10 | Narração

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— Onde Yoongi foi? — Seokjin perguntou, claramente desconfiado. Depois dos acontecimentos que sucederam a noite ao auge, era compreensível que estivesse desconfiado.

— S/n ligou, chamava por ajuda. — O mais novo deles respondeu, sem mostrar tanta empatia pela garota. Para ele, era apenas mais uma que precisava ser afastada do grupo deles ou se daria muito mal.

— É compreensível. Porém, ele não disfarça. — Hoseok suspirou diante das próprias palavras.

— Disfarça em quê, Hobi? — Jimin questionou o amigo, sentando-se ao seu lado e roubando um dos doces em sua mão.

— Ele está desenvolvendo sentimentos por ela. Talvez eu esteja enganado, mas, é uma possibilidade. — Hobi voltou a comentar, recebendo a afirmação dos outros três.

— Olha, eu prefiro não me envolver nessas coisas. Não sabemos o que o Yoon vai fazer quanto a ela, mas, sabemos que ele não vai se livrar dela como se fosse um inseto. Ele não é assim, apesar que seja obscuro às vezes. — Disse Jimin, apoiando a mão esquerda sobre o queixo.

Todos os quatro estavam apreensivos diante das coisas que poderiam acontecer. Eles já sabiam da volta de alguém altamente inesperado do passado de Jungkook. Não era algo que o próprio quisesse comentar sobre, já que suas lembranças não eram nada agradáveis quanto ao próprio pai.

— Namjoon e Tae hyung foram junto a ele? — Jin confirmou diante da pergunta de Jungkook.

— Será que ele sabe sobre a volta de Junghyun? — Jungkook negou pela pergunta de Jimin, revirando os olhos — Qual é Jungkook, você sabe que qualquer movimento diferente na cidade, eles e a gente ficamos por dentro.

— Eles sequer olharam o celular, Jimin. E os hyungs acabaram de sair, para ir atrás daquela garota. — Jungkook suspirou — Isso não me importa, porque não irei me envolver com a volta do meu pai em questão.

— Querendo ou não, ele também é problema seu, Jungkook. — Hobi apontou, enquanto disse as palavras de boca cheia.

Jungkook apenas preferiu ignorar as palavras de Hoseok. Sua cabeça estava tão atordoada quanto a de todos os outros. Junghyun era um problema coletivo, quando se tratava de aparecer de surpresa. E a última vez que isso aconteceu, não rolaram coisas boas.

Junghyun era calculista, ele sabia esperar. Ele sempre soube esperar, calma era uma de suas piores ou melhores virtudes. E Jungkook sabia bem que ele esperaria o tempo que fosse possível, se caso isso lhe fizesse ter resultados positivos como da última vez.

Foi com calma e paciência, que Junghyun matou sua progenitora e foi com calma e paciência que ele tentou lhe matar. Ele era apenas uma criança quando a primeira tentativa foi posta a prova, a segunda tentativa, foi quando ele soube que Jungkook entraria para o grupo de Yoongi.

Ele era um perfeito monstro cruel de marca maior, e Jungkook, por mais que fosse grande e experiente o suficiente, ainda carregava consigo as piores marcas que alguém poderia carregar. Seu pai jamais lhe ensinou coisas boas, e não ensinaria.

Ele nunca quis uma família, e quando descobriu que sua mulher teria um filho, tudo piorou. E foi a partir dali, que todos os possíveis planos foram arquitetados para que ele pudesse acabar com a vida dos dois.

A mulher se foi, mas, a criança era forte. Força era uma pequena grande definição para o pequeno Jungkook.

Não querer enfrentar seu pai de frente, não era covardia. Era apenas prevenção de danos. Afinal, Junghyun ainda seria seu pai. E bom, ele não queria sujar as mãos com uma pessoa do seu próprio sangue, por mais que seu interior quisesse.

𝐁𝐀𝐃 𝐁𝐎𝐘, 𝐦𝐲𝐠.Onde histórias criam vida. Descubra agora