos podem ajudar, uma doença degenerativa! Que eu sinto essas dores infernais e lhe dou trabalho. Que lhe deixo triste. Que eu poderia estar num hospital... mas...
- Não tem "mas". Filho, eu sabia que você era diferente. Não pela condição, claro. Eu sabia que você sentia a sede de viver. E mesmo quando descobriu que poderia morrer em alguns anos, você preferiu viver e aguentar o que tivesse que aguentar, só pra ter o prazer de sentir como a vida seria se não fosse por isso. Eu me orgulho de você, e não quero te perder. Mas na vida, temos que aceitar algumas coisas. Até mesmo aceitar que eu vou estar sozinha, sem ter a quem cuidar ou por quem ser cuidada. Você é jovem, meu querido. Aproveite o resto do que você tem que viver! Use bem a sua escolha.
- Mãe... lembra bem daquele dia no hospital?
- Você fez uma briga pra poder me convencer a te deixar viver sem ser numa daquelas salas. Mesmo tendo essa condição mais agressiva que o comum.
- Sim... Lembra da primeira vez que senti dores e ainda não tinhamos medicamentos?
- Eu cantei pra você. Assim, você conseguiria esquecer a dor, mas acho que te dei uma dor de cabeça - ela sorriu.
- Lembra de quando eu quis pular o ensino médio, porque queria fazer faculdade e morrer formado? Acho que nem vou conseguir.
- Essa foi uma grande conquista na minha vida, eu deveria ter virado advogada, viu?
- Lembra da vez que eu voltei pra casa sorrindo pelo primeiro dia na faculdade?
- Você disse que tinha amado o cabelo alaranjado de um garoto...
- Lembra do que eu te disse?
- Sim, eu lembro. - ela começou a chorar.
- Não, não chore, mamãe. Você estava chorando naquele dia também. - a abracei. - E continua do mesmo jeito. Mesmo que eu morra, eu vou estar cuidando de você. Quando morremos, viramos estrelas. Nossas almas viram estrelas. E falei pra senhora não se preocupar com meu corpo, quando minha alma subir. Meu corpo é só uma parte limitada, um pequeno universo, onde a minha alma brilhou o tempo que ela pôde brilhar. Mas quando eu morresse... eu ia brilhar pra sempre. Brilharia por você. E eu seria a estrela mais brilhante, para que quando você olhasse pro céu, me visse, e percebesse que eu ainda estaria com você.
- Você disse que... - ela estava tentando falar, mas com dificuldade, graças às lágrimas - Você iria pra um universo bem maior do que seu corpo era, então estaria confortável. E eu deveria sorrir, me desculpe Hoseok.
- Que mãe não gostaria de ver seu filho confortável, não é? - sorri e ela me retribuiu o sorriso com aquelas lágrimas ainda percorrendo suas bochechas.
créditos à elocimnida
AlineMoreira13
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𝘽𝙤𝙣𝙚𝙨 𝙄𝙣𝙩𝙤 𝘿𝙪𝙨𝙩 (𝚅𝚎𝚛𝚜𝚊̃𝚘 𝚅𝚑𝚘𝚙𝚎)
RomanceConcluída 🔮 Adaptação 💫🌠 𝐻-ℎ𝑜𝑠𝑒𝑜𝑘?! 𝑂 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎́ 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑛𝑑𝑜? 💫🌠 𝑆𝑎𝑙𝑣𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎! 💫🌠 𝐸𝑢 𝑛𝑎̃𝑜 𝑡𝑒�...