Da arquibancada, Akaashi gritou por ele. A adrenalina fazendo seu sangue ferver. Ele conseguia sentir as lágrimas salgadas em sua boca. Estava fora de si.
Aquele último ponto havia sido lindo, estava orgulhoso e com inveja. Orgulhoso pela conquista de Bokuto e com inveja por não ter ele quem estava o abraçando agora, na quadra.
Sentia falta daquela emoção. O suor pingando, os membros doloridos, até mesmo das bolas acidentais que acertavam seu rosto.
Entretanto, ver Koutarou ali, tão lindo com seu novo uniforme (preto sempre foi sua cor) o monstro verde logo o abandonava e ele só conseguia pensar o quanto estava feliz. A vitória de Bokuto era sua vitória.
Retirou seus óculos para limpar as lágrimas, no momento em que Koutarou correu em sua direção. De início, Keiji achou que fosse uma alucinação causada pela miopia. Esfregou os olhos, colocando os óculos de volta. Bem a tempo de ver o borrão Bokuto tomar forma, se ajoelhando na quadra.
Akaashi sentiu seu sangue antes ferendo, agora gelar. Colocou a mão sobre o peito, o coração acelerado. Bokuto olhou ao redor mexendo no calção, como se procurasse por algo, até perceber que não tinha bolsos. Akaashi o viu grunir, e foi inevitável não rir.
Hinata então apareceu correndo atrás dele, lhe entregando uma pequena caixinha azul. Akaashi sentiu sua alma indo embora naquele momento. Podia jurar que conseguia vê-la ao seu lado, igualmente encantada de amores.
— Akaashi Keiji — gritou Bokuto. Despertando Keiji. Bokuto então abriu a caixinha, revelando o anel dentro da almofada pequena. — Por favor, continue fazendo de mim o homem mais feliz desse mundo. Aceita se casar comigo?
Akaashi colocou a destra na boca, abafando o soluço. Todos na arquibancada começaram a gritar e apontar para ele, o incentivando a descer lá. Keiji não pensou duas vezes, porém, as escadas até a quadra estavam longes demais. Então ele subiu na grade de proteção da arquibancada, pulando. Não temendo a quadra. Pois sabia que Koutarou estava lá para o pegar.
Bokuto de fato o segurou, mas não conseguiu manter o equilíbrio e os dois caíram no chão. Cheios de risadas e lágrimas, Akaashi segurou as bochechas de Bokuto. O beijando.
— Keiji, e sua resposta? — Bokuto perguntou, ainda atordoado pelo beijo.
— Realmente precisa de uma? — Akaashi riu. E então, de dentro de seu casaco, ele retirou uma caixinha idêntica a qual Koutarou segurava. — Eu planejava te perguntar a mesmo coisa hoje à noite.
Koutarou, chocado, olhava para Akaashi, para a caixa nas suas mãos, e de volta para seu rosto.
— Eu aceito! — gritou Bokuto, e foi sua vez de se jogar nos braços de Keiji.
Atrás deles, os companheiros de equipe de Bokuto vibraram, assim como todos que assistiam aquele momento.
— Alá, Omi-Omi — disse Atsumu — Poderia ser a gente, mas você não colabora.
— Que tal tomar um banho primeiro? Depois a gente conversa — foi a resposta de Sakusa.
Já Hinata enxugava suas lágrimas com a toalha de rosto enquanto resmungava:
— Meus pais vão finalmente se casar.