Epílogo

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Às vezes, quando mais novo, enquanto o castelo ainda dormia, Hinata saia de fininho de sua cama, e corria até o campo de treinamento. Ficava por entre as árvores, comendo o pão que furtou da cozinha no caminho até ali, observando o treinamento matinal.

O barulho das espadas, o pisar forte do chão com a corrida e o grito de guerra a cada volta. Shouyou fechava os olhos, e deixava sua imaginação viajar.

Se imaginava ali, segurando sua própria espada, a quem ele daria um nome. Seria a mais valente de todas. Seus movimentos seriam os mais ágeis, ele sabia. Tetsurou não poupava palavras para dizer o quando ele era habilidoso.

"Você é igualzinho ao seu pai" dizia ele, e Shouyou adorava quando ele o fazia.

Não conheceu de fato o pai, mas as histórias sempre o mantiveram vivo. Sempre que ouvia falar sobre ele, Hinata conseguia visualizar bem.

Seu pai era um herói de guerra, morreu protegendo o rei. Todos o admiravam.

"Quando crescer, quero ser igual a ele." Dizia, sempre que terminava de ouvir sobre as aventuras do pai.

"Ah, não vai, não" era a resposta de Kihane sempre que o encontrava. O pegava pelo braço e o arrastava de volta para os dormitórios.

Com o passar dos anos, Hinata aprendeu que não adiantava se espernear, gritar e fazer birra. Sua mãe não mudaria de ideia.

Ele nunca se tornaria um soldado em Fukurodani.

Agora, aos quinze anos, Shouyou não tentava mais escapar durante a manhã para ver os treinos. Ao invés disso, ele ia até sua janela. Onde ele tinha a visão perfeita do jardim, ao longe.

Sentado no batente, ele tocava a jóia vermelha em seu pescoço. Lembrando-se da infância, da promessa que ele fez sob a lua.

"Espere por mim" ele dizia a si mesmo, seu ritual secreto ", eu vou me tornar o melhor soldado das províncias."

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