Depressão

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Em seu brilhante livro intitulado "O Demônio do Meio Dia", Andrew Solomon, nos apresenta um trabalho esplêndido sobre a depressão, sobre o que passou ou passa como um psíquico depressivo e de muitas outras pessoas com a mesma condição de saúde que a dele e alguns tratamentos não só em nível de tratamento medicamentoso como alternativo.

Se todos tem uma capacidade para algum grau de depressão, todos também têm uma capacidade de lutar contra ela e a forma é a procura do tratamento, procurando ajuda enquanto é forte forte para fazê-lo. Peça ajuda, mas a ajuda precisa ser aceita. Os medicamentos vão ajudar, mas, é necessário que você ajude os medicamentos. Ouça as pessoas que você ama. Acredite que vale a pena viver por elas, mesmo que você não acredite nisso. Busque as lembranças boas que a depressão afasta e projete-as no futuro. Bloqueie os pensamentos ruínas que lhe invadem a mente.

A depressão ceifa mais anos da vida do que a guerra, o câncer e a AIDS. O alcoolismo e os machos do coração marcam à depressão, a depressão pode ser a maior assassina sobre a terra.

Um em cada dez pessoas estão tomando ISRSs (inibidores seletivos da recapitação de serotonina - uma classe de drogas que pertence ao Prozac). Segundo estatísticas, 15% dos deprimidos cometerão suicídio.

Para Kay Jamison - renomada psicóloga, pessoas com disposição genética para desenvolver depressão, são "como fogueiras secas e quebradiças, desprotegidas contra as inevitáveis ​​centelhas desfechadas pelo viver". Além de ser um estado infeliz, horrível, não construtivo, na maior parte dos casos ela mata. Não apenas através do suicídio, mas também através de uma taxa maior de doenças do coração, a resposta menor do sistema imunológico e assim por diante.

Becker, em seu livro intitulado "a Negação da Morte", descreve que, para Adler, depressivo são pessoas que temem a vida e entregam-se à ajuda dos outros e, quanto menos se pode fazer mais dependente se fica. Quanto mais se esquiva aos percalços e ousadia da vida, tanto mais passa a sentir-se inepto e, ter menor auto – avaliação se encurrala em um canto onde não há mais para onde fugir se encaixou tão confortavelmente nos poderes e proteção de outros a ponto de renunciar a própria vida, e o medo da vida o conduz a um excessivo medo da morte.

A pessoa precisa entregar-se aos riscos e perigos do mundo, deixar-se ser tragado é evitar a vida. A pessoa deprimida é egoísta e apaparicada, a "criança mimada" que se recusa a crescer a aceitar responsabilidade por sua vida e assim sucessivamente. Quando esta tática falha ele se vê ameaçado e se afunda em uma fuga para a depressão e, quando abre mão de sua capacidade de enfrentar vê-se incapaz seja de fugir ou combater, o que o faz despir-se de suas defesas tornando-se dependente e se mantém na defensiva, mergulhando-se no fracasso. Para Boss, o depressivo quer ser bom aos olhos dos outros e, Fredeick Perls salienta que não se está no mundo para agradar os outros e nem ser agradados pelos outros. Querendo abocanhar mais do que consegue mastigar, a pessoa não consegue mobilizar uma reação específica e assim se sufoca com suas introversões. Quanto mais se envaidece, mais angustiado fica, na procura de um ideal deturpado e artificial, mais se critica. Está sempre entre dois extremos "Eu sou tudo" e "Eu sou nada".

O deprimido sente que tudo lhe é adverso, está constantemente se auto acusando, o fardo da culpa é imenso, o peso da responsabilidade o torna inerte a iniciar novos objetivos, sente pena de si mesmo, chegando ao ódio e comiseração, preso às lembranças emboloradas pelo tempo.

Para Josef Pieper e Harvey Cox, a única verdade de que os homens dispõem é a que eles mesmos criam e dramatizam; viver é interpretar o significado da vida. O homem novo tem que ter coragem de ser ele próprio, de erguer-se nos próprios pés e enfrentar o mundo real.

Num rápido apanhado, Emil Kraenpeun, pai da psicofarmacologia (1910), classificou a depressão entre os idosos como melancolia involuntária. Os idosos deprimidos sofrem de um descaso crônico, em grande parte porque nós encaramos a velhice como deprimente. Nos idosos os níveis de neurotransmissores são mais baixos e em pessoas idosas com seus 80 anos é a metade do que teria sido nas pessoas com seus 60 anos. Idosos com derrame tem propensão duas vezes mais dos demais devido a danos em partes específicas do cérebro (lobo frontal esquerdo, propenso a desregular a emoção). Nessa faixa etária, o tratamento antidepressivo leva ¾ de tempo a mais que em pacientes mais jovens e, na maioria dos casos esquece-se de tomar o remédio ou toma em dobro.

Filhos de mães deprimidas podem sofrer não apenas de depressão, mas também de transtorno de déficit de atenção, ansiedade de separação e distúrbio de conduta. Eles se saem mal em situações sociais e acadêmicos, mesmo se são inteligentes e tem grandes qualidades de personalidade. Têm níveis de queixas físicas, alergia, asma, resfriados frequentes, fortes dores de cabeça, dores de estômago e são medrosos. São frequentemente instáveis. Às vezes para melhorar a saúde mental dos filhos é mais importante tratar a mãe. As crises depressivas na primeira infância ocorrem na segunda metade do primeiro ano para filhos que ficaram excessivamente separados das mães. Em diversas combinações e graus de severidade, ela mistura apreensão, tristeza, choro, rejeição ao ambiente, retardamento mental, falta de apetite, insônia e manifestação de infelicidade (dos quatro aos cinco anos). Dos adolescentes que tiveram depressão na infância, 4% cometem suicídio, e tem altas taxas de quase todo tipo de problema grave de ajuste social. Ocorre antes da puberdade mais chega ao auge na adolescência, quase sempre combinada com abuso de substâncias químicas ou transtornos de ansiedade.

Entre os grupos mais propensos a sofrer depressão, o grupo homossexual destaca-se de modo acentual. Num estudo recente, pesquisadores examinaram gêmeos de meia idade onde um era gay e outro não. O homossexual era depressivo. Entre os heterossexuais 4% tentou suicídio e, entre os homossexuais 15% haviam tentado. Entre outros estudos aleatórios cerca de dez mil homens e mulheres, os que tinham feito sexo com pessoas do seu próprio sexo durante o ano anterior tiveram uma taxa significativamente elevada de depressão e síndrome do pânico. Durante 21 anos de estudos na Nova Zelândia, San Diego, Holanda e Minnesota (EUA,) mostraram que pessoas que se identificavam como gay, lésbica e bissexual tinham maior risco de sofrer depressão severa, ansiedade, disfunção de conduta, dependência de nicotina, idealização do suicídio e tentativas de suicídio. A homofobia é a explicação mais obvia para essa situação, são mais rejeitados pelas famílias e tem mais problemas em ajuste social. Tem mais dificuldades na escola, doenças sexualmente transmissíveis, infecção por HIV, quando idosas não tem cuidadores, porém para as pessoas não assumidas a taxa de depressão ainda é mais alta. Segundo Friedman e Downey, na parte mais importante do seu trabalho, pacientes semelhantes estão na verdade comprometido por um persistente auto ódio; e acham que os que os percebem gays acreditam que eles sejam inferiores, e quando superam essa crença, reclamam que perderam anos de felicidade que ficaram perdidos para sempre. A etapa posterior a infância, situam como ponto de origem, que mais tarde é condensada em homofobias internalizadas construída durante a infância mais avançada, ( entre 12 a 19 anos).

Segundo C.George Brown, "A depressão causa depressão", o maior estresse é a humilhação o segundo é a perda. A depressão é uma reação a uma perda passada, e a ansiedade e uma reação a uma perda futura. A ansiedade em excesso é uma corrida que paralisa e não leva a lugar nenhum.

Martin Keller, Departamento de psicologia da Universidade de Braw, trabalha com cientistas de várias Universidades, descobriu num estudo recente sobre pessoas com depressão que menos da metade experimentou uma melhora significativa apenas usando medicamentos, e 80 % experimentaram uma melhora depois de serem tratados com medicamento e terapia. A terapia permite ao paciente entender o novo eu que ele adquiriu com a medicação, aceitando a perda do eu que ocorreu com o colapso. É necessário ter como terapeuta uma espécie de treinador, para mantê-lo ativo. Os remédios tratam a depressão, o terapeuta trata os depressivos, ¨se tem cara de depressão trata-a como depressão (Sylvia Simpson). É preciso vasculhar bem para encontrar um bom terapeuta. Não deve ir a um terapeuta se não gosta dele.

Para a autoajuda, é necessário avaliar alguns critérios interessantes no conviver com as situações de conflitos provocadas pela depressão, tais como: acompanhar os pensamentos e modifica-los; consertar os problemas no presente; tirar o máximo daquilo que você é; analisar o papel importante que representa na família e aos amigos íntimos, buscar as lembranças e os pensamentos amorosos do passado que ajudam atravessar o dia; a fé em Deus e qualquer forma de fé em si mesmo são ótimas; ¨não fique esperando a cura o trabalho duro é que deve ser a cura, e nunca a pena que os outros sentem por você¨(Sharlote Brontte).

Segundo Andrew Solomon, é possível através da hipnose levar um paciente de volta as suas primeiras experiências e ajuda-lo a revivê-las de modo que faça aflorar alguma solução. A hipnose é também usada para criar na mente do paciente a imagem de um potencial futuro equilibrado, uma previsão que pode tirá-lo da atual infelicidade e assim propiciar esse futuro. Uma hipnose bem sucedida é útil para romper padrões negativos de pensamento e comportamentos, salientando que a terapia é tão boa quanto quem a pratica.

Depressão e DepressivoWhere stories live. Discover now