11 de Fevereiro de 2011.
Mal consigo enxergar o rosto das pessoas que pulam incontrolavelmente ao som alto de alguma música que faz a minha cabeça doer, preciso sair daqui, respirar. Assim que fecho a porta da casa sinto um ar totalmente diferente do que aquele que estava lá dentro, caminho até um balanço velho.
Estou muito alta para notar alguém se aproximando.- Oi - Ouço uma voz masculina dizer.
- Olha não quero ser grossa, mas se você começou essa conversa com intuito de ter algo a mais, pode esquecer, estou bêbada mas continuo preferindo ficar sozinha. - Disse soando impaciente.- Você mudou Agnes - Ele me ignorou completamente - A festa é minha, percebi que veio sozinha e achei estranho, pensei que você você só gostasse de sair com seus amigos.
- Talvez garotas de cabelo azul não tenham tantos amigos como você acha. - Dei um sorriso fraco.
- O que aconteceu?
- Nada, é bom sair sozinha.
Quem eu estava tentando enganar, eu estava péssima. As garotas com quem eu costumava andar fizeram um grupo numa nova rede social pra falar "a verdade" delas sobre mim, as palavras "só andamos com você por dó" ecoavam na minha cabeça me deixando com um misto de ódio de ansiedade.
Eu sai de casa hoje querendo esquecer do motivo de estar tão bebada, mas aparentemente eu ainda me lembrava.
- Você não quer entrar e tomar algo? - O garoto disse me fazendo pensar.
- Não quero entrar lá, não aguento salas cheias de gente, mas aceito sua bebida.
- Fique aqui, vou buscar algo pra gente.
Ele sai e minutos depois volta com uma garrafa de... Suco? Ele me entrega e percebe minha cara de confusa.
- Eu não coloquei nada no suco, se é isso que você quer saber, não sou um psicopata. - Ele ri da minha expressão.
- Não é isso, você fala que vai me trazer uma bebida, imaginei qualquer coisa menos um suco. - Começo a rir.
- Eu não bebo e você está muito mal para beber mais.
- Eu estou super bem, ou estava a algumas horas atrás. - É, minha visão estava um pouco turva.
- Você não parece nada bem, sério - O garoto sorri pra mim. Esse sorriso parecia familiar.
- Nunca tinha te visto antes, você é daqui mesmo? - Pergunto tentando disfarçar após ter comido ele com os olhos.
- Agnes, a gente se conhece praticamente a vida toda.
Eu sou cega ou só estou bêbada demais para lembrar?
- Desculpe, você pode me dizer seu nome? - Ele ria da minha pergunta e eu ainda estava confusa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A cada batida do meu coração
RomanceEm uma cidade não muito distante de uma grande metrópole, vive uma jovem na beira de seus 18 anos, que ama artes e tingir o cabelo. Ela trabalha em um café com seu melhor amigo, com quem divide o aluguel, já que teve que sair de casa cedo. A mesma...