Epílogo

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Epílogo

Como nos últimos dias, Nanda recebeu flores, depois uma ligação e por fim foi se arrumar para sair. Mas dessa vez eu não vou ficar em casa e lamuriar pelos cantos, vou em busca dela, e quando chegar até ela vou lhe falar tudo o que eu sinto.

Hoje nós vamos decidir se colocamos um ponto final nesta história de amor ou se ainda escreveremos juntos tudo o que a nossa vida nos reservar.

Me sinto tão nervoso que meu estômago se contorce e eu sinto vontade de vomitar, sem contar que o medo que estou sentindo me faz querer desistir e tentar outro dia, e a ansiedade de tê-la em meus braços me faz ter coragem de dar passos para frente.

Sem contar que minha consciência anda me estimulando e por mais que me irrite, sei que ela está certa, afinal, é o meu lado racional que está falando.

Escuto o motor do carro dela e logo o vejo passar pela a janela. Coloco minha máscara, tranco a porta e corro para a garagem. Entro no carro, fecho os vidros e sigo o carro da minha mulher com o meu coração indo a mil.

Por mais que eu tente evitar, sinto um medo tenebroso do que posso encontrar assim que ela parar o carro. O medo é tão assustador que me faz chorar com tantas incertezas que rodeia minha mente enquanto dirijo.

E se Nanda estiver mesmo me traindo? E se ela sai todos os dias para pensar como pedir o divórcio? E se… sei lá, ela vem aqui porque já não aguenta mais a minha presença?

"Para de ficar se martirizando, você não sabe o que ela faz todas as tardes, então por que está sofrendo antecipadamente?"

Vejo o carro dela parar em frente a uma praça. Estaciono meu carro em frente a uma floricultura o mais longe e perto o possível dela. Vejo Nanda sair do carro e meio trôpega vai em direção a um banco de concreto que está com sombra por causa da árvore próximo a ela.

Com o coração acelerado e minha respiração entrecortada - e a máscara não ajuda, desço do carro. Penso em ir até ela agora, contanto o cheiro das flores aromáticas chama minha atenção. Entro dentro da pequena floricultura e observo as flores, Nanda ama tulípas e será elas que eu vou lhe dar hoje.

Assim que entro na loja, um vendedor vem até mim, mede minha temperatura e me dá um pouco de álcool em gel, só assim posso entrar na mesma e procurar as tulípas que minha esposa tanto ama.

Pelo menos aquele cara idiota que manda flores para ela não sabe disso. Ele acha que Nanda é uma mulher tão clichê que vai gostar de rosas vermelhas? Bom, pelo menos um ponto negativo para ele.

Mas ainda assim, ela sorrir que nem boba quando elas chegam. Será que ela deixou de gostar de tulípas e agora prefere rosas? Meu Deus, e agora? O que eu levo?

— Quer ajuda, senhor? — o recepcionista pergunta de modo gentil — o senhor estar com um olhar tão apavorado, é flores para um encontro? — pergunta sorrindo.

Faço uma leve careta ao perceber que estou demonstrando minha luta interna. Coço a nuca e dou um sorriso sem graça, por fim o fito e decido contar o que está acontecendo.

— Digamos que sim, jovem. Estou em um dilema. Minha esposa ama tulípas, desde a sua adolescência. Contanto ela parece que estar gostando de rosas agora. O que eu levo? — pergunto. O recepcionista sorrir, passa o álcool e sai do balcão para vir em minha direção mantendo uma distância segura entre nós.

— Se sua esposa ama tulípas desde a adolescência, acredito que seja melhor levá-las. Ela pode estar gostando sim de rosas, até porque elas são lindas, mas tulípas devem ser especiais para ela.

Flores Para ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora