Sr. Montes

Carlota

    Galos cantam as plenas cinco da manhã, mulheres trabalhadoras se esforçam para prepararem o alimento de seus filhos e maridos. Tudo normal na pequena cidade de Palhaçal, uma cidadezinha feliz e florida, muitos campos verdes, famílias unidas e comunhão entre os vizinhos.

   Quem diria que iria chegar ao ponto de precisarem chamar o Sr. Montes ?Nem o próprio acreditou em tal acontecimento. É até difícil de acreditar que poderia acontecer algo de ruim em uma cidade pacata como essa, difícil, mas não impossível.

    Há três meses atrás, uma das famílias de Palhaçal, os Calinos, uma família bem respeitada, adorados por todos e sempre dispostos a ajudar , sofreram de um terrível acontecimento, o sumiço da primogênita, a bela Carlota; uma menina gentil, engraçada, exuberante e muito especial. Ninguém sabe o que aconteceu, ela apenas sumiu, e não foi  encontrada até hoje. Chegou em um ponto em que as pessoas já não aguentavam mais chorar e sair pelos  matagais em busca de Carlota.

      Três meses depois do acontecimento, os Calinos junto da pequena cidade de Palhaçal, decidiram procurar ajuda com o antigo amigo da cidade, o Sr. Montes.  Antigo morador de Palhaçal, Sr. Montes, morou na cidades junto a sua família desde de seu nascimento, porém decidiu se aventurar em outros lugares e foi atrás de seu sonho de resolver mistérios nas cidades grandes. Apesar de ser muito querido pela pequena cidade, também era temido, pois, no dia em que deixou Palhaçal, as suas palavras foram claras "- Hoje deixo Palhaçal, cidade do meu coração, apenas voltarei quando eu tiver que salva-los de um mistério pelo qual não souberem como resolver, saio hoje como Natanael, mas voltarei como:  Sr. Montes, O Detetive."
E assim foi a despedida do nosso querido amigo, Natanael Montes.

    Após muitas tentativas falhas de solucionarem o mistério do sumiço de Carlota, seus pais, Juvenal Calinos e Rosário Calinos, finalmente conseguiram fazer contato com o Detetive Montes, o que foi bem difícil, já que ele não é de ficar parado em um só lugar. Além de terem que procurar por sua querida filha, ainda tiveram que procurar pelo detetive.
Assim que conseguiram  notícias sobre aonde estaria o Sr. Montes, os pais preocupados correram até os estábulos e pegaram o seu cavalo mais veloz e foram embora em direção a cidade grande, onde se localizava a hospedagem do nosso querido detetive.
Após chegarem no local, os pais de Carlota, cansados de tanto cavalgarem por aí e de pequenas pausas pelo caminho, se hospedaram em um hotelzinho barato no qual o  Sr. Montes também se encontrava.
Logo, Rosário Calinos falou ao entrar na hospedagem: - Precisamos de um quarto urgente, minhas costas doem e  pareço que vou desmaiar de tanto sono.

- Só temos quartos com camas separadas.- falou a recepcionista desinteressada.

- Não tem problema, nós podemos juntar as camas, assim, minha esposa e eu, ficaremos perto um do outro.- Falou o Sr. Calinos com seu jeito gentil de sempre.

- Aqui não pode juntar as camas, é proibido, cada um fica na sua.- falou a novamente a recepcionista olhando diretamente para o senhor em sua frente, agora mastigando um pedaço de pão velho que tirou de debaixo de seu balcão.

- Mas porque não podemos juntar as nossas camas? Somos casados!!- Falou Rosário aumentando o seu tom de voz.

- Ao menos que queiram pagar pela tinta do chão do quarto que será arranhada assim que arrastarem suas camas por causa de um capricho romântico de vocês, poderão arrastar sim as suas camas. - falou a recepcionista com um sorriso forçado em seu rosto.

- Tudo bem, nós ficamos com qualquer quarto que tiver aí.- falou Juvenal tentando não causar mais problemas, enquanto segurava a sua esposa para não surtar e arrancar os cabelos da recepcionista malcriada.