Cap. 3

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                         Despedida

//alerta de gatilho!! esse cap tem menções a remédios, automutilação e suicídio, se você é sensível não leia o cap. foram avisados//
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Uns meses se passaram desde a festa do Pepeu. Os amigos perceberam que Hugo estava bem ausente, tanto nas aulas quanto nos rolês que eles fazem todo sábado na sorveteria. Hugo sempre fala que tá ocupado ajudando o pai dele no hotel, mas nunca fala o que aconteceu com o pai dele ou se ele precisa de ajuda.

Hugo estava na recepção do hotel de seu pai, esperando se alguém precisasse de alguma coisa. Já havia terminado suas tarefas do hotel, como limpezae organização. De vez enquanto ele vai até aonde seu pai costuma dormir, conferindo se ele precisa de alguma coisa.
Ele resolve mandar mensagem para seus amigos, já que não fala com eles há um bom tempo.

(Grupo: Los Hermanos -Pepeu, Lipe, Muri e Hugo)

– oi galera, como vcs estão?

Pepeu– oi, Guh! quanto tempo! tá tudo bem?

Lipe– eae man, tá tudo bem aí? vc n vai pra escola tem umas 3 semanas..

– ah, tá tudo bem sim.. coisa do hotel.. sabe? 

Pepeu– ah, sim... você não precisa de ajuda? você precisa ir pra escola.. é preocupante você trabalhar tanto assim e não se dedicar a escola

Muri– é verdade man, vc perdeu umas 3 provas

– preciso de ajuda não, tá tranquilo aqui, e relaxa com coisa de trabalho eu consigo recuperar de boas

Lipe– olha.. a gente tá preocupado com vc.. vc tem CERTEZA de que não precisa de ajuda?

–tenho sim.. galera vou ter que ir.. já já eu volto ok?

Pepeu– okok... se cuida se Guh

– :)
Ele guarda o celular e fica um tempo atoa. Chega umas pessoas, outras saem.. ele atende todos bem educadamente. quando ninguém passa, ele fica lendo livros da escola, mas acaba dormindo em poucos minutos.
Heitor, o pai do Hugo chega até ele e o acorda
— Filho? Ei ei...
— huh? o que--  eu n tava dormindo- –ele se ajeita na cadeira, fingindo que estava acordado.
— Eu vi... filho, você quer ir dar uma volta? Está muito tempo trabalhando.. não vê seus amigos..
— Eu tô bem, pai.. eu vou ficar aqui com o senhor para o que precisar.. que tal a gente ir pra praça? Nós dois? Aí os dois saem do serviço e os dois ficam juntos! 
— Filho, não precisa fazer isso por minha causa.. eu sei que te atrapalho..
— Ei.. você não me atrapalha, você é o melhor pai do mundo! Vem, vamo lá respirar um ar puro, ver pessoas, olhar pra natureza.. bora – ele se levanta e pega na mão dele, o guiando até a saída.
— Ok.. se você insiste..
— Hoje vai ser o melhor dia da sua vida! Dia pai e filho!

Eles chegam até a praça, onde tinha algumas crianças brincando.
— Olha, pai. Lembra que quando eu era pequeno a gente brincava de bola?
— Lembro sim, filho.. essa época era tão boa.. pena que o tempo passa.. e assim os bons momentos..
— Ei, não fica assim.. a gente pode dar uma relembrada, não é? Olha, eles deixaram a bola ali.. só um segundo.. – Hugo vai até as crianças, pedindo permissão pra poder brincar com a bola um pouco. Passa uns 2 minutos e ele volta com um grande sorriso, com a bola em mãos. — Eles deixaram pegar a bola! – ele passa a bola pro mesmo, que a pega, dando um sorriso.
— Vai lá, pai! – ele se afasta um pouco e faz sinal para que ele jogue a bola para ele.– Passa pra mim!
— Tudo bem.. lá vai! — Heitor se prepara e joga a bola, fazendo que Hugo precisasse correr até pegar a bola.
— O senhor tá bem,hein?
— Eu tô velho, mas não debilitado hehe!
Eles ficam um tempo brincando, mas tiveram que devolver a bola pras crianças depois. Então resolveram ir para a sorveteria pegar o sabor favorito do pai dele, pistache com chocolate e calda de morango.
Eles foram até um mirante que tinha logo depois da praça, onde eles ficaram assistindo o por do sol.
— Hoje foi legal, né pai?
— Sim, meu filho.. nunca me sentia assim desde quando você tinha 7 anos..
— Podíamos ter mais momentos como esse, não é?
— Sim...
— Tá tudo bem, pai?– direciona o olhar para o mesmo, um pouco preocupado.
— Claro, meu filho.. só.. só queria ter feito isso antes.. queria ter passado mais tempo com você. Fui tão ausente nesses últimos anos, que mal conversávamos..
— Agora a gente pode fazer isso.. todos os dias!
— Eu não sei.. não sei se vai ter tantos dias assim.. não pra mim..
— Ei... pai não fale assim.. eu sei que não está muito estável.. mas eu estou aqui! você não tá sozinho e eu vou ficar com você até o fim – Hugo abre os braços, dando espaço para um abraço, que é aceito por Heitor.
— Desculpa ser um peso pra você, meu filho.. você podia está com seus amigos, estudando pra ser alguém nessa vida..
— Pai, você não é e nunca será um peso para mim...  você é a pessoa mais importante do mundo pra mim!
—.. te amo, Hugo
— Te amo, pai!
Eles ficam abraçados, adimirando o por do Sol, e assim retornando para o hotel.
Chegando lá, Hugo insiste que ele descanse, e que iria ficar a noite em claro cuidando do hotel, e ele logo aceita a proposta e vai para o quarto.
Hugo coloca seus fones no mínimo, e de um lado só, para poder ouvir se a caso seu pai o chamasse ou alguém precisasse de algo.
Hugo depois de muito tempo, estava praticamente dormindo, ouve um barulho vindo do quarto de seu pai e vai até lá. Ele bate na porta, mas nada do seu pai responder.
— Pai? Tá tudo bem aí? – ele bate na porta mais uma vez, sem resposta.
Ele fica tenso, ele sabe que seu pai não demora tanto para responder, mesmo que estivesse dormindo. Vai até o balcão com as chaves do quarto e abre a porta.
Ao entrar, encontra seu pai desmaiado no chão, com os remédios antidepressivo e de dormir jogados no chão. Ele estava com cortes em seus braços, que sangravam muito.
Hugo vai até ele, o carregando em seus braços, com um pouco de dificuldade.
— P-pai.. pai acorda! – ele está em desespero, tentando fazer seu pai acordar, sem resposta. Ele pega seu celular e liga para a ambulância e para o pai do Lipe, que era médico.

— Hugo? tá tudo bem-

— Lipe trás seu pai aqui, meu pai não tá bem ele precisa de ajuda! Depressa!

T-tá.. mas o q aconteceu..?

— Só trás seu pai aqui, por favor..

— Tudo bem
Em pouco tempo a ambulância e o pai do Lipe, o doutor Douglas vai até o quarto onde Hugo estava, colocando o pai dele na maca e levando para a ambulância, indo pro hospital.

Lipe estava esperando eles no hospital. Quando os viram, foi até o Hugo.
— Mano, o que aconteceu, tá tudo bem?
— Meu pai, Lipe.. ele se dopou de remédio e agora ele tá inconsciente.. – ele fala com dificuldade, ele estava chorando compulsivamente.
— Vai ficar tudo bem.. – Lipe o abraça, tentando dar apoio para Hugo, que logo retribui.
E

les ficam na recepção, esperando uma notícia de Heitor, até que o Doutor Douglas vai até eles, um pouco tenso.
— E então, doutor.. como que tá o e
meu pai..? – estava ansioso, aflito. Era perceptível que estava contando as lágrimas, segurando com força a manga de sua blusa, torcendo para que ele esteja bem.
— Hugo.. seu pai tomou uma dose muito alta de remédio.. e os cortes.. os cortes chegaram a cortar o pulso. Sinto muito... nós te tentamos o nosso melhor, mas infelizmente já era tarde de mais...
Ao ouvir essas palavras, a visão de Hugo se escurecia, suas pernas ficaram bambas. A voz do doutor e de Lipe ficaram baixas e lentas, ele só ouvia que foi tarde de mais.
Ele lembrou de cada momento que passaram. Todos os momentos juntos, fazendo o coração dele se apertar mais ainda. Ele acaba se sentando novamente na cadeira que estava, olhando para suas mãos, fazendo que suas lágrimas caíssem em seus palmos.
— Isso.. isso não é real... me diz que é mentira!– Ele volta seu olhar para o doutor, com sua visão embaçada pelas lágrimas.
— Hugo, eu sei que é difícil aceitar.. mas você tem que ser forte agora..
— Mano.. eu sinto muito... eu nem sei--
— Meu pai.... a única pessoa da minha família..  eu-- – Hugo desaba. Ele cai em prantos, se culpando por não ter conseguido fazer algo para poder ter salvado seu pai. Ele ainda não acredita que agora ele está só..
Lipe o abraça de lado, contendo as lágrimas também, enquanto o doutor coloca sua mão no ombro de Hugo.

Depois de um tempo para ele se recompor,o pai de Lipe dá carona para Hugo até o hotel.
— Fica bem, garoto. Qualquer coisa pode contar com nós, e com certeza com seus amigos.. eles vão te dar apoio também...
Hugo apenas fica em silêncio, saindo do carro e entrando no hotel ainda incrédulo.
Ele entra no quarto de seu pai, antes de trancar-lo para sempre.
Ele repara que tem um bilhete, perto dos remédios, ou o que sobrou deles..
ele abre e vê que era uma carta de despedida de seu pai.

“Meu filho;
Desculpe por não ter sido tão presente pra você. Estive passando por muitas coisas.. o hotel que quase não vinha ninguém mais.. as despesas.. ameaça de que fechariam o hotel.. a morte da sua mãe...
Eu não conseguia mais seguir em frente.. já estava desmotivado para continuar.. até que mesmo depois de tudo, você ainda esteve aqui, comigo.
Filho, você foi a minha maior felicidade no mundo todo! E eu serei eternamente grato por tudo que fez por mim..

espero que se torne um rapaz com um futuro expendido!
tenho muito orgulho de você, meu filho..

com amor..

Seu pai”

— Ah.. pai... – ele cai de joelhos, abraçando a carta, começando a chorar novamente. – Sinto muito por não ter conseguido ter te salvado enquanto tive chance...

//então chat, esse foi o cap 3
desculpa a demora para atualizar.. é que tive muitos problemas..
mas tentarei continuar atualizando pelo menos 1 vez por semana...

desculpa os erros ortográficos e o cap tão curto...

obrigado por lerem e por não terem desistido de mim

amo vocês <3
Allie :') //

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2020 ⏰

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