Sweet Creature | EdSer

Capítulo Único

     

                                                                                                      Sweet creature, sweet creature
                                                                                                Wherever I go, you bring me home   
                                                                                                   Harry Styles – Sweet Creature                                                                              

Quando você procura o significado de casa na internet, o primeiro resultado que aparece é “edifício de formatos e tamanhos diferentes, quase sempre destinado à habitação” e acredite, como bom arquiteto que sou, consigo definir o que é moradia de trás pra frente, mas é quando sinto o perfume floral de Eda chegando ao escritório é que posso dar sentido a segunda definição de casa: lar.

Nunca me imaginei como um cara romântico. Longe disso. Antes dela eu nem mesmo soube o que era amor, e vê-la iluminando a todos com seu bom dia acompanhado daquele sorriso me faz esquecer até do relatório que pedi para Leyla mais cedo. Me sinto em casa, ainda que  esteja a poucos quilômetros do lugar que moro. Meu coração acelera e meu relógio da os primeiros sinais de alerta, mesmo depois de tanto tempo, ela me causa o mesmo efeito.

— Ora ora parece que alguém ficou emocionado ao me ver. -  Eda vem rindo até mim e senta em meu colo, me dando um beijo rápido — Nunca me canso quando isso acontece – diz tocando no relógio que aos poucos indica que meus batimentos voltaram ao normal

—Eu sei que você adora isso – dou um beijinho em seu pescoço — Mas me preocupa que um dia você consiga fazer meu coração parar ao te ver

— Como você é dramático, Serkan Bolat – sorrio enquanto a observo levantar e sentar na cadeira ao lado — Vim aqui pegar uns papéis sobre aquele projeto do centro, mas antes de sair passei pra te lembrar que minha tia está nos esperando para o jantar

— Eu não esqueci minha querida fada, estarei pronto às sete em ponto

— Acho bom, da última vez ela achou que tivéssemos esquecido, mas o senhor só estava muito ocupado tentando me manter na cama – sorri de canto enquanto desliza o salto alto nas minhas pernas por debaixo da mesa

— E se você continuar fazendo isso te prenderei nesse escritório agora mesmo, e como trocamos esses vidros, ninguém sequer vai notar que estamos aqui dentro – minha voz vacila enquanto penso na imagem que se formou. Ficar trancado com Eda no escritório? É uma ótima ideia.

— Serkan... – ela sussura – por mais que seja maravilhoso passar o dia aqui com você, eu preciso ir – se levanta e caminha os poucos centímetros de distância até mim — Entretanto, podemos passar a noite toda em casa após o jantar – estala um beijo nos meus lábios e corre para porta

— Eda Yildiz, essa é uma promessa que eu vou cobrar – grito enquanto vejo a grande porta de vidro espelhado se fechando e sinto um sorriso se formar ao pensar nos planos que tenho para esta noite.

Me sinto um pouco ansioso para o jantar de hoje. Surpresas sempre me deixavam nervoso desde criança e ter o controle da situação é a única forma de acalmar meus pensamentos, porém as coisas nunca mais foram as mesmas desde que Eda entrou em minha vida. Pensar que fingimos um noivado e hoje pretendo pedi-la em casamento de verdade me faz querer gargalhar. A caneca que ela me deu de presente logo nos primeiros dias do nosso relacionamento faz de conta, permanece vermelha na prateleira da cozinha, mais um objeto que zomba do antigo Serkan. E eu acho graça de mim mesmo. Quem poderia imaginar que um contrato idiota poderia me trazer a mulher da minha vida.