OS ENCONTROS DA VIDA II

Giovanni

₹Ellen₹

(Um ano e meio depois do nascimento de Joaquim)

  Eu tinha aquela sensação de quem não precisava de mais nada, me sentia completa, preenchida, Joaquim era tão perfeito pelo menos nesse eu acertei, ele tinha meus olhos, eu tinha cinco filhos que pareciam ter saído de um comercial de margarina, sinto muito mas era a verdade

- um beijo por seus pensamentos - Giacomo falou deitando na cama ao meu lado

- estou pensando na família linda que temos, parece aquelas de comercial de margarina - falei rindo

- são seus genes, eles são bons - Giacomo falou me olhando

- nem se comparam aos seus, mas pra minha sorte Joaquim tem algo meu

- os olhos e aposto que terá seu charme - ele falou passando os dedos por meu rosto

- acho que Giovanni ja herdou - murmurei - você ja viu que ele levanta a sobrancelha quando quer conseguir algo?

- igual você - Giacomo concordou

- acho que está chegando a hora de contar para ele - sussurrei

- você quer contar? - Giacomo virou de lado para me olhar nos olhos

- ele tem o direito de saber, eu prometi a Nicole - suspirei

- então contaremos - ele me deu um beijo

₹Giacomo₹

  Olhei para Giovanni sentado na nossa frente, ele tinha aquela expressão de medo, ele deveria estar tentando descobrir o que tinha feito de errado

- eu fiz algo errado? - ele olhou para a mãe?

- não amor, queremos te contar uma coisa - murmurei

- o que? - ele me olhou

- você sabe que Gabi não e minha filha certo? - Ellen começou

- sei, ela e filha da primeira mulher do papai - Giovanni falou

- sim - Ellen concordou, ela olhou para mim sem saber como falar

- mãe? O que foi? Por que esta chorando? - Giovanni levantou e abraçou ela, naquele momento eu tive certeza que nada mudaria o amor de Giovanni por Ellen

- filho - Ellen segurou o rosto de Giovanni entre as mãos - quando eu conheci seu pai, ele ja tinha Gabi, depois de um tempo descobrimos que a mãe dela teve outro filho com seu pai - Ellen parou de falar e esperou Giovanni entender o que aquilo significava, ele olhava de mim para Ellen tentando assimilar aquilo, ele parou de nos olhar e apertou os olhos por alguns segundos depois os abriu

- sou eu? - ele perguntou

- sim - Ellen concordou chorando

- eu não sou seu filho como as gemeas e o Joaquim? - Giovanni perguntou começando a chorar, ele voltou a apertar os olhos com força seus punhos fecharam como se ele tentasse forçar a dor a sair

Nos pensamos muito sobre aquilo, mas eu nem de longe imaginei que ia ser tão difícil, Giovanni soluçava entre as lágrimas

- claro que é - Ellen sussurrou - assim como a Gabi, eu a amo e amo você, eu juro filho, que te amo, foi inevitável, eu te amei no segundo que te conheci, eu ate tentei evitar, mas eu te amo

- mãe - Giovanni enxugou as lágrimas

- você tinha dois anos quando chegou para morar aqui, seu pai não sabia o que fazer, você não parava de chorar, então eu peguei você no colo, sentei ao piano e comecei a tocar, você sempre dormia quando tocava para você - Ellen contava baixinho - eu tinha medo de te amar, mas foi como com sua irmã

- você ainda quer ser minha mãe?

- claro que sim filho - Ellen sorriu - mas eu prometi para sua mãe que te contaria a verdade

- mas você é minha mãe - ele falou zangado

- sou sim - Ellen concordou rindo - é DNA nenhum mudara isso, mas Nicole te trouxe ao mundo ela me deu você, e por isso sou grata a ela, por isso eu quero que saiba que ela te amou muito, que ela e sua mãe também

- toca pra mim? - ele pediu abrindo um sorriso

- sempre que quiser - Ellen pegou Giovanni no colo - como cresceu tão rápido? - ela brincou - meu bebê esta tão grande.

- mãe eu não sou mais bebê - Giovanni reclamou quando Ellen levantou mantendo ele em seu colo

- claro que é, sempre vai ser - Ellen beijou ele

- mae eu já tenho oito anos e meio - Giovanni estava reclamando

- como assim? Você cresceu tão rápido

Fiquei olhando os dois sentados ao piano, Giovanni também amava o piano, a seis meses pediu para Ellen o ensinar, e assim como Gabi ele era talentoso, estava aprendendo rápido, Ellen o olhava tocar, dando dicas para ele quando errava ela era tão doce, nos tememos tanto esse dia, mas Ellen tinha razão era a hora certa, e nada mudaria aquilo, agora ele decidiria se contaria aos irmãos ou aos amigos, mas independe da decisão, ele sabia a verdade

- pai vem tocar - Giovanni chamou

- eu não sei tocar - falei levantando e sentando ao lado deles - mais vamos ver como isso funciona - comecei a apertar as teclas sem parar

- não pai, está tudo errado - Giovanni falou cobrindo os ouvidos

- então me ensina - pedi

- assim oh - ele começou a me mostrar