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Estava presa. Amarrada a uma cadeira e, sem saber o que fazer nem o porquê ou como tinha chegado naquela sala escura e arrepiante. A última coisa de que me lembrara era de caminhar, e apanhar um táxi, na grande cidade de New York.

Tinha chegado a apenas uns dias, para começar a trabalhar. Ainda estava a conhecer a cidade mais cara da América, pelo menos eram o que me diziam. Não tinha conhecidos, nem amigos, por isso havia arrendado um pequeno estúdio, particularmente barato para a área em questão. Naquele dia horrível , tinha começado o meu primeiro dia como uma insignificante empregada de mesa, num pequeno restaurante de pizza, mesmo ao virar da esquina de onde morava. Tinha de arranjar dinheiro para pagar as propinas da universidade onde iria estudar para me formar como professora. Saí de Portugal, sem certezas de como seria a minha nova vida aqui. A única coisa que sabia era que tinha de conseguir era entrar numa universidade, que me garantisse um futuro independente da minha maldita família. Quando finalmente aterrei no aeroporto, apercebi-me de que tinha conseguido chegar a algum lugar onde os meus pais não eram conhecidos pelas enormes fraudes e pelo dinheiro roubado a milhares de pessoas inocentes, mas ingénuas ao ponto de acreditar neles, pensava eu.

Gotas de suor escorriam-me pela face, à medida que me tentava soltar daquela fria cadeira. Depois de tanto tempo a tentar baixar o lenço que me impedia de berrar, finalmente consegui respirar fundo novamente. Mas não adiantava gritar por socorro, pois a sala não tinha qualquer abertura, só apenas uma porta de ferro e sem abertura do lado de dentro. Tinha de haver alguma razão lógica de eu estar ali.

(.)

Resgate em New YorkWhere stories live. Discover now