Ele escutou a voz abafada como se estivesse longe demais para seu ouvido captar. Cada centímetro do seu corpo estava paralisado, mesmo com todo o esforço ele estava imobilizado, a cabeça baixa e os olhos marejados, mas nem mesmo chorar ele conseguia.
Ao menos se chorasse aquela angústia sairia de seu peito.
- Haku olhe para mim. - Luci toca suas bochechas erguendo o seu rosto. - o que houve?
Ele abriu a boca, mas foi incapaz de dizer algo. Luci percebendo isso, puxou os ombros pequenos do garoto para perto, o abraçando com tanta força que quase poderia machucar, ele retribuiu, afundando o rosto em sua pele e puxando o ar para seus pulmões com dificuldade.
- Respire devagar. - com a outra mão afagava as mechas onduladas. - está tudo bem amor, eu estou aqui.
Por um momento sua mente era um nevoeiro caótico. Queria aquietar os seus pensamentos, e falhava todas as vezes, mas ele poderia o escutar, sua voz era pacífica e amena, e com ela trazia uma paz desconhecida para dentro da sua alma.
Mesmo que ajudando parcialmente, foi aos poucos normalizando sua respiração.
Como Haku dependia de Lucien, ele manteve a calma pelo namorado, mas estava ao ponto de entrar em desespero, nunca o viu daquela forma, nem sabia o que poderia ter acontecido, se alguém o machucou, ou se era uma crise de ansiedade.
Queria o encher de perguntas, ou chamar Ryu no quarto, que certamente agiria melhor. Quando se tratava de Haku ele transbordava de receios, e agora ele temia tanto, que abraçá-lo era sua única alternativa.
Mesmo no escuro arriscou separar-se minimamente, analisando cada partezinha tensa, e procurando qualquer vestígio de ferimento.
- Estás melhor? - pergunta receoso.
Haku balança a cabeça concordando, limpando os olhos com o antebraço.
- quer conversar?
- eu só quero dormir. - ele sopra, subindo na cama.
Luci o observa adentrar nas coberta, o acompanha deitando de frente para ele, que o abraçou mais uma vez, se aconchegando no seu calor.
Depositou sua mão em suas costas, fazendo carícias em círculos pequenos. Ele mal pregou os olhos durante a madrugada, ao invés disso, ficou monitorando cada batimento cardíaco do garoto.
Quando o sol nasceu, estava um caos, se viu obrigado a levantar e fazer o café para o resto da casa, mas antes verificou o menino dormindo tranquilamente, certificando de que estava tudo bem.
- deixe-me ajudar, é injusto que faça tudo sozinho Luci. - Miwa oferece pela segunda vez.
Ryu observava do outro lado sentado na bancada, ainda sonolento, depois de Keir decidir o ignorar totalmente, ele estava com uma visível carranca, e com o orgulho ferido.
- certo, hum sabe fazer as panquecas?
Ela concorda com um movimento de cabeça, um laço azul estava amarrado em um arco segurando as mechas escuras, e ainda usava seu pijama que era curto demais para um dia gelado como aquele.
- pode deixar, eu nunca te decepcionei lembra? - ela sorri.
Lucien estava vagando em muitos pensamentos para sorrir de volta, apenas se absteve em suas tarefas, desejando estar de volta logo ao seu quarto.
- Olha Lucien, acha que está bom o suficiente? - ela cede a tigela, tentando puxar assunto.
Leva um dos dedos na massa colocando nos lábios de uma forma que ela julgou sensual, mas Luci foi incapaz de perceber a malícia no ato.
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𝕆𝕙 𝕐𝕖𝕒𝕣 𝔹𝕒𝕓𝕪
Fanfiction"Eu sabia onde deveria estar desde o início, desde que o vi, naquela sala de aula. O futuro era uma montanha russa, estar ao seu lado era sempre uma surpresa. Ora gentil e bondoso, ora provocador e perverso, eu amava sua dualidade desde o princípi...