Capítulo I - O assalto

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–– Vá de vagar, e com cuidado. Instruiu Pablo, dentro do duto de ar, que dava acesso à joalheria mais famosa e que mais lucrava em todo o Reino Unido.

Pablo tinha os cabelos negros e ondulados, um pouco cumpridos, os lábios carnudos, e agora usava óculos que lhe permitia enxergar á penumbra da noite.

Já Jullie, tinha longos cabelos ruivos, e ondulados nas pontas e os olhos grandes, castanhos claros.

–– Pronto, pode descer. –– Avisou a Jullie, já se escorando na abertura do duto de ar.

Pablo agarra a corda com as mãos enluvadas por couro, e acena com a cabeça para Jullie, que se solta. Ele começa a descê-la suavemente, seus músculos se enrijecem e suas veias se dilatam enquanto seus braços sustentam o peso.

–– Ali estão Jullie, as câmeras de segurança! –– Mostrou Pablo.

Jullie olhou para os dois lados, e pode vê-las. Segurando na corda a garota se balançou de um lado para o outro até alcançar as câmeras, dando um chute com força, fazendo assim um dos olhos mecânicos, voar pelos ares. Ela era tão graciosa pendurada na corda, como era durante as aulas de balé, e seu chute era tão poderoso quanto nos treinos de Muay Thai.

–– Ah não! Jullie! –– berrou Pablo, percebendo que a câmera que havia sido desligada, estava a caminho do sensor de segurança.

A meliante ruiva balançou-se na corda com habilidade, alcançando o objeto com a ponta dos dedos, evitando que caísse de encontro com o sensor de movimento que ativava o alarme. Pablo limpou as gotas de suor da testa rapidamente com o ante braço, abaixando Jullie um pouco mais.

–– Aí está, o painel do alarme. Se você conseguir desativá-lo, poderemos cumprir nossa missão, mas caso falhe, o alarme vai ser disparado, a polícia acionada, e estaremos fritos. –– murmurou Pablo. –– Procure não se mexer muito, ou o sensor, mesmo estando longe, vai conseguir captar o movimento da corda.

Jullie assentiu concentrada.

Ela havia estudado o funcionamento desses alarmes, eles eram ligados à linha telefônica, e paravam de funcionar caso a linha fosse desligada, pelo menos ela assim esperava. Seus sensores não eram ativados a qualquer movimento, apenas quando captavam movimentos mais violentos, movimentos estes que só poderiam ser produzidos por humanos.

–– Vamos lá, Jullie, sei que você pode! –– Incentivou Pablo.

––Nossos pais Jullie. Pense neles.

A ruiva tirou um alicate do cinto e uma lanterna do bolso, colocou-a na boca, enquanto usava os dedos finos para cortar a fiação da linha telefônica com a ferramenta.

–– Parece que consegui. –– declarou Jullie.

–– Ótimo. Vou te descer até o chão. –– Pablo vociferou.

Mas antes que pudesse tocar em terra, o alarme disparou tão alto que os vidros das janelas e vitrines vibraram, parecia que quebrariam a qualquer momento, e que cacos voariam todos os lados.

–– Devo ter cortado o fio errado. –– Sibilou a menina com os dentes cerrados.

Jullie e Pablo se entre olharam.

–– Me puxe! –– gritou a ruiva, em pânico. –– Se formos presos, nunca poderemos salvar nossos pais! Mais que droga!

Pablo começa a puxar a corda, seu rosto branco fica rosado à medida que aplica força a corda.

–– Vai mais rápido! –– Jullie berra desesperada. –– Droga! O posto policial fica na rua de baixo.

–– Não dá! To fazendo o máximo que posso!

AngústiaOnde histórias criam vida. Descubra agora