First Mistakes ~ Izzy Stradlin

1 - Prólogo

1985

Los Angeles

Izzy Stradlin

Lá estava eu, andando pelas ruas escuras do subúrbio de Los Angeles, sentindo o vento no meu rosto e balançando os meus cabelos enquanto minhas mãos estavam dentro do meu bolso. Avisto o letreiro do Train Soul, percebo que havia pouca gente na recepção, ótimo. Continuo andando e chego até a porta, abro e vou até o porteiro, um velho conhecido meu.

- Boa tarde, jovem Stradlin. - ele me cumprimenta, com seu sorriso docemente amarelo e um aceno.

- Boa tarde, senhor Blake. - o cumprimento e ele me concede passagem, logo entro na área baixa do prédio.

Pego o elevador e aperto o botão do 3° andar, assim que o elevador se abre, saio em direção ao apartamento de número 303, aperto a campainha e espero.

- Já vai!! - ouço a voz de Miley soar calma, diria até sonolenta. Logo ela abre a porta, ela estava como sempre, short e uma camiseta de alguma banda. - Oi, menino Izzy!

- Oi. - entro no seu apartamento chique, após ela me dar passagem e me sento no seu sofá macio.

- Chegou cedo hoje. Porque está tão triste? - ela pergunta e se senta ao meu lado e eu ponho a cabeça no seu ombro.

- Como sabe que eu estou triste?

Ela suspira antes de responder e põe a minha cabeça no seu colo, começando a fazer um carinho delicioso no meu cabelo.

- Você é muito restrito em relação a sentimentos, mas algumas das suas expressões eu sei bem decifrar. - ela responde e eu fecho os olhos.

Lhe contar seria a melhor forma de me esvaziar, eu confiava nela, de alguma forma, ela me fazia me sentir confortável. Já contei pra ela meus maiores prazeres, meus piores momentos e meus mais terríveis segredos, ela nunca me negou ajuda. Então eu estaria sendo um pouco cuzão de não contar pra ela, certo?

- Eu tenho depressão.

Não vejo sua reação. Não olho pra ela, não quero ver sua expressão. A mão que acariciava meus fios, acabou por parar os movimentos. Ouço seu suspiro baixo e ela volta a fazer carinho no meu cabelo.

- Como descobriu?

- Há algumas semanas. Não foi uma surpresa pra mim, mas quando fui ver, eu já estava absorto.

- Eu não sei como posso te ajudar. Eu juro que não sei. - ela passa a mão pelos cabelos. - Eu não esperava por isso, Dean. Somos amigos desde 83 e você nunca me disse algo parecido.

- Eu não estou pedindo pra você me ajudar. - não que eu esteja sendo grosso, mas acabei sendo infeliz nas escolhas das palavras. - Eu só vim desabafar.

- Já pensou em se tratar?

- E me entupir de remédios que nunca fazem efeitos? Não, obrigado. - digo e ergo a minha cabeça do seu colo. - Eu vou embora.

- Um dia você vai ver que isso é real, Stradlin.

Não faço nem questão de tentar entender suas palavras. Ela não me entendia, nem sabia como me ajudar, mesmo que eu não estivesse lhe pedindo ajuda, então não tem por que continuar ali com ela.