{|Sem Revisão|}
RAFAEL GUIMARÃES
《Dias Atuais》A organização desse hospital é definitivamente, lamentável. As filas não são organizadas e, a ausência de sinalizações e instruções que indiquem onde ficam cada setor, só contribuem para o desalinho desse local.
Aonde é que eu vim parar?
Suspiro audivelmente enquanto arrumo da melhor forma possível as pastas e a prancheta do Doutor Simões em minhas mãos. Um furacão com olhos de coruja me atropelara ainda a pouco, desorganizando as fichas médicas. Corro os olhos pelos nomes listados e percebo que falta somente um paciente para conhecer.
Ainda bem!
Hoje o dia foi conturbado, caótico e cansativo. Tudo o que preciso é ir para casa.
Nunca imaginara que a precariedade do hospital fosse tão evidente. Toda esse desarranjo está congruente com a loucura que minha vida se tornou ultimamente. Tomo fôlego, endireito os ombros, bato na porta do consultório médico, giro a maçaneta e entro.
— Aí está ele! Entre meu jovem, vou apresentá-lo ao seu último paciente do dia. — Doutor Simões diz, levantando de sua cadeira giratória e vindo até mim.
Adentro o cubículo pequeno, abafado e mal cheiroso e me posiciono ao lado do médico rechonchudo. Meus olhos involuntariamente recaem sobre ela, o vendaval loiro com olhos de curuja que trombara ainda pouco. A menina atrevida me olha de volta contorcendo o nariz e com os lábios comprimidos em uma linha fina.
Escuto ela praguejar, exasperada. Com toda certeza não gostou de me ver aqui. Desvio minha atenção dos seus olhos expressivos e cumprimento o Doutor Simões. O homem de expressões marcantes e cabelos brancos ao lado da menina, olha-me de maneira amistosa e cordial. O médico de barriga avantaja, pega-me pelo braço e faz as devidas apresentações:
— Rafael, esse é o Inácio e — aponta para a loira, revelando seu nome: —, essa é a Júlia, a filha que o acompanha todos os meses em suas consultas.
Aperto a mão que o Senhor Inácio me estende e para a menina desastrada ofereço apenas um menear de cabeça que acaba sendo totalmente desconsiderado.
— Seja bem-vindo à nossa pequena, mas acolhedora Flor do Oeste, Doutor Rafael. — diz Inácio de maneira afetuosa.
— Obrigado.
Acompanho o Doutor Simões até um sofá desgastado, sujo e muito velho disposto no canto do consultório e me sento ao seu lado. Agora consigo compreender o porquê do jaleco do médico viver sempre tão imundo. Minha posição no mobíla acaba me deixando exatamente de frente para os olhos acusadores e coléricos de Júlia.
— Rafael, não sei se você chegou a ler o prontuário do Inácio, mas ele tem Osteoartrose. Desde que descobriu a doença, realiza o tratamento comigo. — o atual médico comenta, fazendo com que eu desvie meus olhos da menina desastrada.
— Sim, dei uma breve analisada em todas as fichas.
— Excelente. — seu sorriso se alarga e ele dá dois tapinhas amigáveis no meu ombro.
— Tem certeza que esse médico é competente e inteligente o bastante para cuidar do meu pai, Doutor Simões? — a menina com olhos de coruja pergunta, fuzilando-me com o olhar.
Minha língua coça para dar uma resposta para essa garota petulante, no entanto antes que eu possa proferir qualquer palavra, Doutor Simões toma frente, defendendo-me:
— Júlia, não se preocupe. O Doutor Rafael é muito competente, além de possuir excelentes referências.
Quem diria!
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Um Amor Para Recomeçar
RomanceUm Amor pode ser a chave para Recomeçar? Quantas vezes um coração aguenta ser despedaçado? Essa é uma pergunta que ronda a mente de Rafael Guimarães, um médico que, após ser traído e se divorciar, abandona a vida movimentada e confortável de São Pa...