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Amanhã seria meu primeiro dia na USP cursando o segundo período de direito confesso que tava com borboletas na barriga pois não sabia o que seria daqui pra frente ,tive que me mudar do dia pra noite, para São Paulo a sorte é que eu sempre guardei todo meu dinheiro que ganhava fazendo estágios de cursinhos que fiz quando tinha na faixa de uns 15, se não fosse esse dinheiro estaria perdida. então aqui estou eu sentada no ônibus com minha melhor amiga tagarelando no meu ouvido.
A mika é tudo que eu tenho sem ela eu não teria essa estrutura mental que tenho e muito menos teria conquistado isso que tenho hoje são pequenas conquistas que fazem uma grande diferença em minha vida . Foi ela que esteve comigo em todas as minhas conquistas e principalmente nas derrotas, quando eu digo todas eu não tô apenas blefando , ela realmente é maravilhosa e sou eternamente grata a Deus por tudo que ele me propôs .
Vou resumir pra vocês o motivo da nossa mudança.
Morávamos no Rio de Janeiro e estávamos vivendo bem como qualquer adolecente normal, mas claro eu tinha que arranjar pau pra cabeça e de brinde pra Mika também. Eu namorava o Maurício estávamos juntos a 6 meses e ele é aquele tipo de cara que você olha e pergunta todo o momento como ele consegue aguentar uma pessoa problemática e neurótica como eu, tudo  corria bem até que o destino teve a brilhante ideia de me pregar uma, vou dá uma explicação bem resumida, eu sou o tipo de pessoa que não pensa em ter filhos ou me casar pelo menos não agora eu sei que pode parecer maluquice mas isso realmente nunca esteve em meus planos eu nunca quis isso, mas o Maurício não, ele queria tudo da maneira certa, casamento, filhos, e o tão famoso' lar'.
Na sexta, quando tava entrando no campus eu vi o Maurício e Júnior conversando de costa pra entrada, então resolvir me aproximar  devagar pra dá um abraço nele me, aproximava com cautela, mas parei bruscamente quando eu escutei ele dizer ao Júnior que estava pronto pra ter uma família, e principalmente para dar um passo maior  com a futura  mãe de seus filhos e a tão clichê"dona do lar".
Maluca como sou; eu surtei, eu não queria isso e principalmente não tava pronta pra casar, eu saí da faculdade e fui direto pro primeiro bar que vi, e pedi duas garrafas de cerveja era tudo que eu precisava naquele momento, pra vocês pode parecer drama e tals, mas isso tudo é muita coisa pra alguém que não têm nada na vida pela qual têm que lutar, Fiquei mais um tempo ali chorando ( sim gente, chorando).
Acabei as 2 cervejas e tomei coragem e fui atrás dele pra conversar, sabia que um de nos sairía machucado nessa história, e eu tinha grandes chances , cheguei no seu apartamento e me fui logo abrindo a porta da casa afinal tínhamos esse costume, mas maldita hora que eu fui ser a boazinha dessa história, encontrei a Smirna e ele dormindo no sofá, a Mirna era a garota que as olhos de fora era perfeita para casar e admito ela era simpatia em pessoa além de bonita, mas sempre a vi como uma garota quieta, quando não estava lendo, então estava desenhando. Mas nunca a imaginei como uma Filha da puta, e aí está ela vestindo apenas a camisa dele.
Eu queria tanto ter forças e arrebentar eles dois , mas eu não tinha forças, " e nesses momentos que eu me odiava por ficar paralisada em situações como essa, onde eu tinha que ser a forte". Só conseguia chorar e lembrar da conversar dele com o Júnior, onde deduzir que ele me pediria em casamento. Como deixei chegar à esse ponto, era tão idiota assim? Ou tinha virado a porra de uma carente emocionada, que agora aceitava migalhas, quem eu tô sendo? O que caralhos eu tava pensando? Eu fui tão burra. Escorreguei na porta e CHOREI com uma das mãos cobrindo a boca que nem uma pré adolescente abafando choro para mãe não escutar e perguntar o por que. Passei exatamente 15 segundos ali olhando pra eles e imaginando várias formas de surtar, mesmo sem conseguir saí do lugar.
Mas eu tava decidida que nem um dos dois merecia um show particular então tratei de levantar o mas devagar possível pra ter certeza que lembraria todos os detalhes daquela noite, fechei a porta e entrei no elevado me olhei no espelho e vi que eu não era aquela ali, limpei com a manga da blusa a maquiagem que escorria pelos cantos do meus olhos, e chamei um uber, caminhei pra fora do elevado em direção a saída vendo que meu uber já tinha chegado entrei no banco da frente e me deparei com uma senhorinha com um sorriso contagiante ,  ficamos em silêncio durante o percurso até a casa do meu "porto seguro", ela parou em frente descir do uber e apertei a campainha imaginando que provavelmente ela tava dormindo e que acordaria assustada pra cacete mas naquele momento eu só precisava do seu colo, logo ela apareceu na porta e foi nesse exato segundo que a dor veio com força lágrimas inundaram meu rosto e minhas mãos rapidamente já estavam em minha cabeça puxando as raízes dos meus cabelos, os quais provavelmente me resultaria uma leve dor de cabeça; seus olhos pousaram em mim e só de ver o meu estado me abraçou e me levou para seu quarto sem trocarmos uma palavra se quer e de certa forma foi bom, deitei na cama e apaguei com ela fazendo cafuné no meus cabelos.
Acordei no outro dia decidida a ir embora pensei muito nisso enquanto tomava banho, eu era aquele tipo de pessoa que fugir pra longe sempre era minha primeira opção, sempre fui boa em  fugir. Sair do banheiro e ela tava lá pronta pra ouvir então contei tudo até da parte da minha mudança repentina, aquele era o momento em que ela surtaria e me chamaria de fraca por fugir ao invés de enfrentar. Mas  ela me impressionou, quando saiu da cama e foi pro closet e começou a jogar varias roupas na mala, me assustei, mas logo entendi que não tava sozinha nessa mesmo que eu quisesse, ela não me deixaria.

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