Akaashi andava de um lado para o outro. Estava quase abrindo um buraco no chão. Sua mente estava a mil, seus pensamentos um atrás do outro o atormentavam. Ele precisava encontrar uma solução.
— E seu você fizer isso hoje à noite? Na hora do jantar? O Bokuto não vai negar se for algo simples — sugeriu Kenma. Naturalmente ele estaria pouco se lixando para os surtos de Akaashi. Mas era no seu chão que ele estava prestes a abrir um burco. Tinha certeza que receberia uma multa mais tarde, o casal morando no andar de baixo devem estar putos da vida com ele.
— Sei que o Kou não ligaria — disse Keiji.
— Viu? A resposta é simples.
— Mas eu ligo, sabe, quero algo especial.
— Cara, é simples — Kenma suspirou, largando o console. Ele se inclinou no sofá, na pequena estante ao lado do móvel. Pegando um caderno velho do seu tempo de escola e uma caneta. — Escreva uma carta para ele, vocês gostam disso, né?
Akaashi caiu ao seu lado no sofá. O sorriso brotando no seus lábios quase imediatamente ao se lembrar das vezes em que Bokuto e ele trocavam cartinhas de amor, nos tempos doces de sua juventude. Quando começaram a morar juntos, tinham o costume de colocar pequenas declarações de amor pela casa, em papéis coloridos. Eles ainda faziam isso, mas na maioria das vezes era para avisar que o leite havia acabado.
— O Bokuto não vai entender se você colocar sua alma de autor nela, então vou fazer algo simples. Considere isso meu presente para vocês — diz Kenma. E ao terminar de escrever, ele entrega o caderno a Akaashi. No meio da folha, uma única frase brilhava em letras enormes: Case-se comigo, vadia.
— Kenma! Isso é sério — Akaashi afastou o caderno com um tapa, mesmo que estivesse sorrindo. Ficou tentado em seguir aquela sugestão. Mas não. Koutarou merecia um pedido de casamento romântico e sem vulgaridades.
— Eu também estou sério, Akaashi — diz Kenma. — Você está preocupado sem motivos. O Bokuto é louco por você, ele vai dizer sim até mesmo se você perguntar enquanto ele desce um barro.
— Você acha?
— Qual é, Akaashi. Você tá deixando teu nervosismo te dominar. Você melhor do que ninguém conhece o Bokuto.
— Você tem razão — Keiji respirou fundo, se levando. Decidido. — Eu vou pedi-lo em casamento hoje à noite, depois do jogo!
— Isso. Só chega junto e diz: Vamos nos casar, vadia.
— Para com isso!