CAPÍTULO 9

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Chris POV'S

Depois daquele beijo maravilhoso ela fugiu de mim, fugiu como um sopro. Não pude impedi-la, mas ao mesmo tempo queria explicar que não foi tão por impulso aquele beijo, eu o desejava e o desejava muito. E foi tão perfeito, nossas bocas nos encontravam como se já se conhecessem uma a outra. Creio que ela irá continuar fugindo de mim, mas eu só quero me explicar, quero pedir desculpas e ao mesmo tempo cuidar dela. Não quero que ela pense que também irei usá-la e jogá-la fora, só a quero bem e perto, muito mais perto do que ela imagina.
Passei a noite pensando naquele beijo, o quão perfeito foi e a duração foi extremamente limitada, porém aproveitei muito, muito mesmo. Explorei cada canto da sua boca, como se estivesse em busca de um tesouro e este eu já encontrei, ela.
Meu pensamentos foram fluindo por toda a madrugada, pensei no que ela poderia está fazendo, pensei em ir até seu apartamento, pensei em ligar, pensei em tantas alternativas, mas optei pelo tempo. Creio que ela precise disso.
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Quebra tempo
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Se passaram 15 dias e não tinha notícias dela, liguei diversas vezes, mas sem respostas, bati na sua porta, mas não me atendeu. Vi ela sair ao trabalho algumas vezes, mas percebi que quando me viu ficou nervosa e não queria perturbar logo cedo com um assunto tão delicado.
Ela deixou de ir até a pista de skate, deixou de responder as minhas mensagens. Mas vocês devem estar se perguntando, mas Chris porquê você não vai até ela e conversa de uma vez!? Juro, já tentei...mas ela sempre está ocupada ou passa super rápido por mim.

Maria Cecília POV'S

Depois daquele beijo não consegui explicar o que sentia, seu beijo tocou todo o meu corpo sem que ele precisasse passar suas mãos, seus lábios se conectaram aos meus como se já se conhecessem, suas mãos tinham um toque leve e seus olhos estavam atentos a cada detalhe presente em meu rosto.
Foi perfeito, mas pelo trauma passado com o Alex tenho medo de ser usada novamente e não posso deixar que me machuquem outra vez e por isso o amor na minha vida é algo que não existe mais, não sei se vou conseguir me entregar 100% a alguém e ter confiança, amar de verdade. Será que o amor realmente existe ou é apenas uma dessas teorias que diversos físicos tentam explicar?
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Quebra tempo
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Era o meu primeiro dia de trabalho, conheci a empresa, minhas funções e meu chefe, se chamava Eduardo. Confesso que ele era muito lindo, aparentava ter os seus 28 anos, tinha barba, cabelos negros e tinha um físico escultural. Ele foi bem gentil e me deu uns conselhos, um deles foi que naquela empresa não se toleravam namoros ou algum relacionamento do tipo.
Meu primeiro dia foi bem tranquilo, tive que analisar plantas da parte elétrica de algumas residências e entregar os resultados para o Eduardo, senhor Clarke. Recebi um elogio pela organização e terminei o expediente. Meus dias e experiências trocadas no trabalho estavam sendo incríveis, cada momento que passava ali era uma aprendizagem maravilhosa.
Depois do beijo, já iriam completar quase 1 mês que não via ou falava com o Chris, me sentia sufocada com tudo aquilo que aconteceu, mas permanecia fugindo. Até que um dia ao chegar do trabalho, umas 13:30, peguei o elevador para subir até meu andar e pediram acesso ao elevador um andar antes do meu apartamento.
A porta se abriu e era o Chris, eu não podia acreditar...logo ele, bem que minha mãe me disse pra enfrentar os problemas e não fugir deles...
Tentei não olhá-lo e continuar olhando o vazio do elevador e o silêncio que reinava. Até que ele puxou um assunto...

Chris: Se for continuar fingindo que está me ignorando avisa, pelo reflexo da porta do elevador eu vejo você me olhando.

Permaneci em silêncio, não sabia o que dizer ou como agir.

Chris: Quero pedir desculpas, sei que agi de forma errada, não pedi o seu consentimento para o beijo, avancei mais do que devia. Eu sei fui muito errado, mas posso te pedir uma coisa?
Maria: Ah...está tudo bem...já passou.
Chris: Eu prometo pra você que não quis te usar, o beijo eu realmente desejei, quando te fiz aquela pergunta sobre se apaixonar sem tocar estava me referindo a você. Por favor, me diz algo.
Maria: Ah...eu não sei o que dizer, está me deixando sem graça. Nós mal nos conhecemos, não tem como se apaixonar assim e você sabe sobre o que penso sobre o amor...
Chris: Então me explica isso...

Ele pegou a minha mão e levou até seu peito, seu coração palpitava cada vez mais rápido e parecia querer sair pela boca. Suas mãos estavam suadas, provavelmente ele estava nervoso.

Maria: Se seu coração não batesse estaria morto, não acha?
Chris: Bater desta forma? Estou com borboletas nas minha barriga, suando, meu coração quer sair pela minha boca...você não imagina o quanto estou feliz só de ouvir sua voz, ver seu rosto mais de perto. Você não sabe o quanto senti falta da nossas conversas aleatórias, senti a sua falta. Acredita em mim, não quero te machucar, me deixa te ajudar a reconstruir seu coração, prometo não avançar e esperar o seu tempo.

Eu estava completamente em choque, não sabia como reagir aquilo, ele estava se declarando na minha frente e eu não conseguia dizer nada. O que eu faço, ele parecia tão sincero, mas não sei se quero sentir tudo aquilo de novo e se quebrar a minha cara? Não quero ser machucada.
O andar chegou e a porta do elevador se abriu.

Maria: Preciso ir.
Chris: Não vai me dizer mais nada? Me declarei pra você, nunca fiz isso com ninguém...nem sei se agi certo.
Maria: Ah...podemos conversar mais tarde? No meu apartamento, te espero lá.

Ele abriu um sorriso como se eu tivesse lhe dado alguma esperança e sorri sem mostrar os dentes.

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