Capítulo 3: Brigar não vai adiantar

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Estou correndo o máximo que posso, minhas pernas estão tentando cada vez mais quebrar seus limites, meu coração bombeia uma maior quantidade de sangue para transportar mais oxigênio junto dos meus pulmões que coletam o ar rapidamente.

Recentemente minha vida virou o inferno assim como o de outras pessoas, quem já se viu tubarões que se movem por baixo da terra?

Olho para trás e vejo que muitos estão me seguindo assim como aqueles tubarões vendo comida aglomerada em uma só direção, tentei gritar para eles se afastarem, porém meu corpo não queria gastar energia com isso e simplesmente começou a tentar correr ainda mais rápido.

Continuo colocando mais força nas minhas pernas achando que estava me afastando rapidamente nesse longo período de tempo, bem, dizem que nessas situações o tempo passa mais devagar, mas só para a presa.

Era possivel escutar cada vez mais gritos indicando que a situação atrás de mim não estava boa e ao mesmo tempo vi um garoto correndo a uma velocidade maior que a minha, logo ele me ultrapassou.

Estava sentindo uma sensação de morte se aproximando e minhas pernas já estavam cansadas. O garoto que corria rápido tinha se distanciado alguns metros de mim, mas repentinamente seu corpo saiu do chão.

Um tubarão o pegou e facilmente rasgou sua carne junto com seus ossos, ele rapidamente entrou na terra, no fim eu voltei a ser o que estava a frente de todos.

Aquela sensação de morte não tinha passado e provavelmente eu seria atacado, e bem, assim foi, o tubarão pulou na minha frente com a boca aberta tendo milhares de dentes, vendo ele mais de perto dava para ver que não tinha olhos e sua pele parecia grossa como a de um rinoceronte.

Tentei agachar para voltar rapidamente a correr se conseguisse me manter vivo, mas por causa da velocidade que estava andando simplesmente desabei no chão e rolei algumas vezes sobre ele. E lá permaneci, jogado no chão com alguns machucados e vendo outras pessoas se aproximando.

Eu sabia que poucos tentariam ajudar já que todos estavam tentando salvar suas vidas então levantei rápido. Tentei voltar a correr, mas minhas pernas estavam cansadas e depois dessa pausa repentina junto com a queda elas não iam se mover mesmo, eu só conseguia me manter em pé de uma maneira instável.

Muitas pessoas começaram a passar por mim parecendo mais cansadas que eu, a única coisa que promovia a aguentar essa provação era sua vontade de viver. Alguns quase me derrubaram enquanto outros caiam por cansaço, empurrões dos outros ou por simplesmente tropeçar.

Enquanto estava tentando me estabilizar em pé no meio daquela correria senti uma mão se apoiando em minhas costas, olho para a direção dessa mão e vejo uma garota pequena que parecia ter minha idade me usando para se manter em pé.

Percebo que era uma boa ideia usar alguém de apoio por causa dessa garota e logo em seguida coloquei minhas mãos nela e a usei para me estabilizar fazendo a garota se segurar ainda mais em meu corpo para não cair, mas no fim foi em vão.

Prontamente comecei a disparada e até pensei em ajudar a garota, porém lembrei-me dos tubarões, logo voltei a correr. É como dizem, antes eu do que outros.

Minhas pernas que iniciaram com um ritmo lento rapidamente começaram a acelerar e em seguida ultrapassei algumas pessoas.

Depois de um tempo correndo ouvindo gritos a todo instante, vi que só tinha algumas pessoas que continuaram a correr, bem, os que estavam em minha frente. Achava que todos atrás tinham morrido por isso aumentei o passo, no entanto, não aguentei mais e cedi.

Estava no chão de costas, meu corpo quente permanecia ofegante, tentei olhar para direção da qual eu vim e lá ainda tinha pessoas vivas, aparentemente os tubarões foram embora assim que terminaram de se alimentar. Continuei deitado por um tempo para recuperar minha energia e após algum tempo me movi para ficar em pé.

Luxurious pink eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora