Meu território e meu humano!

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[curtinho e bem bobinho]


Tenho uma reclamação a fazer. Não aguento mais dividir meu território e minha atenção com Jeon Jeongguk!

Tudo começou quando meu humano, Kim Taehyung, me fez um ótimo carinho — mal sabia eu que estava virando a minha barriguinha para uma estratégia barata de chantagem — e me disse:

— Yeontan, hoje tenho uma surpresa para você!

Fiquei animado, achando que era um biscoito novo ou alguma carninha que ele tinha comprado para mim, e adivinhem só: não era! Mas tudo bem, eu dou um desconto ao Taehyung, porque acho que ele não deve saber de muitas coisas — quer dizer, convenhamos, humanos são meio bobos.

Acho que ele não sabe o significado de surpresa. Surpresas são coisas boas, geralmente presentes ou qualquer coisa que deixe outro humano ou um cachorro feliz. Nesse caso, não foi nada disso: ao abrir a porta, outro humano apareceu, trazendo seu cheiro esquisito para dentro da casa, seu corpo musculoso e ridículo de macho e seu sorriso que obviamente hipnotizava Taehyung.

E não era como aqueles mini humanos cheios de energia que vinham brincar na nossa casa quando a irmã de Taehyung vinha, porque esses mini humanos são legais e me enchem de carinho e de brincadeiras.

Este humano é um espécime diferente, um espécime feito só para me atormentar e me tirar a felicidade, para roubar Taehyung, meu sono e minha comida!

— Ah! Então você é o Yeontan! — ele sorriu para mim, se abaixando para me fazer carinho. Olhei para Taehyung e percebi que ele estava sorrindo também, mas seus olhos estavam grudados naquele desconhecido.

Imediatamente meti meus dentes em sua mão:

— Sai fora, maluco! Não te conheço pra você pôr essa mão fedida em mim! — berrei, pulando de raiva, mas nenhum deles me entendeu. Humanos idiotas, nunca entendem nada, são a espécie mais atrasada desse planeta.

— Tannie! Não morde o Jeongguk — Taehyung me afastou, tocando a mão daquele cara com cuidado e se mostrando todo preocupado. — Ele te machucou, Gukie?

— Não — o tal Jeongguk riu, beijando-o na bochecha e descendo-lhe a mão pelo braço. — São dentes pequenininhos e a mordida não foi forte, não se preocupe.

Aí já era demais! Entra na minha casa, apalpa meu humano e ainda me insulta?!

— Tá querendo morrer?! — gritei e Taehyung riu:

— Ele deve estar estressado hoje. Não passeamos.

Nem me lembre disso, Taehyung!, quis gritar. Não é legal ficar falando que vai me levar para passear e não me levar.

Puxa, só de lembrar fico chateado...

— Tudo bem — Jeongguk assentiu e acenou para mim. — Tchau, Yeontan! Vou roubar um pouquinho seu papai, mas depois eu devolvo, ok?

Como ele sabia que Taehyung era meu pai? Aquilo era absurdo, era uma vergonha ouvir Taehyung dizer que era meu pai, porque era óbvio que não era, mas já que ele me dava comida, carinho e água, eu aceitava ouvi-lo dizer. Mas ouvir aquele ser dizer, era mais do que absurdo! Impensável!

— Voltamos mais tarde, Tannie, se comporte — Taehyung me afagou rapidamente antes de fechar a porta e me deixar sozinho.

E foi aí que meu pesadelo começou.

Depois desse nosso primeiro encontro, agora Jeongguk aparece todo dia para "roubar" Taehyung e me deixar sozinho por horas. Às vezes, eles entram em casa e Jeongguk se deita no colo do meu humano, recebendo carinho nos cabelos pretos nada macios como os meus pêlos.

Eu ou ele?Onde histórias criam vida. Descubra agora